Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Bolsa da China manterá tendência negativa em 2012


"O momento é de muita volatilidade no mercado chinês. Ainda é arriscado entrar na bolsa porque haverá fortes oscilações tanto para cima quanto para baixo", diz especialista.

Se os prognósticos são de desaceleração para a economia da China, a situação não é melhor no mercado de capitais. A bolsa de Xangai, somente neste ano, registra perda de 3,59%, diante da falta de confiança dos investidores no país e no mundo.

Dentre as principais praças acionárias mundiais, o mercado chinês é o único a acumular baixa em 2012, até mesmo o Ibovespa sobe mais de 4% no ano. Os índices referenciais de Tóquio (+4,2%), Frankfurt (23,9%), México (7,9%), Rússia (7,2%) e Índia (+15,5%) também têm alta.

A queda da bolsa chinesa mostra que nem mesmo o gigante asiático está livre da crise internacional. Além disso, problemas internos pesam no crescimento do país.

Entre 2007 e 2011, a China enfrentou uma bolha imobiliária, com alta de 150% no preço dos imóveis. Neste ano, os valores diminuíram, no entanto, o enfraquecimento da economia está penalizando os bancos que sofrem com os empréstimos mal sucedidos nos anos anteriores.

A maioria das empresas que compõe o índice é companhia exportadora e os investimentos domésticos ainda são maiores que os estrangeiros. No entanto, caso o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) se concretize em 7% neste ano, contra 8% das estimativas, "o mundo pode ter uma crise pior que a de 2009", destaca Reginaldo Nogueira, professor de relações internacionais do Ibmec.

Segundo ele, "a China crescendo 7% seria um caos para economia internacional, principalmente para o Brasil e para a Austrália, pois o preço das commodities iria despencar", analisa o professor.

Para não depender da Europa e dos Estados Unidos, a China tem investido em ações internas para elevar o consumo. Porém, há uma insegurança entre os investidores de saber se o país irá conseguir mudar seu modelo de crescimento, deixando as exportações de lado e priorizando o consumo interno.

"Este é um passo difícil, pois existem as grandes cidades que vão ajudar no consumo, mas o interior ainda é muito precário, com problemas em infraestrutura, esgoto e energia. A situação é precária", explica Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da corretora Renascença.

Vale lembrar que, na última sexta-feira (7/9), o governo chinês anunciou pacote no valor de US$ 150 bilhões a ser investido no setor de infraestrutura do país. 

Incertezas internas

Após três pregões em alta, o índice Xangai Composite voltou a cair (-0,67%) nesta terça-feira (11/9). "A bolsa caiu em função do candidato à eleição desaparecer, cancelando reuniões importantes. Com isso, os investidores ficaram sem direção e cautelosos", diz o operador.

O dirigente comunista chinês Xi Jinping, forte candidato à eleição presidencial na China, não compareceu a eventos oficiais durante a última semana e não deu explicação.

Para acalmar os ânimos, Wen Jiabao, primeiro-ministro do país, voltou a afirmar hoje que a China irá cumprir a meta de crescimento em 2012 e que, se necessário, o governo pode disponibilizar 100 bilhões de iuanes para gerar estabilidade fiscal.

Perspectivas

O futuro da China está dependendo de ações na Europa e nos Estados Unidos. No gigante asiático, os resultados das empresas no terceiro e no quarto trimestres serão determinantes para mostrar se a economia vai piorar.

"A China depende muito da Europa e dos Estados Unidos. No entanto, muito foi falado, mas nada até agora foi feito. Foram só promessas", pontua o operador Monteiro.

Na opinião do professor do Ibmec, o momento é de muita volatilidade na bolsa chinesa. "É necessário o cenário ficar mais concreto. Ainda é arriscado entrar na bolsa porque haverá fortes oscilações tanto para cima quanto para baixo", completa.

Fonte: Brasil Econômico

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