Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Brasil pode ampliar artilharia em "guerra cambial"


Ministro da Fazenda demonstra disposição para evitar que o país perca a competitividade.

O Brasil ameaçou nesta sexta-feira (21/9) ser mais agressivo em relação ao capital estrangeiro especulativo, disparando um alerta sobre a chamada "guerra cambial", atribuída pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, à emissão de dinheiro pelos principais bancos centrais.

Mantega disse que o Brasil não permitirá que o real se aprecie excessivamente e que está preparado para tomar todas as ações para impedir isso, incluindo "aquelas que adotamos no passado".

"Se necessário..temos (a opção) de impostos de capital de curto prazo", disse Mantega a repórteres às margens de uma conferência organizada pela The Economist, em Londres.

O governo adotou uma série de medidas desde 2009 com o objetivo de controlar a entrada excessiva de dólares de investidores estrangeiros, mas recentemente reduziu seu escopo.

O Brasil chocou os investidores em outubro de 2009 ao impor impostos sobre algumas categorias de fluxos estrangeiros para ações locais e títulos. À época, o país afirmou que parte desse dinheiro era especulativo e que estava prejudicando a economia.

Mantega tem sido um dos maiores críticos dos programas de compra de ativos chamados de "quantitative easing (QE)" que bancos centrais do Ocidente têm usado para sustentar suas economias, acusando-os de desvalorizar suas moedas para melhorar a competitividade.

Parte dos recursos extras gerados pelos QEs encontraram caminho rumo aos mercados emergentes, em meio a taxas de juros e rendimentos mais altos, provocando ganhos em moedas como o real e a rúpia indonésia.

Mantega disse que a decisão deste mês do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, de adotar uma terceira rodada de compra de títulos, seguida por ação similar do Japão, reacenderá as "guerras cambiais" globais ao forçar outros países a agir para proteger suas próprias economias.

"(Os Estados Unidos e o Japão) estarão estimulando as guerras cambiais uma vez que levarão todos os países também a buscarem essas guerras", disse Mantega. "É natural que outros países se defendam."

Intervenções

O Banco Central do Brasil também tem atuado com força no mercado cambial para manter o dólar na faixa de R$ 2 por meio de leilões de swap reverso, que equivalem a compra de dólares no mercado futuro.

"O Banco Central comprará mais reservas, já temos um nível bastante alto de reservas e compraremos mais se houver uma forte oferta de dólares na economia brasileira", disse Mantega.

"Faremos mais swaps reversos...não permitiremos que nossa economia deixe de ser competitiva."

Economistas preveem que a economia brasileira crescerá 1,5% este ano, apesar das medidas para impulsionar a atividade, abaixo da previsão do governo de 2%, uma projeção já bem revisada dos originais de 4,5%.

Mantega estimou que o crescimento irá acelerar de novo para cerca de 4% a 4,5% em taxa anualizada em 2013, em resposta aos custos menores de empréstimo e às medidas de estímulo. Ele ainda afirmou que há espaço para mais reduções na Selic, hoje em 7,5%.

Fonte: Brasil Econômico

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