Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Fed não oferece sinais de redução de estímulo

WASHINGTON, 31 Jul (Reuters) - O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, informou nesta quarta-feira que a economia continua se recuperando mas ainda necessita de suporte, não oferecendo indicações de que uma redução no ritmo de aquisição de ativos seja iminente.

Por ora, o Fed continuará comprando os 85 bilhões de dólares em títulos hipotecários e dívida do Tesouro norte-americano por mês em seus esforços para dar força a uma economia ainda desafiada por aperto fiscal federal e fraco crescimento no cenário internacional.

Autoridades afirmaram que a atividade econômica expandiu-se em ritmo "modesto" no primeiro semestre, após chamar a recuperação de "moderada" em junho.

Em outras alterações ao comunicado, o Fed sinalizou preocupação sobre as maiores taxas hipotecárias e identificou os riscos de que a inflação recue muito longe de sua meta.

"O Comitê reconhece que a inflação persistentemente abaixo de seu objetivo de 2 por cento pode representar riscos à performance econômica, mas espera que a inflação volte a avançar em direção a seu objetivo no médio prazo", informou o Fed, referindo-se ao Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).

Essa promessa foi suficiente para impedir que o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, que no mês passado expressou preocupação com as pressões de queda nos preços, de dissentir pela segunda vez.

Esther George, do Fed de Kansas City, mais uma vez votou contra a decisão devido a preocupações sobre possíveis impactos da política prolongada de juros baixos do banco central à estabilidade financeira.

O Fed quase zerou as taxas de juros no fim de 2008 e desde então mais do que triplicou o tamanho de seu balanço patrimonial para cerca de 3,6 trilhões de dólares por meio de três imensas rodadas de compras de títulos com o objetivo de manter baixos os custos de financiamento de prazo mais longo.

Em coletiva de imprensa em 19 de junho, o chairman do Fed, Ben Bernanke, disse que o banco central começaria a reduzir sua atual rodada de aquisição de ativos mais à frente neste ano, mirando concluí-la até meados de 2014.

Autoridades esperam que a economia dos EUA se recupere em breve de um período de baixo crescimento induzido por cortes de gastos em Washington.

Um relatório do governo divulgado nesta quarta-feira mostrou que o Produto Interno Bruto (PIB) expandiu-se num ritmo anual de 1,7 por cento no segundo trimestre, melhor do que as expectativas, mas o dado para o primeiro trimestre foi revisado para baixo, de 1,8 por cento para 1,1 por cento.

Além disso, o relatório mostrou que os preços para o consumidor ficaram estáveis no trimestre, com o chamado núcleo da inflação avançando 0,8 por cento, bem abaixo da meta de 2 por cento do Fed.

O Fed tem se esforçado para ressaltar que qualquer redução no ritmo de compras não significa que o banco central esteja próximo de elevar as taxas de juros.

O banco central reiterou nesta quarta-feira que vai manter os juros quase zerados enquanto a taxa de desemprego permanecer acima de 6,5 por cento, contanto que as projeções para a inflação entre um e dois anos no futuro não superem 2,5 por cento.

A taxa de desemprego estava em 7,6 por cento em junho e economistas esperam que um relatório a ser divulgado na sexta-feira mostre que o dado recuou para 7,5 por cento em julho.

Apesar dos melhores esforços do Fed para utilizar suas indicações sobre os juros para manter baixos os custos de financiamento de prazo mais longo, a reação dos mercados às discussões de uma provável redução nas aquisições de ativos do banco central tem sido vender títulos.

O yield (rendimento) do título referencial de 10 anos do Tesouro dos EUA está cerca de 1 ponto percentual acima do yield verificado no início de maio. As taxas hipotecárias tem avançado em ritmo semelhante, representando uma possível ameaça para a recuperação imobiliária.

Fonte: Reuters Brasil

Após subir a R$2,30, dólar fecha estável com Fed e tripla atuação do BC

SÃO PAULO, 31 Jul (Reuters) - O dólar fechou perto da estabilidade ante o real nesta quarta-feira após sessão de ampla volatilidade e que chegou a levá-lo ao patamar de 2,30 reais, com o Banco Central atuando três vezes para conter a valorização da divisa e com o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, não oferecendo sinais de que reduzirá seu estímulo monetário em breve.

Em julho, a divisa norte-americana acumulou alta pelo terceiro mês consecutivo e os analistas continuam afirmando que seu viés é de alta, mas sem tanta força como a vista até agora diante da perspectiva de intervenções do BC para evitar mais pressões inflacionárias.

O dólar fechou com leve alta de 0,08 por cento, a 2,2824 reais na venda, sendo que na máxima do dia chegou a 2,3029 reais. Em julho, a divisa acumulou alta de 2,27 por cento e, desde maio, de 14 por cento.

"Não vejo uma alta tão forte do dólar no futuro próximo. Com certeza o viés é mais de alta do que de baixa, mas não é uma alta tão expressiva", afirmou o economista-chefe da INVX Global, Eduardo Velho.

Durante a manhã, o dólar chegou a registrar alta de quase 1 por cento, bastante influenciado pela briga na formação da Ptax. Neste período, o BC realizou três leilões de swap cambial tradicional --equivalente a venda de dólares no mercado futuro--, numa atuação que não fazia há mais de uma década.

A última vez que a autoridade monetária fez três leilões de swap tradicional num mesmo dia foi em agosto de 2002 e, segundo operadores, a ação agora serviu para tentar segurar a cotação.

"O BC quer manter o câmbio por volta de 2,20 ou 2,30 reais para evitar uma pressão indesejável sobre a inflação ao longo dos próximos meses", afirmou Velho, ressaltando que a autoridade monetária pode recorrer a atuações mais incisivas, como ofertas de dólares no mercado à vista, para conter a valorização do dólar.

"Essa é a grande pergunta: se o BC vai conseguir o dólar nesse nível. Eu acho que no curto prazo ele consegue, porque ainda tem ferramentas para fazer isso", acrescentou ele.

No primeiro leilão, o BC vendeu o lote integral de 30 mil contratos de swaps e, no segundo, ofertou a mesma quantidade e vendeu um pouco mais da metade. Logo em seguida, anunciou que faria outro leilão, mas de 15 mil contratos, e acabou não vendendo nenhum deles. Mesmo assim, a moeda continuou a operar em alta.

O dólar anulou os ganhos durante a tarde, entretanto, após o Fed informar que a economia continua se recuperando mas ainda necessita de suporte, não oferecendo indicações de que uma redução no ritmo de aquisição de ativos seja iminente.

A notícia aliviou expectativas de menor liquidez mundial, que de manhã pesavam sobre os mercados diante dos dados que mostraram que a economia dos EUA expandiu mais do que o esperado.

"Como o Fed mantém o incentivo monetário, o dólar tende a cair. Além disso, o BC fez 3 leilões de swap cambial. É uma somatória de notícias para derrubar o dólar", afirmou um operador de uma corretora brasileira.

