Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Iberia reduz capacidade no mundo, mas eleva no Brasil


Para Manuel López Colmenarejo, diretor de assuntos corporativos da companhia, em 2013, a oferta de assentos em voos entre Madri e São Paulo terá incremento de 5%, chegando a quase 600 mil passageiros.

Para cortar os gastos, a companhia aérea espanhola Iberia pretende reduzir sua capacidade de voo em 15% a partir de 2013. Esta é apenas uma das medidas que compõem o plano estratégico da empresa.

O cenário favorável da economia brasileira, no entanto, faz com que a companhia realize movimento contrário a maioria de seus destinos, e a oferta de assentos em voos entre Madri e São Paulo atingirá quase 600 mil, o que corresponde a uma elevação de 5%.

De acordo com Manuel López Colmenarejo, diretor de assuntos corporativos da companhia, o Brasil se configurou nos últimos anos como um mercado estratégico para a Iberia sendo o maior da América Latina tanto em oferta quanto em número de passageiros.

"Atualmente, a companhia opera dois voos diários entre São Paulo e Madri e um entre Rio de Janeiro e Madri. Essa diferença de postura com o mercado brasileiro em relação aos demais reforça a ideia da importância que o país tem para a empresa", diz Colmenarejo.

O prejuízo que chegou a € 262 milhões entre janeiro e setembro de 2012 foi o estopim para que a Iberia lançasse o seu plano de transformação, que tem como principal objetividade a recuperação da rentabilidade e estabelece que a companhia ganhe aproximadamente € 300 milhões até 2015.

Além disso, foram anunciados investimentos para melhorar a frota: a partir de janeiro, chegarão 9 novos Airbus A330, que consomem 15% menos combustível que o A340 e o A300, atualmente utilizados.

As novas aeronaves terão a nova estrutura padrão para a classe executiva e turística da companhia. Na primeira, o passageiro terá uma cama maior, mais privacidade, espaço adicional para guardar os seus objetos e mais entretenimento. Para a classe econômica, as novidades vão desde os televisores individuais até os assentos mais cômodos com conexão para os dispositivos eletrônicos.

Para Colmenarejo, a crise econômica que afeta a Espanha e outros países da Europa refletiram nos números da Iberia no último ano. O forte recuo da demanda, os preços recordes do petróleo e a concorrência com as empresas low cost foram determinantes para o desempenho apresentado em 2012.

"Podemos influenciar pouco na evolução da demanda e nada podemos fazer sobre o preço dos combustíveis. Por isso, é necessário que reduzamos os gastos e aumentemos significativamente a produtividade, para sermos mais competitivos", afirma o executivo.

Não apenas o Brasil, como outros mercados da América Latina fazem parte da estratégia da companhia para iniciar a retomada financeira, já que são os países mais importantes para os intercâmbios comerciais com a Espanha e com outros destinos europeus.

"A Iberia vai aumentar a sua oferta no Brasil, México, Chile e Miami, além de consolidar a liderança na Argentina, Colômbia, Peru e Venezuela. Na Europa, a França deve manter a liderança entre os mercados mais utilizados, com 400 voos semanais, com Alemanha e Itália na sequência, com 100 voos por semana. Londres continuará recebendo nove voos diários, e outras cidades como Genebra, Zurique, Lisboa, Bruxelas, Viena e Moscou também terão sua frequência mantida", indica Colmenarejo.

Além disso, a companhia deve ampliar os voos para a África, com destaque para Luanda, em Angola, Acra, em Gana, e Nuakchot, na Mauritânia. "Aumentaremos frequência de voos para Dakar (Senegal), Lagos (Nigéria) e Malabo (Guiné Equatorial)".

Em contrapartida, a companhia deixará de operar rotas exclusivamente turísticas, como Atenas, Cairo, Istambul, Santo Domingo, Havana e Montevidéu. O executivo considera que a Tam se tornou competitiva e provocou a exclusão dos voos para o Uruguai.

Fusões e parcerias

Sobre a fusão com a companhia aérea britânica British Airways, a avaliação do executivo foi positiva. Desde o início da operação, em janeiro de 2011, a Iberia já conseguiu mais de € 100 milhões em sinergias, refletindo menores gastos em função das compras coletivas, além do acréscimo da receita, já que as companhias utilizam os canais de vendas entre si para vender seus bilhetes.

Em relação a joint business com a American Airlines para as rotas do Atlântico Norte, Colmenarejo também demonstra satisfação. "Com a operação, as companhias puderam abrir rotas que sozinhas não poderiam abrir ou manter. No caso da Iberia, a rota em questão é entre Madri e Los Angeles. Agora contamos com a força da American para vendermos nossos bilhetes, configurando uma grande vantagem".

Adicionalmente, as empresas compartilham suas salas VIPs e os centros de conexão, facilitando a viagem dos passageiros que tem escalas rápidas.

Quando indagado sobre a desistência de participar da privatização da Tap, o executivo explicou que a decisão foi determinada pela International Airlines Group, holding a qual pertencem a Iberia e a British.

Acordo assinado

Após o cancelamento dos seis dias de greve neste mês, os representantes do sindicato e a companhia aérea firmaram novo acordo nesta segunda-feira (17/12), que determina que, em 31 de janeiro, devem se reunir novamente para estabelecer mais detalhes do plano de reestruturação, que permanecerá vigente até 2017.

Fonte: Brasil Econômico

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