Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Mesmo com crescimento, riscos persistem nos EUA


Relatório do BBVA aponta que economias emergentes também sofrem com a crise da Zona do Euro, com impacto negativo na demanda externa.

A situação econômica fragilizada dos Estados Unidos deve ser temporária, e o país poderá fechar o segundo semestre com crescimento de 2% em sua economia.

Essa é a expectativa do departamento de pesquisas do BBVA.

Em relatório assinado por Julián Cubero, economista-chefe para a área de cenários econômicos da instituição, a desaceleração da economia americana não deve ser interpretada como um colapso de crescimento.

Para o economista, a gradual resolução da crise econômica europeia e a retomada da expansão em 2013 poderão desencadear uma reaceleração na economia dos EUA.

O economista alertou que o maior risco segue a medida automática de corte de gastos, bem como o possível término de incentivos fiscais, que podem reduzir o crescimento. 

Para Cubero, essas medidas automáticas têm o poder de empurrar a economia americana para recessão em 2013. Destacou também que durante a campanha eleitoral, dificilmente algum acordo político será fechado, ficando o desfecho apra depois das eleições.

As projeções do BBVA apontam que o crescimento econômico dos Estados Unidos será de 2,1% e 1,8% em 2012 e 2013, respectivamente.

No cenário da entidade, o Federal Reserve (Fed, banco central americano) tomará mais medidas de flexibilização monetária nos próximos meses, o que terá também o efeito de tranquilizar os mercados.

O relatório advertiu que o crescimento da economia mundial só ganhará tração se os países adotarem novas políticas econômicas, que estimulem o desempenho de cada país.

Na Europa, as maiores preocupações são a dificuldade das autoridades em buscar soluções para a crise da dívida, bem como os receios de um rompimento na união monetária.

Além disso, Cubero alertou para a situação de Espanha e Itália, que continuam patinando, mesmo após o resgate aos bancos espanhois. O relatório apontou que o PIB espanhol e italiano deve encerrar 2012, com retração de 6,3% e 8,4%, esta ordem.

Tanto na América Latina como na Ásia, as economias emergentes viram a desaceleração econômica se intensificar entre abril e junho, principalmente nas três mais importantes economias do grupo.

Dentre os emergentes, o banco destaca que o Brasil tem o desempenho mais fraco.

Enquanto China e Índia reportaram elevações mais discretas (7,6% e 5,3% na comparação com o segundo trimestre de 2011), a economia brasileira é a que mais decepciona, ao avançar 0,8%.

Os números apresentados podem ser explicados pelas políticas econômicas adotadas na região, além da redução da demanda externa, como reflexo da crise da Zona do Euro.

Para estabelecer a retomada "é necessária a combinação de políticas implementadas para compensar o ajuste da demanda externa e doméstica", explica Cubero.

Para este ano, Cubero projeta um crescimento de 2,9% para a América Latina, enquanto para 2013 as previsões apontam para 3,8%.

O responsável pelo relatório aproveitou para questionar que mesmo com as projeções otimistas para o futuro econômico brasileiro, a recente desaceleração fomentou as dúvidas sobre a sustentabilidade do atual modelo de crescimento e sua excessiva dependência pelo consumo privado e expansão do crédito.

Fonte: Brasil Econômico

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