Com o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 0,4% no segundo trimestre na comparação com o primeiro trimestre, a economia brasileira registrou desempenho inferior a de países como o México (0,9%) e o Chile (1,6%). Potências como a China e os Estados Unidos, tiveram expansões de 7,6% e 1,7%, respectivamente.
Outras economias robustas patinam atreladas à estagnação na Europa. A Alemanha cresceu 0,3% e a França ficou com taxa zero no mesmo período, enquanto o Reino Unido recuou 0,5%.
A zona do euro busca maneiras de estimular o crescimento econômico em uma região cujas suas principais economias estão estagnadas. Na semana passada, foi divulgado que o PIB da região ficou inalterado no primeiro trimestre do ano na comparação trimestral e contraiu 0,2% no segundo.
Países importantes para a economia mundial registraram recuo na atividade, o que leva à expectativa de que o mundo demore ainda a se recuperar da crise mundial. No segundo trimestre, o PIB da Espanha teve queda de 0,4%, resultado melhor do que Itália (-0,7%) e Portugal (-1,2%).
EVIDÊNCIAS
Evidências de uma forte desaceleração da economia afetam ainda o emprego na região, cujo índice de desocupação que atingiu nova máxima, de 11,3%, em julho.
A recessão europeia, refletida na queda da demanda da região que é o maior mercado de exportação da China, colocou a economia chinesa sob pressão, com os problemas agora sendo sentidos pelo leste asiático.
Por outro lado, a China vive uma desaceleração e para combatê-la o governo chinês vem tentando estimular a economia por meio de várias medidas, entre elas, dois cortes na taxa básica de juros e aumento dos gastos.
Apesar das medidas, os números da economia chinesa voltaram a decepcionar em julho, principalmente a produção industrial e a balança comercial. A meta oficial de avanço do PIB para este ano é de ao menos 7,5%. No segundo trimestre deste ano, o PIB cresceu 7,6%, o pior resultado em três anos.
Mas a China se mostra relutante em apresentar um pacote de estímulo massivo como fez em 2008. Em vez disso, optou por abrir mais setores ao capital privado para ajudar a financiar novos projetos de investimento.
Os Estados Unidos já conseguem vislumbrar uma melhora econômica, mas ainda dependente de medidas de estímulos, como a injeção de dinheiro na economia. Por outro lado, a economia já conseguiu sair do pior da crise e diminuir taxas de desemprego.
Embora a composição da atividade econômica seja favorável, o crescimento continua bem abaixo da taxa de 2% a 2,5% exigida em todo trimestre para deixar a taxa de desemprego estável.
BRASIL
Diante das medidas de estímulo do governo, o PIB esboçou uma leve reação e cresceu 0,4% no segundo trimestre na comparação livre de influências sazonais com o primeiro trimestre.
Nos primeiros seis meses do ano, a economia se expandiu 0,6% ante o mesmo período de 2011. Em valores, o PIB somou R$ 1,1 trilhão no segundo trimestre. Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira.
O crescimento da economia do primeiro para o segundo trimestre, ainda que não tenha sido expressivo, é o mais vigoroso desde o segundo trimestre de 2011, quando a expansão havia sido de 0,6%.
Já a taxa semestral registrou seu menor patamar desde o primeiro semestre de 2009. Naquele período, o PIB caiu 2,6%, também sob efeito da crise detonada no final de 2008.
O resultado entre abril e junho ficou próximo ao previsto pelo mercado, cujas expectativas apontavam para uma expansão de cerca de 0,5%. No primeiro trimestre do ano, a expansão tinha sido de 0,2% ante o período anterior, número que foi revisado pelo IBGE para 0,1%.
SETORES
A indústria caiu 2,5% de abril a junho ante o primeiro trimestre, já o setor de serviços, o de maior peso, avançou 0,7% na mesma base de comparação. A agropecuária registrou expansão de 4,9% do primeiro para o segundo trimestre.
Sob a ótica da demanda, o consumo das famílias, item mais importante nessa leitura, subiu 0,6% na comparação com o primeiro trimestre. O investimento, por seu turno, caiu 0,7%. O consumo do governo avançou 1,1%.
Já as exportações caíram 3,9%, enquanto as importações (que são descontadas do cálculo do PIB, por refletiram uma produção realizada fora do país) cresceram 1,9%.
MESMO PERÍODO DE 2011
Em relação ao segundo trimestre de 2011, o PIB cresceu 0,5%, num ritmo menos intenso em razão da crise externa e do seu contágio na economia do país. Na mesma base de comparação, o primeiro trimestre havia registrado expansão de 0,8%.
Foi a menor marca desde o terceiro trimestre de 2009, quando a economia do país havia se retraído 1,5% ainda no embalo da crise inciada no fim de 2008.
O resultado reflete a queda de 2,4% da indústria, a expansão de 1,5% dos serviços e da alta de 1,7% da agropecuária. No que tange aos dados da demanda, o consumo das famílias teve alta de 2,4%. Já o investimento caiu 3,7%.
Já no indicador acumulado nos últimos 12 meses (quatro trimestres), os dados do IBGE mostram um crescimento de 1,2% da economia brasileira. O indicador mostra o quanto o PIB teria crescido se o ano se encerrasse em junho.
Fonte: Folha de São Paulo
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