Fonte: Reuters Brasil

Bovespa sobe no mês pela 1a vez em 2013, mas economia ainda gera dúvidas

SÃO PAULO, 31 Jul (Reuters) - A Bovespa encerrou julho com sua primeira alta mensal no ano, mas especialistas estão pouco otimistas sobre a consistência do avanço, mantendo a avaliação de que apenas uma reversão de expectativas sobre a economia doméstica poderia dar sustentação ao índice.

Com queda de 0,67 por cento na última sessão do mês, a 48.234 pontos, o Ibovespa, principal índice acionário doméstico, fechou julho com valorização de 1,64 por cento. O último mês em que o índice havia avançado foi dezembro de 2012, quando teve alta 6,05 por cento. No ano, porém, a queda ainda é de 20,86 por cento.

O giro financeiro da sessão foi de 7,07 bilhões de reais.

O Ibovespa reagiu em julho com investidores abocanhando barganhas em um momento em que havia pouco espaço para novas quedas, após o índice ter registrado em junho seu pior desempenho mensal desde maio de 2012.

Segundo especialistas, o mercado também ficou mais aliviado com os sinais de aperto na política monetária do Banco Central brasileiro e indicadores de inflação abaixo do esperado, levando o índice a sair do nível dos 45 mil pontos no início do mês para fechar acima de 48 mil pontos.

A falta de notícias mais animadoras sobre a economia doméstica, porém, conteve um avanço mais consistente do índice.

"As dúvidas continuam por aí, tem que haver alguma informação adicional para a bolsa subir", afirmou a analista de investimento Mitsuko Kaduoka, da Indusval & Partners Corretora.

As perspectivas para os balanços de empresas no segundo trimestre também eram pouco animadoras, em meio a um dólar mais valorizado, que pode prejudicar companhias endividadas em moeda estrangeira, à atividade econômica fraca e à inflação ainda alta.

O quadro era agravado por um cenário externo ainda preocupante, principalmente devido à perspectiva de retirada dos estímulos monetários do banco central norte-americano mais tarde neste ano e temores de desaceleração da economia chinesa.

"Principalmente Petrobras e Vale, que são porta de entrada de investidores, têm sofrido bastante com as notícias da China", afirmou analista Marcelo Torto, da Ativa Corretora.

Para Torto, porém, declarações de autoridades chinesas afirmando que não aceitariam um crescimento do Produto Interno Bruto inferior a 7 por cento deram mais tranquilidade ao mercado.

"Com a bolsa relativamente barata aqui no Brasil, podemos esperar que, com uma melhor análise sobre o cenário macroeconômico, algumas oportunidades comecem a ficar mais evidentes", afirmou Torto.

Fonte: Reuters Brasil

A arte de alçar o dólar

Os players estão preferindo nos últimos dias guindar o preço somente depois das 16 horas, um período de baixo volume de negócios.

Para não despertar a atenção do Banco Central, os agentes do mercado financeiro especializados na arte de arrastar o dólar para cima mesmo não havendo, como ontem, escadas auxiliares externas, mudaram sua forma de atuação.

Ao invés de desencadear logo cedo, favorecidos pelo giro ainda acanhado, arrancadas espetaculares da moeda americana, cuja inevitável resposta do BC era o anúncio de leilões de swaps cambiais, os players estão preferindo nos últimos dias guindar o preço somente depois das 16 horas, também um período de baixo volume de negócios. 

O BC fica sem tempo hábil para anunciar e realizar a venda dos seus instrumentos de hedge. Com isso, o mercado avança mais um pouco e consolida uma cotação mais elevada no fechamento.

Durante a maior parte do dia, o dólar oscilou, com pouco fôlego, entre R$ 2,2655 e R$ 2,2780, ante R$ 2,27 no fechamento de segunda-feira.

Depois das 16 horas, a moeda conseguiu passar de R$ 2,28, deixando para trás a cotação, R$ 2,27, que tinha todo o jeito de delimitar um suposto teto cambial. Até a semana passada, de fato o BC se esforçou, por meio da repartição em lotes que não superavam US$ 1 bilhão dos leilões destinados a rolar os contratos que irão vencer a partir de quinta-feira, em impedir que o dólar superasse os R$ 2,27.

Sem alarde, os "comprados" no pregão de dólar futuro da BM&F lograram fincar uma bandeira nos R$ 2,28. A moeda, em valorização de 0,45%, fechou ontem a R$ 2,2810.

Depois do êxito em avançar no território inimigo, o mercado de câmbio amanhece hoje pronto para ir buscar os R$ 2,30, dependendo do resultado da reunião de julho do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve (FED). Ele será conhecido às 15 horas. O sonho dos "comprados" em dólar é que, contrariando os discursos recentes, o FED anuncie uma data no último trimestre do ano para o início da diminuição do socorro de liquidez.

Mais comedido, o mercado secundário de títulos do governo americano não ousou ontem fazer uma aposta sobre as sinalizações do FED. O yield do T-Note de 10 anos variou entre 2,57% e 2,61%, ante 2,60% na segunda-feira.

Os indicadores americanos do dia não foram muito inspiradores. Pesquisa da S&P/Case-Shiller efetuada nas 20 maiores cidades dos EUA constatou um aumento de 12,2% no preço das residências em maio, enquanto a expectativa do mercado era de uma elevação de 12,4%.

E o índice de confiança do consumidor americano, medido pelo Conference Board, caiu de 82,1 em junho para 80,3 em julho. Foi uma queda mais acentuada do que a esperada pelos analistas. A projeção era de um recuo para 81,4.

A trégua dos treasuries não intimidou os "comprados" nos pregões de derivativos cambiais da BM&F. Na passagem de segunda para terça-feira, a cautela prevaleceu e eles não alteraram muito suas posições. Mas já estão de bom tamanho: até segunda-feira, os fundos de investimento nacionais carregam um saldo líquido comprado de US$ 17,95 bilhões, e os estrangeiros, de US$ 10,26 bilhões. Eles têm até hoje para influenciar, para cima, a formação da taxa oficial de câmbio que irá liquidar os contratos, amanhã. Mas já estão no lucro: no mês até ontem o dólar subiu 2,21%, o equivalente a 3,3 meses de rentabilidade pela Selic.

Mesmo confrontados com mais um indicador de inflação abaixo das projeções e com uma certa melhora na situação fiscal do governo, os juros persistiram em alta no mercado futuro da BM&F. A taxa para a virada do ano avançou a 8,85%, de 8,81% na véspera. O contrato para janeiro de 2015 subiu de 9,48% para 9,59%. Os juros subiram, segundo os operadores, porque o dólar subiu, e este subiu porque os especuladores puxaram o preço para cima. Nenhuma sensibilidade para a desinflação do IGP-M, que cedeu de 0,75% em junho para 0,26% em julho, para mediana de projeções de 0,28%.

Os dados referentes às contas do governo divulgados ontem mostraram um quadro sob controle. Mais do que confirmam a tese do ex-ministro da Fazenda, Delfim Netto, segundo a qual o país está longe de viver uma "tragédia fiscal". Em junho, primariamente o governo obteve um superávit de R$ 5,4 bilhões, acima da expectativa média dos analistas, de R$ 3,5 bilhões. No acumulado de 12 meses, o superávit primário avançou de R$ 88,8 bilhões em maio para R$ 91,5 bilhões em junho.

