Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Setor de petróleo e gás desconhece a palavra crise


Uma das atividades que mais crescem no país foi debatida no seminário promovido pelo Brasil Econômico.

Um setor em crescimento, para o qual não falta demanda e, importante, crédito acessível. Este foi o recado dado pelos participantes do seminário "Brasil em Perspectiva — Qualificar e Competir Petróleo & Gás", promovido pelo grupo Ejesa, por meio do Brasil Econômico e do jornal O Dia, que ocorreu na manhã de ontem em Porto Alegre, na sede Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs).

Além de discutir os rumos do novo momento da indústria naval brasileira, a Petrobras ressaltou as vantagens do programa Progredir, que fomenta o surgimento de novos fornecedores para a execução das encomendas da companhia.

Publisher do Brasil Econômico e mediador dos debates, Ricardo Galuppo resumiu o momento positivo que vive o setor. "É bom discutir óleo e gás no Brasil por que não se fala em crise."

Opinião compartilhada por quem vive as entranhas do negócio e é o agente motivador do crescimento: a Petrobras, cujas encomendas de navios e plataformas já provocaram um investimento de cerca de R$ 14 bilhões somente no polo naval de Rio Grande, no extremo sul do Rio Grande do Sul.

O gerente geral de Gestão Financeira de Projetos Especiais da Petrobras, Roberto Alfradique, apresentou o programa Progredir, que facilita o acesso ao crédito aos fornecedores ligados à estatal.

Segundo as regras do programa, fornecedores de até quarto grau podem habilitar-se para obter crédito lastreado nos equipamentos ou serviços a serem prestados à companhia.

"Temos necessidades contratuais de atingir as metas de conteúdo local em todos os projetos de exploração de petróleo e gás e a maior dificuldade para isso é a cadeia de fornecedores, que não tem acesso a um capital de giro competitivo. Para agir nesse problema, a área financeira da Petrobras criou o Progredir", explica Alfradique.

Para os fornecedores que precisam adiantar parcelas de recebíveis da companhia, uma novidade. Era costume da Petrobras antecipar parcelas contratuais - pagas normalmente 30 dias após a entrega do bem ou serviço. Para isso, a estatal cobrava uma taxa de juros definida.

"Achamos, no entanto, que este dinheiro deveria ser utilizado para furar poços e não para fazer operações financeiras. Não somos um banco para emprestar dinheiro a juros. Por isso criamos o Fundo de Investimento em Direitos Crediários do Progredir", revela Alfradique.

O piloto está em funcionamento desde setembro e, segundo as últimas contas, já liberou cerca de R$ 6 milhões em faturas antecipadas. Agora, ao invés de tomar antecipações com a Petrobras, os fornecedores diretos podem antecipar os recebíveis por meio de uma operação bancária, em condições mais competitivas.

Nas demais falas do seminário, o otimismo continuou sendo a tônica. Marcus Coester, presidente da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI), destacou o novo momento da indústria offshore gaúcha e revelou o planejamento para os próximos anos.

Segundo ele, os principais objetivos a serem atingidos até 2014 são a conclusão dos estudos de viabilidade técnica no entorno da Lagoa dos Patos, para viabilizar mais empreendimentos, e a organização do arranjo produtivo local da indústria de petróleo, gás, naval e offshore.

"Também pretendemos fazer uma divulgação mais eficiente do que estamos conquistando aqui no Sul, para compartilhar essas experiências com todo o setor", afirma.

Já o coordenador do Comitê de Competitividade em Petróleo, Gás, Naval e Offshore da Fiergs, Oscar de Azevedo, demonstrou os caminhos para o crescimento da indústria gaúcha com o advento dos polos navais instalados no RS.

E, para marcar a abundância revelada no evento, o Superintendente de Operações do Setor da Nova Economia do Badesul, Marcelo Perez, apresentou as possibilidades de obtenção de crédito na instituição. Atuando como operador dos recursos do BNDES, o Badesul tem opções para todos os tamanhos de empresas.

"Não visamos lucro, pois somos uma agência de fomento. Por isso, temos dinheiro muito competitivo para financiar todos os elos da indústria oceânica".

Fonte: Brasil Econômico

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