Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.
domingo, 9 de setembro de 2012
Com risco inflacionário, BC pode afrouxar controle
Além da dinâmica de preços, eventos econômicos previstos, interna e externamente, apontam para recuo na cotação da divisa americana nos próximos meses.
Os recentes dados de inflação, ainda que não venham apresentando forte aceleração, encontram-se em patamares elevados, e qualquer repique de alta fará o mercado ligar o sinal de alerta.
Caso isso aconteça, o Banco Central (BC) pode permitir que o dólar volte a operar abaixo dos R$ 2,00 para conter a alta dos preços.
"A inflação está estagnada, mas em um patamar muito elevado, qualquer curva pra cima vira desespero. Talvez o BC permita que o dólar caía um pouco mais, abaixo dos R$ 2,00, e volte a utilizar o câmbio como instrumento para contenção dos preços", pondera Ovídio Soares, operador de câmbio da Interbolsa do Brasil, que não descarta a cotação do dólar em torno de R$ 1,90 no médio prazo.
Com o real mais valorizado, aumentam as dificuldades para o exportador vender seu produto no mercado internacional, elevando a oferta no próprio país.
Soma-se a isso um cenário de menores vendas por parte dos empresários brasileiros, que pode levar a uma redução no quadro de funcionários, o que, por sua vez, reflete em queda da demanda, também contribuindo para o controle de preços.
"É uma possibilidade, o governo Lula sempre fez isso", observa o especialista.
A expectativa por uma nova rodada de estímulos nos Estados Unidos, caso venha a ocorrer efetivamente, irá inundar de liquidez as praças mundiais, e é outro fator que tende a pressionar negativamente a cotação da divisa americana.
Na quinta-feira (6/9), com dados positivos vindos dos Estados Unidos, e a confirmação do programa de compra de títulos do Banco Central Europeu (BCE), o dólar caiu 0,53% frente ao real, negociado a R$ 2,029 para venda.
"O dólar só não caiu mais porque na sexta (7/9) é feriado no país, e é quando sai um dado super importante (taxa de desemprego americana), então o pessoal não está querendo ficar muito vendido", afirma Soares.
Nesta semana que se encerra mais cedo para o mercado doméstico pelo feriado da Independência, tivemos o que pode ser o início da temporada de captação externa das empresas brasileiras, capitaneada pela República e pela Vale, tradicionalmente players que abrem a porteira para outros setores irem em busca de capital mundo afora.
"O Brasil ainda é um ímã de atração de dólar, mesmo com a queda da taxa de juros", observa Soares.
Além disso, a taxação de 100 produtos importados anunciada pelo governo irá fazer com que os produtos nacionais ganhem competitividade, o que pode levar os produtores a irem vender suas mercadorias no exterior, trazendo ainda mais dólar para dentro do território nacional.
"O dólar só não bateu em R$ 1,00 porque o BC entrou muitas vezes", diz o operador da Interbolsa.
Fonte: Brasil Econômico
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