Com o anúncio do Banco Central Europeu, de que irá comprar títulos dos países com problemas, cresce o otimismo com a atuação do chairman americano Ben Bernanke.
Após avançar 2,56% nesta quinta-feira (6/9), aos 58.321 pontos, amparado pelo anúncio de Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu (BCE), o Ibovespa acumula alta de 2,21% na semana. O giro financeiro na sessão ficou em R$ 6,8 bilhões.
Pela manhã, Draghi disse que realizará compras ilimitadas de bônus da dívida soberana com vencimentos entre um e três anos, de países da Zona Euro que fizerem solicitação. No entanto, os países terão que aceitar as condições de austeridade impostas pela autoridade.
Diante do otimismo generalizado e expectativas com a possível flexibilização monetária nos Estados Unidos, chamada de QE3, que pode ser anunciada na quinta-feira (13/9), o principal índice da bolsa brasileira pode atingir a resistência (ponto que, se superado, indica a possibilidade de continuidade de movimento de alta da ação) de 59 mil pontos.
De acordo com o analista gráfico, Eduardo Matsura, da Souza Barros Corretora, "as chances são grandes de romper essa resistência, pois nesta semana rompeu os 57.700".
Com a valorização, a possibilidade de chegar no suporte (patamar que, se perdido, aponta para uma chance de queda em sequência), que está em 56.200, é quase nula.
Cenário externo
Na sexta-feira (7/9), feriado da Independência do Brasil, será divulgado os dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos. Em julho, houve criação de 163 mil vagas, acima do esperado pelo mercado. "Em outra ocasião, se o dado viesse ruim, os investidores comemorariam, prevendo que viria algum estímulo", aponta Rogério Freitas, sócio da Teórica Investimentos.
No entanto, ele afirma que no último discurso de Ben Bernanke, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), o chairman mudou sua postura e deixou claro que irá atuar mesmo se o mercado mostrar melhora na recuperação.
A consultoria Briefing.com espera que sejam criados 130 mil vagas, já o Bradesco aponta para 120 mil postos em agosto. Ambas instituições acreditam na estabilidade da taxa de desemprego, a 8,3%.
Na Europa, apesar de indicadores importantes, como a produção industrial na Zona do Euro, o mercado deve continuar digerindo o anúncio do presidente do BCE. Porém, o movimento de correção deve prevalecer, diante da alta esticada.
Na quarta-feira (12/9), haverá votação na corte alemã para decidir o futuro dos empréstimos aos países necessitados. "A Alemanha ainda está bem reticente em ceder e colocar mais dinheiro na Zona do Euro, mas vemos que está numa posição que algo precisa ser feito", afirma Marcelo Varejão, analista da Socopa Corretora.
China
No final de semana, serão publicados a produção industrial e as vendas no varejo na China. Dependendo do resultado, as ações de empresas brasileiras ligadas a commodities podem ser penalizadas.
Na opinião de Freitas, a China é o único país que está fazendo políticas a longo prazo. "O governo está mudando o perfil de exportador para ficar mais focado no mercado doméstico e não depender do resto do mundo", analisa.
O modelo de crescimento é bem visto, com crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) entre 4% e 5% nos próximos anos, sustentado pelo consumo interno.
"As empresas que se beneficiaram do boom das commodities na China, como a Vale e as siderúrgicas, terão que se adaptar à nova fase. Se os dados vierem ruins, será bom para os chineses, que querem focar no mercado interno", destaca o sócio.
No Brasil
Logo na segunda-feira (10/9), o mercado vai acompanhar o Índice de Preços ao Consumidor Semana (IPC-S). Além disso, na quarta-feira (12/9), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística informará a pesquisa mensal de emprego no país.
Para fechar a semana, na sexta-feira (14/9), o Banco Central divulgará a prévia da atividade econômica de julho, com expectativa de alta de 0,40%, contra aumento de 0,75% no mês anterior.
Em relação ao mercado acionário, Freitas não aposta na compra das ações das empresas ligadas ao setor de siderurgia, que foram fortemente beneficiadas nesta semana diante do pacote do governo de elevar impostos de 100 produtos importados. "Os papéis estão muito caros e com excesso de confiança, o que pode ser um problema", pontua.
Por outro lado, Matsura acredita que ainda há espaço para as ações da Usiminas (USIM5) crescerem, pois já rompeu uma resistência e está encostando na próxima, que é de R$ 9,64. Se ultrapassar, o valor vai para R$ 11,30. No pregão de hoje, o papel finalizou com avanço de 0,74%, vendida a R$ 9,54.
Fonte: Brasil Econômico
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