Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Pessimismo com abismo fiscal nos EUA penaliza bolsas


No entanto, especialista aponta que mau humor deve ser momentâneo e que o acordo deverá sair sim, mas somente no início do ano que vem.

Após 10 dias de altas significativas nas principais bolsas mundiais refletindo a esperança de que a questão fiscal nos Estados Unidos teria um acordo ainda neste ano, os mercados em geral vivem esta sexta-feira (21/12) uma onda de pessimismo diante da estagnação de um possível acordo.

Diante disso, o Ibovespa se atrela às demais bolsas mundiais e cai 1,31%, aos 60.473 pontos. O giro financeiro estava em R$ 2,17 bilhões.

O presidente da câmara de Representantes, o republicano John Boehner, anunciou na quinta-feira (20/12) que não seria realizada a votação do denominado "plano B" para evitar o abismo fiscal, pelo fato de a iniciativa não contar com o apoio suficiente para ser aprovada.

Faltando 12 dias para que expire uma lei, do governo de George W. Bush, que corta os impostos para os que recebem rendas mais altas, o "plano B" de Boehner propunha uma alta de impostos para a faixa de contribuintes cujas receitas superem US$ 1 milhão, mas a iniciativa não encontrou apoio nos setores mais conservadores do partido Republicano.

Por conta disso, as negociações para alcançar um consenso foram adiadas para depois do Natal. Caso o acordo não saia neste ano, um pacote de US$ 600 bilhões em corte de gastos e aumento de impostos entrará em vigor já em janeiro, o que pode levar o país à recessão.

Para Ernesto Rahmani, sócio diretor da Tática, um possível acordo deverá vir somente no início do ano que vem, pois temos apenas alguns dias úteis até o final do ano.

"A notícia caiu como um balde de água fria nos investidores. No entanto, este mau humor deve ser algo momentâneo. Este acordo é uma questão política, então é claro que os dois lados vão esticar a corda até onde der", destaca o sócio.

Em meio a isto, Wall Street iniciou o pregão em queda. Há pouco, o Dow Jones retraía 0,88%, o S&P 500 perdia 0,99% e o Nasdaq tinha desvalorização de 1,35%.

Na agenda, indicadores em linha com o esperado pelo mercado não conseguem impulsionar os ganhos. O Índice de Atividade Nacional do Federal Reserve de Chicago registrou elevação em novembro, atingindo 0,10 ponto ante variação de -0,64 registrada no mês anterior.

O número de pedidos e entregas de bens duráveis feitos à indústria americana veio melhor do que o esperado pelo mercado em novembro, com alta de 0,7% em relação ao mês anterior, enquanto as projeções apontavam para um avanço de 0,2%.

Na Europa, o mau humor também prevalece por conta do receio do abismo fiscal. Por lá, o CAC 40, de Paris, retraía 0,35%; o DAX, da Alemanha, perdia 0,43%; e o FTSE 100, de Londres, tinha decréscimo de 0,69%.

Além disso, dados decepcionantes pesam sobre os índices. A economia do Reino Unido teve avanço de 0,9% no terceiro trimestre, contra estimativa de 1%.

No mesmo sentido, o indicador que mede a confiança do consumidor alemão deve retroceder para 5,6 pontos em janeiro ante 5,8 pontos (dado revisado) registrados neste mês, segundo a prévia do instituto Gfk. Este é o pior resultado em mais de um ano.

Destaques

As ações da Cemig (CMIG4) e da Eletropaulo (ELET6) lideram as maiores altas da sessão, com avanços de 5,66% e 2,42%, respectivamente.

Ontem à noite, a empresa informou o pagamento de proventos no valor de R$ 3,3 bilhões.

Além disso, a companhia suspendeu os investimentos na hidroelétrica São Simão por 120 dias por causa das incertezas com a medida provisória 579, sobre a renovação antecipada e condicionada de concessões do setor elétrico que venceriam entre 2015 e 2017.

Segundo a empresa, esta medida visa pressionar o governo para que a usina tenha mais medidas favoráveis.

Por outro lado, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSNA3) e B2W (BTOW3) perdem 3,16% e 3,08%, nesta ordem.

Câmbio

E no mercado de câmbio, o dólar opera em alta de 0,77% em relação ao real, cotado a R$ 2,078 na compra e R$ 2,080 na venda.

Fonte: Brasil Econômico

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