Para economista e ex-diretor do Banco Central (BC), Alexandre Schwartsman, não há indícios que apontem para esse processo no setor industrial brasileiro.
A desindustrialização que estaria ocorrendo no país é apenas uma estratégia adotada por parte do empresariado para arrancar dinheiro do governo, na avaliação do economista Alexandre Schwartsman, sócio-diretor da Schwartsman & Associados Consultoria Econômica.
A menor participação da indústria no Produto Interno Bruto (PIB), de acordo com o especialista, decorre de um novo cenário que passamos a experimentar, não somente no Brasil, mas em escala mundial, de maior riqueza da população, que passa a demandar mais serviços, em detrimento da indústria.
"Algumas indústrias no Brasil não vão sobreviver, mas não há nada de errado nisso", ponderou o ex-membro votante do Copom. "O que está acontecendo no Brasil não é diferente do que está acontecendo no resto do mundo".
Os empresários industriais, ressaltou o especialista, sempre encontram motivos para reclamar. Quando o setor está a todo vapor, os argumentos são de que novos incentivos são necessários para que se possa crescer ainda mais.
Já em momentos como o atual de desaquecimento, as críticas também aparecem, apontando a política cambial como fator para o fraco desempenho.
"Isso não quer dizer que a indústria não tenha problemas", falou Schwartsman, admitindo que o setor manufatureiro enfrenta dificuldades por conta da elevação dos salários, combinada com a queda nos preços dos produtos.
Uma das saídas para esse problema, de acordo com o economista, é reduzir a carga tributária brasileira, o que passa por uma diminuição nos gastos do governo, que atinge aproximadamente 20% do PIB, contra 15% de seus pares latino-americanos.
Em relação aos bastidores dos encontros do Copom, Schwartsman disse que buscou sempre manter separadas as pressões políticas do que realmente era necessário ser feito.
Fonte: Brasil Econômico
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