E, como proporção do PIB, avançou de 1,95% para 2%. Não falta muito para chegar aos 2,3% prometidos pela Fazenda. No primeiro semestre do ano, o saldo primário, de R$ 52,16 bilhões, equivaleu a 2,25% do PIB. Mas mesmo depois de o governo ter cortado R$ 38 bilhões de suas despesas - R$ 28 bilhões no início do ano e R$ 10 bilhões este mês -, o mercado não acredita que a meta será cumprida. Trabalha-se com um superávit este ano entre 1,4% e 1,7% do PIB.

Só conseguirá atingir os 2,3% se fizer alguma pirueta contábil. Isso o ministro Guido Mantega já garantiu que não fará. A descrença do mercado no cumprimento do alvo se deve ao fato de que, refletindo o baixo-astral econômico, a arrecadação tributária não irá fermentará o crescimento do bolo. O déficit nominal retrocedeu de US$ 14,52 bilhões para R$ 12,18 bilhões, apesar do aumento do dispêndio com o pagamento dos juros da dívida interna por força da política monetária contracionista. Só com juros, o governo gastou R$ 17,6 bilhões, acumulando quase R$ 221 bilhões, ou 4,82% do PIB.

Há desenvolvimentistas que defendem o pagamento dos juros por meio da emissão primária de moeda, liberando os recursos fiscais para o investimento em infraestrutura. Pelos dois ângulos possíveis de observação, a dívida caiu no mês passado. A bruta recuou de 59,6% do PIB para 59,3%. E a líquida, de 34,8% para 34,5%. "Em relação ao PIB e no acumulado em 12 meses, a alta no pagamento de juros não impediu que o superávit primário maior levasse a um déficit nominal em leve queda", observa o economista-chefe do Banco Fator, Luiz Francisco de Lima Gonçalves.

Não é nenhuma tragédia fiscal também porque o mercado parece estar conformado com a situação: a arrecadação não deverá reagir a ponto de permitir o cumprimento da meta de 2,3% do PIB; como o Banco Central não está perseguindo a meta central de inflação, de 4,5%, nem para este ano, nem para o próximo, não se exigirá adicionalmente esforços fiscais hercúleos; mas o importante é que, mesmo na inevitabilidade de um superávit de 1,5% no fim do ano, Mantega impeça a ação dos seus prestidigitadores contábeis.

Fonte: Brasil Econômico

Análise: Desafio dos EUA é acelerar economia com fim do 'dinheiro barato'

O resultado do PIB americano no segundo trimestre e a revisão dos dados econômicos dos EUA desde 1929 mostraram uma economia com crescimento mais forte que o esperado, mas ainda insuficiente e com um enorme desafio para o governo de Barack Obama: acelerar o ritmo quando for extinta pelo Fed (banco central americano) a "era do dinheiro barato".
O resultado divulgado nesta quarta (31) mostrou que a maior economia mundial cresceu 1,7% de abril a junho em relação aos três meses anteriores na taxa anualizada. O resultado foi maior que o esperado por analistas (estimavam algo em torno de 1%), mas é preciso levar em conta que o avanço dos primeiros três meses deste ano foi menor do que apontavam os cálculos anteriores do governo: de 1,8% ficou em 1,1%.

Ou seja, na média do semestre ficou tudo na mesma.

Mesmo considerando que o crescimento de 2012 foi revisado para cima (de 2,2% para 2,8%), a média do avanço dos últimos quatro trimestres é modesta: 1,4%.

A expectativa de analistas é que o segundo semestre seja mais positivo, já que alguns setores da economia, como o imobiliário, vêm demonstrando melhoras significativas.

A grande questão é se a economia vai realmente acelerar seu ritmo de maneira mais consistente quando o Fed retirar seus estímulos.

TÍTULOS

O BC americano já sinalizou que vai começar a desmontar o programa de compra mensal de US$ 85 bilhões de títulos do Tesouro quando a economia crescer de modo mais forte. Esse programa visa reduzir os juros da economia e estimular os gastos dos consumidores e o investimento.

Nas vezes anteriores em que o Fed acabou com um programa de estímulo (a atual é a terceira rodada desde 2008), teve de voltar atrás porque a economia logo retornou para um ritmo morno.

Neste momento, a economia mostra os melhores sinais desde o fim da crise, em 2009, o que aumenta as chances de o programa começar a ser desmontado ainda neste ano.

EXPORTAÇÕES

Porém, o cenário externo está muito mais nebuloso, o que vai dificultar a vida do setor exportador americano (além da valorização do dólar, que está em pleno curto e tira a competitividade no cenário externo).

A economia chinesa (segundo maior destino das exportações americanas e principal fornecedor de produtos baratos) vem perdendo fôlego, assim como grande parte dos emergentes, o Brasil inclusive, e tudo indica que a era de crescimento acima de 10% chegou ao fim --o número agora parece mais perto de 7%.

A Europa mostra sinais apenas tímidos de recuperação, e o Japão tenta voltar a ser um competidor no mercado externo, com a desvalorização da moeda local, o iene.

Resta saber se o consumo interno americano vai ser suficiente para compensar a perda no front externo e se esse é o modelo ideal de crescimento, já que Obama prometeu mais de uma vez que iria reduzir a dependência que o PIB americano tem do gastos dos seus consumidores (algo em torno de dois terços da economia).

Fonte: Folha de S. Paulo

PIB dos EUA eleva expectativa por corte e dólar vai a R$ 2,30

O crescimento acima do esperado da economia americana no segundo trimestre aumentou a percepção no mercado de que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, deve começar a reduzir o estímulo econômico naquele país já em setembro, o que poderia diminuir o volume de dólares investidos em países como o Brasil.

Para injetar recursos na economia, a autoridade monetária americana recompra mensalmente desde 2009 US$ 85 bilhões em títulos emitidos pelo governo. E parte desse dinheiro se reverte em investimentos financeiros, inclusive em mercados emergentes, como o brasileiro --que tendem a ser reduzidos se o incentivo monetário for cortado.
Diante de indicadores econômicos positivos nos EUA, o Fed já afirmou que pretende encerrar o programa de estímulo em meados de 2014, mas deixou incerto quando o processo terá início.

Com a expansão do PIB dos EUA anunciada nesta quarta-feira (31), o dólar disparou em relação ao real logo após a abertura do mercado, com a moeda americana chegando a R$ 2,30 --nível que foi atingido pela última vez em março de 2009--, forçando o Banco Central a atuar pesadamente no câmbio.

PIB dos EUA tem nono mês seguido de crescimento
A autoridade promoveu três leilões de swap cambial tradicionais --que equivalem à venda de dólares no mercado futuro-- injetando ao todo US$ 2,248 bilhões no mercado de câmbio.

A medida não foi suficiente para conter a alta do dólar à vista --referência para as negociações no mercado financeiro--, que, às 12h36, subia 0,95%, cotado em R$ 2,297 na venda. No mesmo horário, o dólar comercial --utilizado no comércio exterior-- avançava 0,78%, para R$ 2,298.

