Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

domingo, 9 de setembro de 2012

BC busca balizar expectativas de juros em 2013


O BC não escondeu que o cenário para inflação piorou no curto prazo, mas tentou acalmar as expectativas em relação ao ano que vem.

A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) mostrou um Banco Central (BC) preocupado com a alta nas expectativas de inflação e juros em 2013.

Para este ano, a autoridade monetária repetiu o conteúdo do comunicado da decisão, dizendo que, caso seja realizado uma redução nos juros, a medida será tomada com "máxima parcimônia".

O mercado entendeu a declaração como um sinal de que, se o BC decidir por um novo corte nos juros, este será de 0,25 ponto percentual, e não mais de 0,5 ponto como vinha fazendo desde maio.

Além disso, a afirmação sugere que o Copom aguardará os próximos indicadores para decidir se fará ou não um novo corte. Dessa forma, o mercado continua dividido entre os analistas que preveem um corte de 0,25 ponto e os que acreditam que o ciclo de redução de juros está encerrado.

"O Copom confirmou o comunicado da decisão sem reforçá-lo. Os analistas continuaram com a mesma percepção que tinham antes da ata", diz Luis Otávio Leal, economista-chefe do banco ABC Brasil.

Para a LCA Consultores, o mais provável é que o ciclo de redução nos juros tenha se encerrado, embora não esteja descartado um corte extra. Também para o Banco Espírito Santo, o cenário base é de que os juros sejam mantidos em 7,5% daqui para frente.

Na visão da corretora Concordia, na próxima reunião a autoridade monetária vai realizar uma última redução de 0,25 ponto. A mesma previsão tem a Austin Rating e o Bank of America Merrill Lynch.

"O atual ciclo de afrouxamento monetário pode ter se encerrado em agosto, ou está há apenas um passo de acabar; os próximos dados dirão", resumem, em relatório, os analistas Alethea Batista, Giovanna Bambicini e Alberto Ramos, do Goldman Sachs.

O BC não escondeu que o cenário para inflação piorou no curto prazo, mas tentou acalmar as expectativas em relação ao ano que vem.

"O Copom reafirma sua visão de que a inflação acumulada em doze meses, que começou a recuar no último trimestre do ano passado, tende a se deslocar na direção da trajetória de metas, de forma não linear", diz o documento.

O trecho foi incluído nesta ata, após o impacto da alta dos alimentos nos últimos índices de inflação.

Dessa forma, ao mesmo tempo em que o BC sinaliza que o corte de juros está perto do fim, a autoridade monetária tenta convencer o mercado de que essa baixa nos juros não será revertida no ano que vem.

"O Copom tenta passar a ideia de que não terá necessariamente que subir os juros em 2013", diz Leal. "Se os juros sobem na parte mais longa, isso reduz o alcance do corte na Selic."

"O BC mostra que não está preocupado com a inflação, e não tem pressa em sinalizar o início do ciclo de alta", afirma, em relatório, David Beker, estrategista de renda fixa do Bank of America.

Contudo, a reação dos mercados à ata era quase neutra. Os contratos de depósito interfinanceiro de um dia (DI de um dia) para janeiro de 2013, os mais negociados, tinham alta de 0,01 ponto percentual, a 7,280% ao ano. Para janeiro de 2014, o DI avança 0,01 ponto, a 7,810%.

"Esperamos que a divergência entre a inflação e a meta fique cada vez mais evidente ao longo de 2013, e mantemos nossa projeção de que é provável uma reversão na política monetária no ano que vem", afirmam, em relatório, Jankiel Santos e Flávio Serrano, do Banco Espírito Santo.

Fonte: Brasil Econômico

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