Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Novo estímulo do Fed reforça tendência de alta do S&P


Índice acionário americano opera em campo positivo pelo sexto pregão seguido, e deve buscar sua máxima do ano nas próximas sessões.

A aguardada reunião dos membros do Federal Reserve, na qual foi confirmado novo programa de compra de títulos do Tesouro, agradou os investidores, e impulsionou os ganhos do mercado.

O índice acionário S&P 500 dos Estados Unidos, que antes da divulgação da decisão operava com uma alta de aproximadamente 0,20%, passou para uma valorização na casa dos 0,72%, aos 1.438 pontos.

"O anúncio não é uma surpresa, e confirma a ideia de que as autoridades americanas estão dispostas a manter todos os esforços para estimular a economia", diz Newton Rosa, economista-chefe da Sul América Investimentos.

Outro ponto que chamou a atenção do especialista foi o fato de a autoridade americana alterar o prazo pré-determinado sobre a permanência dos juros em patamares baixos até 2015.

Agora alguma mudança deve acontecer apenas quando a taxa de desemprego perder o patamar dos 6,5%, e as projeções de inflação entre um e dois anos superarem 2,5%.

Uma vez mais, lembra Rosa, o foco volta a ser o debate sobre o abismo fiscal, e as incompatibilidades políticas entre democratas e republicanos.

Nesta quarta-feira (12/12) o presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, o republicano John Boehner, disse que ainda tem "sérias diferenças" com o presidente Barack Obama sobre como resolver o abismo fiscal previsto para o final do ano.

"Eu nasci com um copo meio cheio. Continuo a pessoa mais otimista nesta cidade. Mas temos algumas sérias diferenças", afirmou o presidente da Câmara em coletiva de imprensa.

Com potencial de retirar US$ 500 bilhões da economia americana, o "abismo fiscal" é um conjunto de medidas de corte de gastos e aumento de impostos, previsto para entrar em vigor na virada do ano.

O economista da Sul América destaca que, caso o abismo seja evitado, a economia americana deve ter um crescimento em 2013 na casa dos 1,8%.

"Esse não é o pior dos mundos. Mas se o abismo não for evitado, na melhor das hipóteses a economia americana vai ter um crescimento zero no ano que vem", pontua o especialista.

A trajetória ascendente do S&P 500, que fechou em alta nos últimos cinco pregões, deve persistir, ainda mais após o novo estímulo do Fed. Ao menos é o que indica a análise gráfica do desempenho recente do índice.

Caso confirme o rompimento da resistência dos 1.430 pontos, o S&P deve buscar como objetivo sua máxima em 2012 na faixa dos 1.465 pontos.

O analista gráfico Leandro Klem, da Trader Brasil, explica que o índice americano tem formado recentemente a figura "ocoi", ou "ombro cabeça ombro invertido", que mostra uma tendência de alta.

Após passar pela cabeça na figura gráfica, que foi um ponto de realização em outubro, agora o S&P busca romper a resistência do segundo ombro, estabelecido quando o S&P estava no primeiro ombro.

No entanto, caso o índice acionário perca força e entre em uma tendência de baixa, o suporte, nota Klem, fica nos 1.400 pontos, com um ponto de stop abaixo dos 1.390 pontos.

O Bank of America Merrill Lynch (BofAML) prevê o S&P nos 1.450 pontos em 2012, e em 1.600 pontos em 2013, o que corresponde a um ganho de 10,3%.

A equipe de economistas da instituição estrangeira acredita que a economia mundial irá acelerar em 2013, e entende que estamos hoje em uma espécie de compasso de espera antes de entrar nessa rota de crescimento.

Esse mesmo movimento, destacam os especialistas, já foi observado diversas vezes em ocasiões anteriores.

"Isso sugere que nossa projeção de 1.600 pontos pode se mostrar conservadora", afirma a equipe do BofAML

Fonte: Brasil Econômico

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