"O movimento está ligado diretamente aos Estados Unidos", diz Paulo Gala, estrategista da Fator Corretora. "Puxado pelo consumo, o crescimento dos EUA foi um pouco melhor que o esperado e mostra que a economia americana está engatando. Dados positivos do mercado de trabalho divulgados hoje nos EUA também contribuem para essa análise", completa.

De acordo com Gala, um possível corte antecipado nos estímulos econômicos nos EUA, a princípio, traria impactos negativos aos demais países, como o Brasil.

"Os dados devem ser suficientes para que o Fed comece a cortar seu programa de estímulo já em setembro. O impacto disso no Brasil seria uma pressão maior para a subida da taxa de juros no longo prazo e uma maior desvalorização do real em relação ao dólar, uma vez que os recursos tendem a deixar o país em direção aos EUA, reduzindo a oferta da moeda americana em nosso mercado e pressionando sua cotação para cima", explica.

Hoje termina mais um encontro do Fed nos EUA e, no meio da tarde, o mercado vai conhecer a decisão do BC americano tanto sobre o programa de estímulo quanto para a taxa de juros no país --atualmente em seu menor patamar histórico, perto de zero.

"Quando o Fed encerrar seu programa de estímulo nos EUA, é provável que ele também aumente a taxa de juros por lá, o que deixaria os títulos do Tesouro americano, que são remunerados por essa taxa e considerados de baixo risco, mais atraentes aos investidores. Apenas a perspectiva de que isso deverá acontecer já está causando migração de recursos dos países emergentes, como o Brasil, para os EUA", diz Hamilton Alves, estrategista do BB Investimentos.

Em meio a esse cenário, o Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa brasileira, registrava queda de 0,53% às 12h36, para R$ 48.302 pontos. O índice acumula ganho em torno de 1,8% em julho e caminha para fechar seu primeiro mês positivo no ano.

"Mas, se o Fed disser hoje que vai começar a cortar o estímulo já em setembro, o Ibovespa pode perder esse ganho acumulado em julho no último dia do mês", alerta Alves.

Fonte: Folha de S. Paulo

Queda de 3,4% em julho leva o Índice de Confiança do Comércio ao nível mais baixo desde março de 2010

Rio de Janeiro- O Índice de Confiança do Comércio (Icom) atingiu em julho o menor nível da série histórica iniciada em março de 2010, divulgou hoje (31) a Fundação Getúlio Vargas. A queda registrada alcançou 3,4%, taxa 0,4 ponto percentual menor que a de junho, que chegou a 3%.

De acordo com a FGV, os resultados sugerem desaceleração do setor no início do terceiro trimestre de 2013, com piora concentrada na avaliação do momento presente, enquanto as expectativas para o futuro variaram com menor força. Uma possível explicação para esse comportamento apontada pela fundação são os protestos realizados em diversas cidades do país.

Na comparação do trimestre encerrado em julho com o mesmo período do ano passado, a taxa que avalia a situação atual recuou 4,6%, 0,7 ponto percentual a mais que junho, em que a retração tinha sido 3,9%. A diferença fica mais expressiva quando analisados os meses isoladamente. Em julho deste ano, em relação ao do ano passado, a taxa caiu 7,7%, enquanto em junho havia recuado 3,7% na mesma base de comparação.

A variação do Índice de Expectativas, que mede o otimismo ou o pessimismo dos comerciantes, aumentou de -2,5% para -2,6% do trimestre encerrado em junho para o trimestre encerrado em julho, ambos comparados aos mesmos períodos do ano passado. Nos dados mensais, houve melhora da situação, com a variação do índice evoluindo positivamente de -3,7% em junho para -1,6% em julho.

Fonte: Agência Brasil

Sem impostos e fretes, preços de produtos em portas de fábricas sobem 1,33% de maio a junho

Rio de Janeiro- Mesmo sem a incidência de impostos e do frete, o preço de produtos na porta de fábricas subiu 1,33% de maio a junho, de acordo com o Índice de Preços ao Produtor (IPP) divulgado hoje (31) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O aumento é o maior desde maio do ano passado, quando o indicador chegou a 1,69%. No acumulado entre janeiro e junho, o IPP aumentou para 1,56%. Já nos últimos 12 meses a alta chega a 4,25%.

Em junho, 19 atividades avaliadas pelo IBGE tiveram reajuste de preços, de um total de 23, sendo que no mês anterior a alta foi verificada em 17. As maiores contribuições para o IPP partiram das atividades de fumo (4,73%), papel e celulose (4,4%), outros equipamentos de transporte (4,11%), além de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (2,99%). O maior peso, no entanto, para a alta de 1,33% do IPP partiu do ramo alimentos.

Fonte: Agência Brasil

Conquistas da nova classe média devem sobreviver à desaceleração

A recente desaceleração da economia brasileira e de outros países emergentes pode frear o processo de redução da pobreza e expansão da chamada "nova classe média" ou "classe C" nesses países, mas não deve significar uma reversão das conquistas da classe na última década.
Essa é a avaliação de especialistas no tema de redução da pobreza ouvidos pela BBC Brasil, como o brasileiro Francisco Ferreira, economista-chefe do Grupo de Pesquisa em Desenvolvimento do Banco Mundial.
"Se o critério para a classificação de indivíduos como pobre ou classe média é puramente a renda, evidentemente é possível que uma família específica que esteja no que chamamos de faixa de vulnerabilidade volte para a pobreza ─ por exemplo, se algum de seus membros ficar desempregado", diz Ferreira.
"Mas estamos falando de casos individuais. Não acredito que uma desaceleração possa reverter os ganhos sociais dos últimos anos de forma generalizada ─ o que podemos ter é uma freada no ritmo dos avanços."
Jens Arnold, economista sênior da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) especializado em Brasil, e Homi Kharas, do programa em Economia Global e Desenvolvimento do Brookings Institution, nos EUA, concordam que a expansão da classe média brasileira e de outros emergentes seria um fenômeno "sustentável".
"No Brasil em especial, temos um processo de redução das desigualdades amparado em tendências bem estabelecidas como o avanço no acesso a educação e a redução das diferenças salariais entre trabalhadores qualificados e não qualificados, além de políticas de transferência de renda que dificilmente serão revertidas", afirma Arnold.

Classificação
Segundo dados da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), ligada ao governo brasileiro, de 2001 a 2011 cerca de 35 milhões de brasileiros deixaram a pobreza para serem incluídos nas fileiras da nova classe média, segmento que hoje incluiria 53% da população.
Os critérios para classificação de uma família nesse grupo, porém, são tema de amplo debate. Pelos parâmetros da SAE, fazem parte da classe média indivíduos com renda entre R$ 291 e R$ 1.019 mensais, ainda que vivam em moradias precárias, sem saneamento básico, por exemplo.
No caso do Banco Mundial, são considerados de classe média indivíduos que recebem entre US$ 10 e US$ 50 por dia, ou entre US$ 300 (R$ 680) e US$ 1500 (R$ 3.400) por mês.
Segundo explica Ferreira, os que vivem com uma renda diária de US$ 4 a US$ 10 ─ o que equivale a um salário mensal de US$ 120 a US$ 300 (R$ 272 a R$ 680) ─ seriam parte de uma espécie de classe média baixa considerada "vulnerável", que incluiria 37,5% da população latino-americana.
"Nossa estimativa é que, com essa renda, os indivíduos tem um risco de mais de 10% de voltar para a pobreza em 5 anos. Por isso eles são considerados vulneráveis", diz.
Durante os protestos que tomaram as principais cidades do país no mês passado, uma das hipóteses levantadas por observadores e analistas era que algumas pessoas teriam saído às ruas motivadas pelo "medo" de ter seus ganhos da última década revertidos em um cenário de maior inflação e menor crescimento econômico ─ apesar de os níveis de desemprego brasileiros ainda estarem historicamente baixos.

