Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Mesmo com diminuição da Selic, remuneração de novos depósitos em poupança continua atraente, diz especialista


Brasília – Mesmo com a decisão anunciada na noite de hoje (10) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) de diminuir a taxa básica de juros, a Selic, em 0,25 ponto percentual para 7,25% ao ano, a remuneração dos novos depósitos em poupança mantém a atratividade. A avaliação é do o vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira.
Em maio deste ano, o governo definiu que, sempre que a taxa Selic for igual ou inferior a 8,5% ao ano, os novos depósitos renderão a Taxa Referencial (TR) mais 70% da Selic. Os depósitos anteriores a 3 de maio continuam a ser remunerados pela regra antiga (0,5% ao mês mais TR).
Segundo Oliveira, mesmo no caso das aplicações em poupança remuneradas pela nova regra, o rendimento ganha da maioria dos casos dos fundos de investimento.
“A caderneta de poupança tem seu ganho garantido por lei e não sofre qualquer tributação, diferentemente dos fundos de renda fixa que têm tributação do imposto de renda sobre seus rendimentos, sendo maior a tributação quanto menor for o prazo de seu resgate, além de ter a taxa de administração cobrada pelos bancos”, explicou.
De acordo com Oliveira, com a Selic em 7,25% ao ano, a poupança nova perde para os fundos, independentemente do prazo de resgate, somente quando a taxa de administração for a mais baixa (de 0,50% ao ano). “Essa taxa, normalmente, é cobrada no caso de aplicações de valores maiores acima de R$ 50 mil”, acrescentou.
Para Oliveira, a maior atratividade da poupança “deverá provocar reduções nos custos das taxas de administração dos bancos para não perderem clientes”.
A alíquota de imposto de renda varia de acordo com o prazo de aplicação. No caso do resgate em até 6 meses, a alíquota é 22,5%. As aplicações com resgate entre seis meses e um ano têm alíquota de 20%. Essa alíquota cai para 17,5%, no caso de resgate entre um ano e dois anos. As aplicações com prazo de resgate acima de dois anos têm alíquota de Imposto de Renda de 15%.
Com a Selic em 7,25% ao ano, os novos depósitos passam a ter um rendimento mensal de 0,4138% ao mês correspondente a um rendimento de 5,08 % ao ano mais TR.
Para os poupadores que têm a aplicação remunerada pela regra antiga, os rendimentos ganham dos fundos de renda fixa em todas as simulações. Isso porque no caso das contas antigas, a remuneração da poupança é 0,50% ao mês (correspondente a um rendimento anual de 6,17%) mais TR.
De acordo com a Anefac, caso um poupador tenha aplicado R$ 10 mil, pelo prazo de 12 meses, com remuneração pela regra antiga, o rendimento seria de R$ 617. Já para os novos depósitos, com a Selic em 7,25% ao ano, o rendimento ficaria em R$ 508. A aplicação em um fundo de investimento, com taxa de administração em 0,5% ao ano, geraria rendimento de R$ 554.

Rendimento mensal líquido dos fundos


Prazo de Resgate
Taxa de Administração ao ano
0,50%
1,00%
1,50%
2,00%
2,50%
3,00%
Até 6 meses
0,43%
0,40%
0,38%
0,35%
0,33%
0,30%
Entre 6 meses e 1 ano
0,44%
0,42%
0,39%
0,37%
0,34%
0,32%
Entre 1 ano e 2 anos
0,45%
0,43%
0,41%
0,38%
0,36%
0,33%
Acima de 2 anos
0,47%
0,44%
0,42%
0,40%
0,37%
0,35%





Amarelo: Poupança é melhor investimento
Vermelho: Fundo é melhor investimento
Azul: Fundo e poupança têm o mesmo rendimento

Fonte: Agência Brasil

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