Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Dólar volta a cair após declarações do governo


Curva de juros futuros da BM&F Bovespa terminou a primeira sessão da semana em alta, por influência do boletim Focus, do IGP-M e do IPC-S.

O diretor de política monetária do Banco Central (BC), Aldo Mendes, deu a entender que a atual taxa do dólar está acima do desejado pela autoridade.

Nesta segunda-feira (10/12), Mendes falou que "há um pouco de gordura" na taxa de câmbio neste momento.

"A taxa de câmbio é muito complexa, é uma grande variável. Cada analista, cada instituição tem seu modelo... Tem um pouco de gordura na nossa taxa (cambial)", afirmou Mendes, ao participar de evento no Rio de Janeiro.

Quando o diretor deu tais declarações, o dólar já recuava frente ao real, com queda aproximada de 0,40%, a R$ 2,08 na venda.
Cotações de fechamento para venda em10/12/2012
PaísMoedaR$US$
Argentina Peso 0,42804,8650
Canadá Dólar 2,10650,9880
Chile Peso 0,0044476,0200
China Iuan 0,33366,2420
Coreia do Sul Won 0,00191.079,3000
União Europeia Euro 2,69241,2938
Estados Unidos Dólar 2,08101,0000
Índia Rúpia 0,038254,5100
Japão Iene 0,025382,3000
México Peso 0,162712,7907
Paraguai Guarani 0,00054.300,000
Reino Unido Libra 3,34871,6092
Uruguai Peso 0,107519,4500
Rússia Rublo 0,067830,7355
Venezuela Bolivar Forte 0,48524,3000
Fontes: Banco Central e Brasil Econômico.


Após a fala, as perdas da moeda americana contra a brasileira se acentuaram, e terminaram a sessão em baixa 0,66%, a R$ 2,077 na venda.

Aldo disse ainda que o BC tem bastante espaço para oferecer dólares no mercado spot ou de derivativos, conforme a necessidade. Ele reforçou que a autoridade monetária está preparada para fornecer liquidez, sobretudo neste final de ano, quando normalmente há escassez de recursos.

Além disso, o diretor informou também uma nova projeção do BC para os Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) neste ano, que antes era de US$ 60 bilhões, para algo agora acima dos US$ 66 bilhões.

"Não vejo pressão para a alta da moeda", diz João Medeiros, diretor de câmbio da Pionner Corretora.

A tendência para as próximas sessões é que a cotação do dólar se estabilize próxima ao patamar no qual se encontra atualmente, caso seja esse realmente o desejo da autoridade monetária, pondera o especialista.

As declarações, e atuações da autoridade na semana passada, afere Medeiros, de certa forma "tranquilizam" o mercado nesse período de maior procura por dólares.

Juros

O cenário doméstico de aceleração da inflação, fortalecido pelas divulgações desta segunda, promoveu uma abertura da curva de juros futuros da BM&FBovespa.

Mais negociado do dia, com giro de R$ 23,746 bilhões, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2014 subiu de 7,00% para 7,06%, enquanto o para janeiro de 2015 avançou de 7,51% para 7,60%, com volume de R$ 11,789 bilhões.

A manhã de divulgações começou com a Fundação Getulio Vargas (FGV), que informou a aceleração do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) para 0,50% no primeiro decêndio de dezembro, contra uma retração de 0,19% no mesmo período de novembro.

A FGV informou também o Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S), que teve variação de 0,63% na primeira semana de dezembro, ante os 0,45% da semana precedente.

Já os economistas ouvidos pelo BC para o boletim Focus desta semana elevaram sua projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano, de 5,43% para 5,58%.

Para 2013, o prognóstico permaneceu inalterado nos mesmos 5,40% de quatro semanas atrás.

A projeção dos economistas para a taxa de câmbio também subiu - de R$ 2,07 para R$ 2,08 em 2012, e de R$ 2,06 para R$ 2,08 em 2013.

O dólar mais caro também afeta negativamente a inflação, uma vez que os produtos importados ficam mais caros, e tem seu reajuste repassado pelo lojista ao consumidor.

Fonte: Brasil Econômico

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