Protestos
"Não acho que esse medo seja tão significativo, mas o que concluo desses movimentos é que a expansão da classe média deve ter um efeito importante sobre o equilíbrio político do país, embora a essa altura seja difícil estimar qual será tal efeito", opina Ferreira.
"No longo prazo poderíamos ter uma pressão mais consistente por melhorias nos serviços públicos, por exemplo."
Kharas, do Brookings Institution, vê na expansão da classe média o elemento de ligação entre os protestos brasileiros e os ocorridos recentemente em outros países em desenvolvimento, como os protestos por mais segurança na Índia, organizadas após uma estudante ser estuprada em Déli; a onda de manifestações iniciada na Turquia por um projeto de urbanização que destruiria um parque na praça Taskim e os protestos ocorridos na Indonésia em junho por causa do aumento dos combustíveis.
"Em todos esses países temos uma classe média em expansão, em um contexto em que é cada vez mais fácil se organizar por internet e a repressão política é menos aceitável", diz Kharas.
"As classes médias dependem muito dos serviços públicos e boas regulamentações governamentais para manter seu padrão de vida, então é natural que a pressão pela melhoria da eficiência desses serviços cresça com a expansão de tal classe em diversas partes do globo."
O economista admite que há "evidências contraditórias" sobre a agenda política das classes médias de países emergentes, o que faz com que seja difícil prever os resultados no médio e longo prazo de ondas de protestos como essas.
Alguns grupos tendem a ser mais conservadores e até apoiam regimes autoritários, enquanto outros são mais liberais.
"Mas, apesar dos riscos, tais movimentos representam oportunidades importantes para se criar mecanismos que garantam políticas públicas mais eficientes e um maior engajamento do governo e das classes políticas com os cidadãos."

Fonte: BBC Brasil

terça-feira, 30 de julho de 2013

Redução da conta de luz pode custar R$ 6,7 bilhões para o contribuinte

Parte dos recursos de fundo criado pelo governo para reembolsar empresas do setor cobriu outras despesas.

BRASÍLIA - O governo federal não tem mais recursos em fundos setoriais para as indenizações que terá de pagar às empresas do setor elétrico. Essas empresas aderiram ao pacote de renovação antecipada das concessões, que bancou o desconto médio de 20% na conta de luz para os consumidores.
A redução foi anunciada por Dilma Rousseff em cadeia nacional de rádio e televisão. Com saldo insuficiente para essa despesa, caberá ao Tesouro Nacional e, em última instância, ao contribuinte, desembolsar pelo menos R$ 6,7 bilhões nos próximos quatro anos para reembolsar as companhias.

Parte do dinheiro do fundo que foi criado para indenizar as concessionárias foi transferido para bancar outra despesa. Em maio, R$ 2,5 bilhões saíram da Reserva Global de Reversão (RGR) para outro fundo, a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que financia o gasto com as usinas térmicas, programas para a população de baixa renda, Luz para Todos e alguns subsídios.

Essa operação, descoberta pelo Estado, vem sendo mantida sob sigilo pelo governo. O motivo da transferência é que a CDE não tinha saldo suficiente para pagar as despesas com as térmicas e com subsídios que tiveram de ser elevados porque Cesp, Cemig e Copel não quiseram renovar suas concessões.Com a operação, o saldo da RGR baixou para algo em torno de R$ 2,4 bilhões.

Conforme dados da movimentação financeira do fundo, o governo pagou R$ 7,9 bilhões em janeiro para as empresas que optaram por receber o dinheiro à vista. Restavam R$ 12,1 bilhões, a ser pagos em parcelas mensais nos próximos quatro anos. Três parcelas foram pagas, em fevereiro, março e abril, totalizando R$ 1,5 bilhão. Como os dados de maio, junho e julho não foram disponibilizados, estima-se que outros R$ 1,5 bilhão tenham sido pagos nesse período. Faltariam, portanto, R$ 9,1 bilhões em indenizações.

Como o saldo do fundo está em R$ 2,4 bilhões, faltam recursos para pagar, pelo menos, R$ 6,7 bilhões em números de hoje. Esses valores serão atualizados pelo IPCA e acrescidos de remuneração de 5,59% ao ano. Como a RGR foi praticamente extinta, a entrada de recursos no fundo é insuficiente para pagar essa conta.

Ainda com base na média mensal de indenizações, de cerca de R$ 500 milhões, até o fim do ano o saldo da RGR terá chegado a zero, sem que o total das indenizações tenha sido pago. Para se ter ideia do tamanho da conta, no início do ano, o fundo contava com um saldo de R$ 15,258 bilhões. Não se sabe como o governo vai cobrir esse buraco. Fontes confirmam que a equipe econômica também não sabe ainda como repor as perdas. A ideia do governo era usar dinheiro a receber da usina de Itaipu, mas, na semana passada, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, descartou essa hipótese e confirmou que serão despesas primárias.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Russa Uralkali sai de cartel de potássio; vê queda do preço por competição

MOSCOU, 30 Jul (Reuters) - A russa Uralkali desmantelou uma das maiores parcerias do mundo no setor de potássio, deixando uma joint venture com o seu parceiro da Belarus, em um movimento que pressionará os preços globais da matéria-prima em cerca de 25 por cento em função do aumento da competição, segundo a companhia.

O desmembramento da Belarus Potash Company (BPC) pode causar uma guerra de preços e deixa a Canpotex, da América do Norte, no domínio das exportações de potássio, ingrediente importante para a fabricação de fertilizantes.

A decisão também pode levar a cancelamentos de projetos pelas rivais, uma vez que a indústria sofre com os preços mais baixos. Mas pode favorecer melhores acordos com os agricultores, os consumidores finais dos fertilizantes.

A BPC e Canpotex (formada por Potash Corp, Mosaic e Agrium Inc) foram responsáveis ​​por 70 por cento do comércio mundial de potássio. O duopólio havia estabelecido preços idênticos em mercados-chave como a China e a Índia.

"Nos últimos anos, a BPC e a Canpotex... conseguiram aumentar os preços do potássio bem acima dos custos de produção", afirmou um executivo de uma grande empresa de potássio na Índia, pedindo para não ser identificado.

A Uralkali disse que estava saindo depois de chegar a um "impasse" sobre as vendas, e que deverá exportar todo seu potássio por meio de sua trading com sede na Suíça, disse o presidente-executivo da companhia, Vladislav Baumgertner.

"Em um futuro próximo, a competição global pode se tornar mais forte --isso pressionará os preços."

A decisão pode levar a uma queda no preço global de potássio para menos 300 dólares por tonelada no segundo semestre de 2013, ante os atuais 400 dólares por tonelada, disse a empresa.

