Pessimismo que prevalece entre os índices acionários das principais Bolsas com dados fracos de atividade não é o suficiente para colocar o dólar em alta no mercado brasileiro.
Em um dia de valorização do dólar ao redor do globo, com dados fracos na China e na Europa, o câmbio doméstico tem um movimento descolado do restante do mundo e demonstra que a tendência para o dólar no âmbito interno ainda é de baixa, já que opera próximo da estabilidade nesta quinta-feira (20/9).
Dados melhores do que o esperado divulgados nos Estados Unidos amenizam as perdas do mercado.
Após operar em alta na abertura, a moeda americana oscilava com uma leve queda, de 0,04%, frente ao real, negociada a R$ 2,026 para venda.
Por sua vez, o Dollar Index, índice que mede a variação da moeda americana contra uma cesta de divisas, avançava 0,55%, aos 79.487 pontos.
Na China, o setor industrial registrou contração pelo 11° mês seguido, de acordo com o Índice de Gerentes de Compra (PMI) do HSBC, que ficou em 47,8 pontos em setembro.
Na Zona do Euro, o PMI de serviços ficou nos 46 pontos, sendo que, quando fica abaixo dos 50, indica contração no nível da atividade.
Trazendo um pouco de ânimo ao mercado, nos Estados Unidos, o nível de atividade da indústria na região da Filadélfia marcou -1,9 pontos, ante a estimativa dos analistas por um resultado de -4 pontos.
"O dólar não tem parceiros para subir aqui no Brasil, tem que acontecer uma desgraça para ele avançar", pondera Ovídio Soares, operador de câmbio da Interbolsa do Brasil.
"A moeda só não está caindo porque tem o BC como comprador nas costas. Não tem justificativa econômica para ter o dólar em alta", acrescenta o especialista.
A entrada de dólares no país, a expectativa pelo fluxo que ainda deve vir, e a própria credibilidade do país no exterior, impedem uma desvalorização mais acentuada do real.
Na quarta-feira (19/9), o BC informou que o fluxo cambial no país está positivo em US$ 460 milhões em setembro, até o dia 14.
Para esta sexta-feira (21/9), está prevista uma captação do BTG Pactual, via bônus de dez anos, de US$ 500 milhões.
As recentes atuações da autoridade monetária, ressalta Soares, não tem como objetivo colocar o dólar em trajetória ascendente, mas apenas evitar a queda na cotação da divisa.
Alterações que mexam na estrutura do câmbio brasileiro, como mudança no atual patamar do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), ou na regulação sobre as posições vendidas dos bancos, são alguns dos caminhos que a autoridade poderá tomar se optar por um dólar mais desvalorizado, diz Soares.
Fonte: Brasil Econômico
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