Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Crise e conflitos seguirão no radar internacional


O fim da Era Hugo Chávez e Fidel Castro pode ser novo ingrediente a apimentar o panorama externo em 2013.

Não surpreende o fato da crise econômica internacional seguir entre os temas que mais devem aturdir os cientistas políticos no próximo ano. Os problemas que assolam o setor bancário e fiscal da Europa permanecerão influenciando os rumos da economia internacional, assim como os possíveis caminhos para que os Estados Unidos iniciem uma retomada financeira mais contundente devem ditar o ritmo dos mercados. 

"A discussão na Europa deve girar em torno da sobrevivência dos Estados dentro do modelo que conhecemos através da escolha entre supranacionalismo, nacionalismo e provincianismo. A grande questão é se a Europa vai ou não saber lidar com essas mudanças", explica Heni Ozi Cukier, professor de relações internacionais da ESPM e fundador da Insight Político.

No território americano, o principal desafio em 2013 deve ser encontrar o equilíbrio fiscal, já que a questão tributária e econômica do país está sendo protagonista do cenário internacional no final deste ano. "A solução para evitar o abismo fiscal deve sair, porém, os problemas americanos não acabarão. Em 2013, Barack Obama terá novos desafios e passará por um teste de persuasão tendo que se relacionar muito próximo dos republicanos".

Para Marcus Vinicius de Freitas, coordenador de relações internacionais da Faap, o próximo ano pode marcar novos avanços dos Estados Unidos na produção de petróleo. O especialista, inclusive vislumbra que o país pode aumentar a sua auto-suficiência até 2016.

Já o gigante asiático pode adentrar em um dos anos mais desafiadores desde que iniciou a trajetória meteórica da sua economia.

A China terá que enfrentar novos desafios para manter o ritmo de crescimento econômico e não titubear diante da crise que assola a Europa, evitando principalmente os impactos comerciais. "Uma possível desaceleração econômica pode estabelecer uma crise da legitimidade política do país. Xin Jinping terá que saber administrar bem a situação para não arriscar a sua recente conquista", avalia Cukier.

Freitas considera que o novo líder chinês deve apostar na continuidade da manipulação cambial para se manter entre os mercados mais competitivos.

Para o Oriente Médio, as incertezas devem seguir caracterizando o ambiente. As mudanças constantes estão estabelecendo um redesenho do mapa, com os estados sofrendo abalos e reformulações. "Não é possível afirmar quais países se manterão com os mesmos interesses", diz Cukier. 

Freitas destaca o enrijecimento do conflito no Egito, que deve deteriorar ainda mais as condições do país e que poderá levar ao recrudescimento da Irmandade Muçulmana no poder. "A provável queda de Bashar al-Assad na Síria também deve mexer com o contexto da região, mas também pode representar o final do processo promovido pela primavera árabe", complementa o especialista da Faap.

Os possíveis desfechos das trajetórias políticas de Hugo Chávez na Venezuela e Fidel Castro em Cuba também estão entre as possíveis projeções para 2013. "Ainda assim, o chavismo e o castrismo permanecerão sendo as principais forças do populismo na América Latina. Dificilmente, os seus correligionários perderiam apoio rapidamente. O processo será gradativo", aposta Freitas. 

Além das influências da conjuntura internacional, principalmente da China, Europa e Estados Unidos, os rumos do Brasil devem ser ditados novamente pelo comportamento do governo federal em 2013. "Não importará apenas a questão econômica, mas também o nível de interferência do Estado e as medidas que influenciam o comportamento da indústria", conclui Cukier.

Fonte: Brasil Econômico

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