Preços mais baixos dos fertilizantes podem resultar em aumento da demanda de agricultores sensíveis ao preço na Ásia.

As ações da Uralkali caíram quase 20 por cento após o anúncio.

A Uralkali e a fabricante de potássio de Belarus, a Belaruskali, foram parceiros por oito anos na BPC, representando 43 por cento do mercado mundial de exportação de potássio.

A Uralkali disse que tinha deixado o empreendimento porque Belaruskali fez um certo número de entregas de fertilizantes fora da parceria.

"É como se a Arábia Saudita decidisse deixar a Opep --os preços do petróleo cairiam imediatamente", disse o operador Dmitry Ryzhkov, da Renaissance Capital.

"Esta decisão foi uma surpresa para nós", disse um gestor importante da Belaruskali, que pediu para não ser identificado, disse.

A Belaruskali não quis comentar a decisão oficialmente.

O presidente da Uralkali disse que a empresa havia informado a Belaruskali verbalmente na segunda-feira e, em seguida, formalmente na terça-feira. A BPC não estava disponível para comentar o assunto.

A Uralkali tem planos para aumentar suas vendas de potássio a 13 milhões de toneladas em 2014 e a 14 milhões de toneladas em 2015, ante 10,5 milhões de toneladas em 2013, disse Baumgertner. A empresa vai tentar expandir a seu mercado na China, Índia e Brasil.

NOVOS PROJETOS

A queda de preços poderia causar o cancelamento ou o adiamento de novos projetos de potássio, disse o analista do Raffeisenbank Konstantin Yuminov.

A mineradora BHP Billiton tem planos para um projeto no oeste do Canadá, o que seria a maior mina de potássio do mundo, com início previsto para 2017.

A BHP deverá tomar uma decisão sobre o projeto de 14 bilhões de dólares em seu próximo ano fiscal. Os executivos da indústria rivais questionaram a rentabilidade do projeto em níveis de preços atuais.

A BHP se recusou a comentar sobre o impacto da mudança da Uralkali.

A Uralkali disse ainda que iria atrasar sua mina Polovodovsky, que custaria cerca de 2,4 bilhões de dólares. Outros projetos de potássio cancelados ou atrasados incluem o projeto Rio Colorado, da Vale, na Argentina.

Fonte: Reuters Brasil

Subsídios a programas federais podem criar novo ‘esqueleto’ no Tesouro

Segundo economista do Ipea, pagamentos devidos pelo Tesouro em subsídios e subvenções que ficaram dos anos anteriores cresceram 48,6% desde 2012, e já chegam a R$ 15,9 bi.

BRASÍLIA - O apoio financeiro federal a programas como o Minha Casa, Minha Vida e os empréstimos a juros abaixo dos de mercado do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pode estar formando um novo "esqueleto" nas contas públicas, afirma o economista Mansueto Almeida, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Isso porque o Tesouro Nacional tem de pagar aos bancos oficiais responsáveis por esses programas a diferença entre o juro cobrado dos tomadores e o custo de captação dos recursos, que correspondem aos subsídios. Porém, esses repasses estão sendo represados e transferidos de um ano para outro.

"Para mim é um esqueleto, porque não conhecemos exatamente o montante, mas sabemos que é brutal", disse Almeida. "É uma conta grande que estão jogando para o futuro."

Ele fez um levantamento no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), que é a base de dados onde são registrados todos os gastos do governo. Lá, constatou que há um estoque de R$ 15,9 bilhões em pagamentos devidos pelo Tesouro por conta de subsídios e subvenções inscritos em "restos a pagar". Isso significa que esses valores deveriam ter sido quitados em anos anteriores, mas não o foram e ficaram como pendência para 2013.

Os números mostram também que o volume de "restos a pagar" de subsídios e subvenções aumentou 48,6% em comparação com 2012. Para o economista, isso é uma indicação de que a prática de adiar esses pagamentos está se intensificando.

"Essa é uma conta que o Tesouro paga quando quer, porque os grandes credores são bancos oficiais", disse. Além do Minha Casa, Minha Vida e do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), do BNDES, há um volume grande de subsídios nos programas de financiamento rural do Banco do Brasil.

Nesta segunda-feira, o BNDES também anunciou a redução nos juros do Programa Prorenova, destinado a empresas agrícolas que queiram renovar ou expandir canaviais. O juro foi para 5,5% ao ano, o que significa praticamente uma taxa negativa, já que a inflação vem rondando a casa dos 6%. O banco disse esperar encerrar o ano com uma carteira de R$ 3 bilhões em financiamentos.

Adiamento
Há duas semanas, o governo anunciou um corte de R$ 10 bilhões em suas despesas deste ano, dos quais R$ 2,5 bilhões ocorrerão nos gastos com subsídios e subvenções. No entendimento de Almeida, não se trata de uma redução efetiva de despesas. Seria apenas um adiamento, como já vem ocorrendo.

Pelos dados do Siafi, o Tesouro não pagou este ano nenhum centavo ao BNDES por conta dos subsídios gerados pelo PSI. Tampouco foram transferidos à Caixa valores referentes aos programas de habitação para famílias de baixa renda.

O economista aponta ainda uma discrepância entre os dados do Siafi e as contas do próprio BNDES. O sistema mostra pagamentos pendentes de R$ 6,3 bilhões ao banco, mas este registrou em seu balanço que tem R$ 12 bilhões a receber do Tesouro Nacional.

Almeida levanta a hipótese de o Tesouro não haver ainda contabilizado todo seu débito. Em dezembro, o Ministério da Fazenda baixou uma portaria pela qual, desde abril de 2012, os subsídios nas operações com o BNDES só serão devidos 24 meses após apurados.

Ainda de acordo com Almeida, com a aproximação dos leilões de concessão em infraestrutura, a tendência é que a conta de subsídios dê um salto.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Cálculo do FMI para dívida não é o mais correto, diz Banco Central

Chefe-adjunto do Departamento Econômico do BC sustenta defesa do ministro Mantega, que enviou ao FMI um pedido de mudança da metodologia de cálculo da dívida pública do País.

BRASÍLIA - O chefe-adjunto do Departamento Econômico do Banco Central, Fernando Rocha, afirmou nesta terça-feira, 30, que a metodologia de cálculo da dívida bruta do governo geral utilizada pela instituição é a mais correta. "O BC está seguro de que a forma mais correta para o caso brasileiro é a utilizada pelo BC e não a utilizada pelo FMI", afirmou.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, enviou correspondência este mês à diretora gerente do FMI, Christine Lagarde, pedindo alteração na metodologia de cálculo da dívida bruta brasileira. Pelos critérios oficiais do País, ela fechou 2012 em 58,7% do Produto Interno Bruto (PIB). Nas contas do organismo multilateral, ela chega a 68% do PIB.

Segundo Rocha, o BC só contabiliza na dívida os títulos da carteira da instituição efetivamente utilizados nas operações compromissadas. Não estão contabilizados os títulos que fazem parte da carteira livre do BC. O FMI, por outro lado, considera todos esses papéis na definição da dívida bruta. "O FMI considera o total de títulos que estão com o BC, quer estejam sendo utilizados quer estejam na carteira livre. É por isso que a dívida é maior no conceito do FMI. É uma diferença conceitual."

