Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Indústria fraca reduz preços dos produtos para o Natal


Além disso, a queda no preço das commodities contribuiu para uma redução no valor dos produtos importados, influenciando na baixa dos produtos nacionais também.

O fraco desempenho da indústria neste ano fez com que os preços dos presentes no Natal subissem menos do que a inflação que, segundo a prévia divulgada nesta quarta-feira (19/12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas, que deverá fechar o ano perto de 5,75%.

De acordo com o professor de finanças do Ibmec, Nelson de Sousa, a indústria está muito comprimida. "A contração do PIB [Produto Interno Bruto] industrial fez que os produtos ficassem com os preços menores", destaca.

Além disso, a queda no preço das commodities contribuiu para uma redução no valor dos produtos importados, influenciando na baixa dos produtos nacionais também.

Alguns produtos não chegaram nem a subir, como é o caso da linha branca, por causa do corte do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). No caso da geladeira, do fogão e da máquina de lavar, as retrações foram de 5,97%, 2,61% e 5,86%, respectivamente, segundo pesquisa pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

"Mesmo com os preços mais baixos em relação ao ano interior, os consumidores estão comprando menos, pois estão mais cautelosos e seletivos. Além disso, o gasto médio por compra caiu entre 6% e 8 % neste ano", explica o professor.

No entanto, apesar dos preços estarem mais baixos, as vendas em 2012 não devem surpreender. A estimativa é de alta de apenas entre 3% e 5%.

Pesquisa feita pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), 84% dos paulistanos pretendem presentear alguém neste fim de ano, contra 70% no ano anterior. O valor médio gasto em cada presente, no entanto, diminuiu de R$ 55 para pouco mais de R$ 43.

Para Sousa, esse comportamento é reflexo da alta da inadimplência neste ano, principalmente em junho, quando 54% das famílias estavam endividadas. "As pessoas que migraram de patamar de consumo começaram a perceber que se continuassem assim não iriam conseguir manter este crescimento. Com isso, elas passaram a reduzir os gastos e tomar mais cuidados", pontua.

Outros produtos que tiveram alta, mas mesmo assim seguem abaixo da inflação são: as roupas femininas, que cresceram 3,85%; calçados masculinos, com alta de 5,73%; e artigos de maquiagem, com valorização de 5,02%.

Entretanto, alguns itens dispararam além do estimado. É o caso dos calçados infantis, com avanço de 8,24%; bijuterias, acréscimo de 7,21%; bonecas, com alta de 8,52%; e artigos esportivos, avanço de 7,16%.

Fonte: Brasil Econômico

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