Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Baixo crescimento global atinge comércio, vê OMC


A adoção de medidas protecionistas é a pior coisa a ser feita na atual conjuntura econômica, ressaltou diretor da entidade.

O menor crescimento da economia global levou a Organização Mundial do Comércio (OMC) a reduzir sua previsão para a expansão do comércio mundial em 2012, de 3,7% para 2,5%, e também em 2013, de 5,6% para 4,5%.

"Em um mundo cada vez mais interdependente, choques econômicos em uma região podem rapidamente se espalhar para outras. Medidas recentemente anunciadas para reforçar o euro e impulsionar o crescimento dos Estados Unidos são muito bem-vindas", afirmou Pascal Lamy, diretor-geral da OMC, em relatório.

No entanto, o executivo ressaltou que ainda há muito a ser feito para revitalizar o sistema multilateral de comércio, que pode restabelecer a segurança econômica em um momento extremamente necessário.

"A última coisa que a economia mundial precisa agora é a ameaça de protecionismo crescente", ponderou Lamy.

Nos últimos dias, o ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega, criticou a política de estímulos dos Estados Unidos, que gera uma desvalorização do dólar, e faz com que os produtos de outros países percam competitividade.

Os Estados Unidos, por sua vez, criticaram a elevação dos impostos sobre produtos importados recentemente anunciado pelo governo brasileiro.

A OMC destaca que, desde seu último relatório, em abril, a economia global não demonstrou sinais de recuperação, com o mercado de trabalho ainda frágil nos Estados Unidos, a desaceleração da China, e a crise fiscal na Europa que leva as nações periféricas a "ajustes dolorosos".

Esses fatores contribuíram para um abrandamento no crescimento do comércio mundial, pontua a entidade.

O volume do comércio mundial, mensurado pela média das exportações e importações, registrou uma taxa de incremento de 0,3% no segundo trimestre de 2012, na comparação com o período imediatamente anterior. Em bases anuais, o avanço foi de 1,2%.

O fraco desempenho se explica pela forte redução no nível de importações dos países desenvolvidos, combinado com a menor exportação realizada pelas nações em desenvolvimento.

De acordo com os cálculos da OMC, as exportações dos países desenvolvidos devem crescer 1,5% em 2012 (a expectativa anterior era por uma alta de 2%), enquanto para os países em desenvolvimento, a projeção da entidade caiu de 5,6% para 3,5%.

Já entre as importações, a entidade espera agora um crescimento de apenas 0,4% para os países desenvolvidos, contra a estimativa anterior de 1,9%, e para os em desenvolvimento, a expectativa diminuiu de 6,2% para 5,4%.

O cenário traçado pela OMC considera que as medidas políticas adotadas serão suficientes para evitar o rompimento do euro, e que um acordo será alcançado para estabilizar as finanças públicas dos Estados Unidos, evitando cortes de gastos e aumento dos impostos.

Como essas hipóteses de maneira alguma são uma garantia concreta, a entidade pontua que os números projetados por ela devem ser interpretados com cautela.

Caso esse ambiente um pouco mais otimista se confirme, a OMC espera que as exportações dos países desenvolvidos cresçam 3,3% em 2013, enquanto para os países em desenvolvimento, a expectativa é por um aumento de 5,7%.

Para as importações, as projeções apontam para incremento de 3,4%, entre os desenvolvidos, e de 6,1%, entre os em desenvolvimento.

A OMC entende que as chances de os números efetivos ficarem abaixo de sua expectativa são maiores do que uma surpresa positiva, principalmente enquanto durar as incertezas financeiras em torno da Europa.

Fonte: Brasil Econômico

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