A China advertiu nesta quinta-feira que uma intervenção militar na Síria vai prejudicar a economia mundial e elevar o preço do petróleo, reforçando a tentativa do presidente russo, Vladimir Putin, de convencer o presidente dos EUA, Barack Obama, a desistir de realizar ataques aéreos.
Como a Rússia, um dos principais fornecedores de armas à Síria, a China tem poder de veto no Conselho de Segurança da ONU. Assim, Obama não deve obter a aprovação do Conselho de Segurança para uma ação militar na Síria, mas está buscando a aprovação do Congresso dos EUA.
Para o vice-ministro das Finanças chinês, Zhu Guangyao, a crise na síria teria um impacto negativo sobre a economia mundial, especialmente sobre o preço do petróleo. O combustível é uma dos principais produtos importados pelos chineses.
Pouco antes da abertura da cúpula do G20, em São Petersburgo, o porta-voz da delegação chinesa no evento, Qin Gang, afirmou que Pequim se preocupa com a situação na Síria e defendeu a solução diplomática para dar fim ao conflito entre os rebeldes e o regime de Bashar al-Assad.
Ele diz que o país comunista defende que qualquer ação contra o ditador sírio seja definida após a divulgação do relatório da ONU sobre o uso de armas químicas na Síria, assim como a Rússia.
As diferenças sobre a Síria podem ofuscar a cúpula do Grupo dos 20 países desenvolvidos e em desenvolvimento em São Petersburgo, em que líderes globais buscam estabelecer uma frente unida para o crescimento, o comércio, a transparência bancária e o combate à evasão fiscal.
O clube que corresponde a dois terços da população mundial e a 90% da produção do mundo está dividido sobre questões como a turbulência nos mercados emergentes e a decisão do Federal Reserve de acabar com seu programa de estímulo à economia dos EUA.
Mas não há racha maior do que a diferença entre os EUA e a Rússia sobre uma possível intervenção militar na Síria para punir Assad pelo ataque com armas químicas que matou centenas de pessoas em 21 de agosto.
Putin ficou isolado sobre a Síria em uma reunião do Grupo dos Oito, em junho, na última grande reunião das potências mundiais, mas agora terá o apoio da China na cúpula do G20 na antiga capital imperial da Rússia.
Fonte: Folha de S. Paulo
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