Rocha afirmou ainda que a dívida bruta do País vem se reduzindo, quando se considera a trajetória de longo prazo. Disse ainda que, na comparação internacional, o porcentual não é elevado, embora apresente ligeiro aumento no ano. Ele destacou ainda que, mesmo pelo critério do FMI, a conta tem se reduzido, por conta dos resgates de dívida mobiliária do Tesouro.

Questionado sobre o pedido do ministro Mantega ao Fundo, Rocha reafirmou que o conceito do BC é o mais adequado para avaliar o nível e a trajetória da dívida brasileira.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Setor público tem superávit primário de R$ 5,429 bilhões

Em 12 meses até junho, a economia feita para pagamento de juros foi equivalente a 2% do Produto Interno Bruto (PIB).

O setor público consolidado - governos federal, estaduais e municipais e as empresas estatais - registrou superávit primário de R$ 5,429 bilhões, em junho, informou nesta terça-feira (30/7) o Banco Central (BC). No mesmo mês do ano passado, esse resultado ficou em R$ 2,794 bilhões.

No primeiro semestre, o superávit primário chegou a R$ 52,158 bilhões, menor que o resultado de igual período do ano passado (R$ 65,659 bilhões).

Em 12 meses encerrados em junho, o superávit primário alcançou R$ 91,450 bilhões, o que representa 2% de tudo o que o país produz - Produto Interno Bruto (PIB).

O superávit primário é a economia de recursos para pagar os juros da dívida pública. O esforço fiscal permite a redução, no médio e no longo prazos, do endividamento do governo. Desde o fim dos anos 1990, o governo segue uma meta de superávit primário.

Neste mês, o governo anunciou que corte adicional no Orçamento para assegurar o cumprimento da meta de superávit primário de R$ 110,9 bilhões, 2,3% do PIB, este ano. Originalmente, a meta para 2013 totalizava R$ 155,9 bilhões (3,1% do PIB), mas o próprio governo decidiu reduzir o esforço fiscal em R$ 45 bilhões.

O corte adicional de R$ 10 bilhões no Orçamento Geral da União, anunciado no dia 22 deste mês, tem como objetivo criar uma reserva para uma eventual frustração das metas fiscais dos estados e municípios. O novo contingenciamento (bloqueio) entrará como uma reserva adicional de superávit primário - economia para pagar os juros da dívida pública.

Pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o Governo Central - Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central - tem de economizar R$ 63,1 bilhões, já levando em conta o abatimento de até R$ 45 bilhões de gastos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e de perda de receitas com desonerações. Os estados e municípios precisam economizar R$ 47,8 bilhões para totalizar a meta.

Com o novo corte, o volume contingenciado aumentou de R$ 28 bilhões para R$ 38 bilhões. Os investimentos e programas sociais foram preservados.

No mês, o Governo Central (Banco Central, Tesouro Nacional e Previdência Social) registrou superávit de R$ 1,424 bilhão. As empresas estatais, excluídos os grupos Petrobras e Eletrobras, registraram R$ 836 milhões de superávit primário.

Os governos estaduais apresentaram superávit de R$ 3,401 bilhões, enquanto os municipais tiveram déficit primário de R$ 233 milhões.

Mas o esforço fiscal do setor público não foi suficiente para cobrir os gastos com os juros que incidem sobre a dívida. Esses juros chegaram a R$ 17,627 bilhões, em junho, e a 118,093 bilhões, no primeiro semestre. Em 12 meses encerrados em junho, os gastos com juros chegaram a R$ 220,929 bilhões, o que correspondeu a 4,82% do PIB.

Com esses resultados, foi registrado déficit nominal, formado pelo resultado primário e as despesas com juros, de R$ 12,198 bilhões, no mês passado, R$ 65,935 bilhões, no semestre, e 129,479 bilhões em 12 meses (2,83% do PIB).

O BC informou ainda que a dívida líquida do setor público chegou a R$ 1,580 trilhão em junho. Esse resultado correspondeu a 34,5% do PIB, contra 34,8% registrados em maio.

Outro indicador divulgado pelo BC é a dívida bruta do governo geral (governos federal, estaduais e municipais), muito utilizado para fazer comparações com outros países. No caso da dívida bruta, em que não são considerados os ativos em moeda estrangeira, mas apenas os passivos, a relação com o PIB é maior. Em junho, ficou em R$ 2,715 trilhões, o que corresponde a 59,3% do PIB. Em maio, essa relação estava em 59,6%.

Fonte: Brasil Econômico

Aposta de recuperação do Japão tem efeitos mundiais

Por quase duas décadas, o Japão tem sido amplamente irrelevante para a economia mundial. O país ficou preso em uma órbita de decadência, um espetáculo deprimente, mas com poucos impactos para outros países.

Para o bem ou para o mal, esse período agora está no fim.

O governo do primeiro-ministro Shinzo Abe embarcou numa aposta de alto risco para escapar da ameaça de crescimento irrisório e queda nos preços usando uma combinação de gastos governamentais, crédito fácil e uma ambiciosa reforma na tradicional economia japonesa.
Se a chamada "Abeconomia" for bem-sucedida, a então terceira maior economia do mundo pode reemergir como um importante motor de crescimento num momento em que a Europa está estagnada e a China se desacelera. Se ela falhar, a montanha de dívidas do governo japonês pode desmoronar e afetar a economia global.

"Ela definitivamente tem potencial para ser um grande choque", diz Michael Manetta, economista da Roubini Global Economics. "Em termos de comportamento de mercados de capitais, ela provavelmente seriaparecida ao que vimos depois do [colapso do] Lehman Brothers."

O Fundo Monetário Internacional tem apoiado os esforços do Japão para desatar o crescimento. Uma recuperação japonesa seria "claramente uma vitória para a economia global", diz Jerry Schiff, chefe da missão do FMI para o Japão. "Ela seria um benefício significativo em um momento em que não há muitos condutores do crescimento global."

Ao mesmo tempo, as preocupações sobre o que poderia acontecer se a Abeconomia desandar estão aumentando. O FMI listou recentemente essa possibilidade como um dos maiores riscos da economia global.

Um possível cenário de desastre econômico: o tamanho da dívida do governo do Japão, que é de quase 150% o PIB do país, é muito maior do que de qualquer uma das grandes economias. Os investidores até agora continuam emprestando ao governo japonês a taxas de juros bem baixas, o que permite que ele pague seus compromissos com facilidade.
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Mas se o crescimento não se materializar, os investidores podem começar a duvidar da capacidade do governo de pagar. "O risco é de os investidores passem a se preocupar com a sustentabilidade da dívida e exigir taxas de juros mais altas", escreveu o economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard, este mês.

Para evitar um calote, o governo pode pressionar o banco central a continuar comprando a dívida, processo que poderia desencadear hiperinflação. A queda nos padrões de vida dos japoneses, uma crise bancária e um aumento nos juros poderia ter efeitos na região e afetar a já frágil economia mundial.

