Para especialista, endividamento e inadimplência são dois fatores que travam desempenho do setor.
Os números referentes ao desempenho da atividade industrial em novembro sinalizaram que a tendência de recuperação está disseminada por várias regiões do mundo.
No início do dia, foi revelado que o índice gerente de compras ( PMI, na sigla em inglês) do setor manufatureiro chinês avançou ao maior nível em 13 meses, atingindo a marca de 50,5 pontos no décimo primeiro mês de 2012.
Para Celso Grisi, diretor-presidente do Instituto de Pesquisas Fractal, o desempenho mais favorável da economia do gigante asiático pode ser considerado um dos fatores que está contribuindo para essa aceleração generalizada do setor, principalmente porque o índice voltou a ficar acima dos 50 pontos, o que indica expansão da atividade.
"A atividade manufatureira da China, como outros indicadores econômicos, dita o ritmo do mesmo indicador em outros países pelo mundo", considera Grisi.
Além disso, o especialista considera que a melhora generalizada é o sintoma mais evidente de que a retomada econômica está ganhando maiores proporções.
Para ele, essa performance já era aguardada em função da "melhora da demanda, que já vinha acontecendo há algum tempo. Quando a demanda começou a trazer números mais positivos, os analistas do mercado já sabiam que era questão de tempo para a indústria voltar a expandir".
No mesmo sentido, o índice nos Estados Unidos reportou o melhor resultado dos últimos seis meses, atingindo 52,8 pontos em novembro. "Vários indicadores do país como o de novos pedidos à indústria vinham sinalizando há algum tempo que essa retomada deveria prevalecer", aponta Grisi.
No Brasil, as medidas do governo sobre a desoneração e o financiamento ao parque industrial refletem o melhor comportamento do setor industrial. "Além disso, a renda real continua a subir e o índice de desemprego continua em um patamar muito confortável", indica o especialista do Instituto Fractal.
Esses fatores contribuem para a segunda alta consecutiva do indicador brasileiro, atingindo 52,2 pontos em novembro. "Ninguém espera por uma retomada forte, mas que seja moderada, que gere postos de trabalho inclusive", complementa Grisi.
Mesmo permanecendo abaixo da barreira dos 50 mpontos, a indústria europeia também reportou contração menos acentuada, ao subir de 45,4 pontos em outubro para 46,2 pontos neste mês.
No período de desaceleração da China, a Europa sofreu muito porque os mercados asiáticos figuram entre seus compradores. "Com a reaceleração chinesa, começaram a acontecer pedidos de reposição de estoque, o que passou a movimentar a indústria na Europa. Com isso, o setor industrial da região deve manter tendência de elevação".
As projeções de Grisi para a indústria global no próximo ano indicam que haverá uma recuperação "gradativa, consistente, mas muita lenta". Para ele, não houve uma retomada forte por parte da demanda que pudesse sinalizar para uma melhora mais acentuada do setor, o que reforça a previsão de recuperação moderada para os próximos meses.
Ainda que os elementos do final de ano agreguem números mais satisfatórios para a indústria, o especialista alerta que o endividamento e a inadimplência devem ser obstáculos para uma arrancada da indústria mundial.
Fonte: Brasil Econômico
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