Com estagnação no setor de serviços e falta de investimento, a taxa de desemprego pode voltar ao patamar dos 7%.
São Paulo - Depois de alcançar o maior estoque de empregos dos últimos dez anos e reduzir o desemprego, o Brasil deve sofrer uma inversão no panorama positivo do mercado de trabalho no ano que vem, segundo previsão dos economistas Celso Martone e Celso Grisi, da FEA-USP (Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo).
"Será difícil manter o emprego que começou há oito anos. Houve um boom no consumo interno e a maioria do emprego foi no setor de serviço, mas isso agora acabou. O mercado de trabalho vai se deteriorar no ano que vem", diz o economista Celso Martone, diante das expectativa de fraca expansão da atividade econômica.
A taxa de desemprego pode voltar ao patamar dos 7% ao ano em 2014, projeta Grisi. "Se o governo não mudar o clima institucional, o mercado de trabalho vai sofrer um relaxamento. A taxa de desemprego em 7% não é alta, mas é uma reversão da tendência", afirma. Segundo ele, o clima institucional está diretamente ligado com as intervenções do governo em alguns setores da economia, afugentando os investidores dos demais setores.
"O governo precifica que a taxa de retorno para o investidor estrangeiro é de 7,5%, sendo que o mínimo projetado por eles é de 13%. Ninguém quer colocar seu dinheiro em um país que não é totalmente seguro e com um taxa de retorno tão baixa. O mesmo ocorre com o investidor brasileiro, que prefere investir seu capital nos Estados Unidos do que na Bolívia, pois é mais seguro", diz Grisi, para quem a taxa de investimento de 18% sobre o Produto Interno Bruto (PIB) ainda é baixa. "Para que o Brasil cresça de 3,5% a 4% ao ano, seria necessário investimento de US$ 80 bilhões", complementa Grisi, que condiciona a manutenção do atual nível de emprego ao sucesso dos leilões de concessões em infraestrutura promovidos pelo governo.
Fonte: Brasil Econômico
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