"Um grande aumento nos rendimentos [dos títulos de dívida do governo japonês] pode ter importantes efeitos globalmente", disse Schiff, do FMI. "Tem potencial de afetar a economia global de uma forma não trivial."

De fato, os economistas advertiram por anos que a dívida do Japão é insustentável. Mas os investidores têm dado de ombros, em grande parte porque até 95% da dívida é mantida pelos próprios japoneses, famosos pela sua parcimônia, por meio de bancos, seguradoras e fundos de pensão.

Em algum momento, no entanto, o mercado doméstico de dívida ficará saturado e novos títulos do governo terão de ser comprados por investidores estrangeiros, que são mais volúveis. No prazo de três ou quarto anos, as poupanças das famílias devem começar a cair à medida que mais japoneses se aposentam.

"Se eles não tiverem as coisas resolvidas até lá, será bem difícil, porque a demanda natural [por títulos do governo] que tem sido sustentada pelas economias das famílias vai começar a evaporar", diz Manetta.

O governo de Abe já disparou a primeira das suas "três flechas": indicou um novo presidente para o banco central, que inundou a economia de dinheiro. A segunda flecha, a política fiscal, foi apenas parcialmente disparada. Foi dado início a um estímulo fiscal, mas não foi anunciado ainda um plano de médio prazo para elevar impostos e reduzir gastos.

Para um impacto maior na economia, Abe precisa usar a terceira flecha, pois as medidas em ação até agora tiveram pouco efeito.

O FMI quer mudanças muito mais profundas para encorajar as mulheres a participar da força de trabalho, tornar mais fácil a demissão de trabalhadores mais velhos e desregulamentar o setor agrícola e de serviços.

Se a terceira flecha falhar, a Abeconomia irá provavelmente desandar e conseguir apenas uma pilha ainda maior de dívida.

A Abeconomia representa a melhor — e provavelmente última — chance para o Japão evitar uma crise de dívida que poderia voltar a adiar a recuperação mundial.

Fonte: The Wall Street Journal

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Confiança da indústria cai 4% em julho e tem menor nível desde 2009 - FGV

SÃO PAULO, 29 Jul (Reuters) - O Índice de Confiança da Indústria (ICI) recuou 4,0 por cento em julho em relação ao que foi registrado no final do mês anterior, ao passar de 103,8 pontos para 99,6 pontos, atingindo o menor nível desde julho de 2009 (95,7), informou a Fundação Getúlio Vargas nesta segunda-feira.

Essa foi a segunda queda seguida do ICI, uma vez que em junho o indicador ICI havia recuado 1,1 por cento.

"A combinação de resultados sinaliza desaceleração da atividade industrial no mês e pessimismo moderado das empresas em relação aos meses seguintes", avaliou a FGV em nota.

Em julho, o Índice da Situação Atual (ISA) também recuou 4,0 por cento, para 100,6 pontos. O indicador que mais contruibuiu para esse resultado foi o que mede o nível atual de demanda, com queda de 6,2 por cento, para 95,8 pontos, o menor nível desde julho de 2009 (94,1).

A proporção de empresas que avaliam o nível de demanda atual como forte caiu de 13,4 por cento em junho para 12,0 por cento em julho. Já a parcela de empresas que o consideram fraco aumentou de 11,3 por cento para 16,2 por cento.

Já o Índice de Expectativas (IE) caiu 4,1 por cento, para 98,6 pontos. O destaque para esse resultado ficou com o quesito que trata do emprego previsto, com queda de 4,6 por cento em julho, para 105,1 pontos, o menor patamar desde outubro de 2011 (104,9).

A proporção de empresas que preveem aumento no total de pessoal ocupado nos três meses seguintes caiu de 20,8 por cento em junho para 16,0 por cento em julho. Já a parcela das empresas que prevê diminuição aumentou apenas ligeiramente de 10,6 por cento para 10,9 por cento.

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) ficou estável em julho em 84,4 por cento em junho.

A queda de confiança vêm se destacando em vários setores da economia. Na semana passada, a FGV divulgou que a do consumidor atingiu em julho o menor nível desde maio de 2009, com recuo de 4,1 por cento, devido à baixa satisfação com a atual situação econômica do país.

Já a confiança da construção voltou a acentuar sua queda depois de três meses seguidos de melhora, recuando 4,0 por cento no trimestre encerrado em julho na comparação com um ano antes.

Diante disso, as estimativas sobre o crescimento do Produto Interno Bruto brasileiro vêm sendo reduzidas nas últimas semanas, e começam a caminhar na direção dos 2 por cento.

Segundo o IBGE, a produção industrial brasileira caiu 2 por cento em maio frente a abril, esfriando as expectativas de uma recuperação mais sólida do setor.

Fonte: Reuters Brasil

Economistas reduzem projeção do juro básico em 2014 a 9,25%

SÃO PAULO, 29 Jul (Reuters) - Economistas de instituições financeiras realizaram pequenos ajustes em suas expectativas econômicas para este ano e o próximo, e veem agora a Selic encerrando 2014 a 9,25 por cento, ante 9,38 por cento anteriormente, de acordo com a pesquisa Focus do Banco Central nesta segunda-feira.

Para 2013, os economistas consultados mantiveram a projeção de que a taxa básica de juros encerrará a 9,25 por cento. E depois de o BC ter elevado a Selic para 8,5 por cento, a expectativa para a reunião de agosto do Comitê de Política Monetária (Copom) é de manutenção do ritmo de aperto com nova alta de 0,5 ponto percentual, repetindo previsão da semana anterior.

Na semana passada, os contratos de juros futuros mais longos chegaram a recuar depois que dados indicando deflação e economia frágil alimentaram a especulação de que o BC conduza um aperto monetário menos agressivo no ano que vem.

Já o Top 5 de médio prazo, com as instituições que mais acertam as projeções nesse período, aponta que a estimativa para a Selic é de 9,50 por cento tanto para este ano quanto para 2014, inalterado ante a semana anterior.

CRESCIMENTO E INFLAÇÃO

Depois de 10 semanas de queda, os economistas deixaram inalterada a expectativa para o crescimento da economia neste ano, mesmo diante de novos sinais de falta de confiança no país.

Assim, a expectativa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013 ficou em 2,28 por cento. Para 2014 a projeção também foi mantida, em 2,60 por cento.

Dados divulgados na semana passada mostraram que a confiança do consumidor atingiu em julho o menor nível desde maio de 2009, com recuo de 4,1 por cento, devido à baixa satisfação com a atual situação econômica do país. Já a confiança da indústria nesta segunda-feira mostrou queda de 4,0 por cento, para o menor nível desde julho de 2009.

O Focus também mostrou que não houve alteração na projeção para a inflação em 2013, permanecendo em 5,75 por cento. Para 2014, a expectativa foi ligeiramente ajustada a 5,88 por cento, ante 5,87 por cento.

Por outro lado, a projeção para o IPCA em 12 meses foi elevada pela quarta semana seguida, a 5,83 por cento, ante 5,78 por cento na semana anterior.

O Focus mostrou ainda que os economistas elevaram ligeiramente a expectativa para o dólar no final deste ano a 2,25 reais, ante 2,24 reais anteriormente.

Fonte: Reuters Brasil