Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

BC faz nova redução de juros, para 7,5% ao ano, menor patamar da história


Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu nesta quarta-feira, pela nona vez consecutiva, a taxa básica de juros, a Selic, de 8% para 7,5% ao ano, o menor patamar da série histórica iniciada em 1996.
O recorde anterior havia sido alcançado em julho deste ano, quando a taxa registrou queda de 0,5 ponto percentual, passando de 8,5% para 8%.

"Considerando os efeitos cumulativos e defasados das ações de política implementadas até o momento, que em parte se refletem na recuperação em curso da atividade econômica, o Copom entende que, se o cenário prospectivo vier a comportar um ajuste adicional nas condições monetárias, esse movimento deverá ser conduzido com máxima parcimônia", informou o comunicado do BC.
O corte de 0,5 ponto percentual na Selic já era dado como certo por grande parte do mercado financeiro.
Com a manutenção da trajetória descendente dos juros, o governo espera baratear a tomada de crédito e, assim, retomar a atividade econômica, em queda, entre outros fatores, pelo mau desempenho da indústria e o agravamento da crise internacional.
O ciclo de redução dos juros começou em agosto do ano passado. Na ocasião, a taxa era de 12,5% ao ano.

Poupança

Com a nova queda da Selic, muda, novamente, o cálculo do rendimento da poupança, exclusivamente para aplicações feitas a partir de 4 de maio, quando o governo decidiu alterar as regras da caderneta para permitir a continuidade da queda da taxa de juros.

Pelas regras anunciadas naquela ocasião, com a Selic igual ou inferior a 8,5% ao ano, o poupador será remunerado pela Taxa Referencial (TR) acrescida de 70% da Selic.
Neste caso, com a taxa a 7,5% ao ano, a remuneração da poupança será calculada pela TR acrescida de 5,25% ao ano.
Com os juros mais baixos, o governo espera dar novo fôlego à retomada da economia, incentivando, por exemplo, o consumo da população e a compra de bens pela indústria.
Analistas acreditam, entretanto, que, mesmo com a nova queda da Selic, dificilmente o crescimento da economia brasileira alcançará a meta oficial do governo, de 3%, que, por sua vez, previa uma alta de 4,5% do PIB no início deste ano.
Segundo o boletim Focus divulgado pelo BC na última segunda-feira, os agentes do mercado financeiro voltaram a revisar para baixo a projeção de crescimento da economia em 2012, de 1,75% para 1,73%.

Inflação

A previsão é de que a Selic termine o ano em 7,25%.
Isso porque, apesar de a economia ainda não ter dado sinais fortes de retomada, o governo espera que as medidas de estímulo fiscal (através das desonerações feitas a indústria) e monetário (por meio da queda da Selic) impactem o resultado do PIB do 3º trimestre deste ano, que, segundo estimativas, deve registrar alta de 1% na comparação trimestral, puxando, assim, para cima o crescimento anual.
Além disso, a inflação já dá sinais de que vem ganhando força, apesar de, por enquanto, não ser motivo de grande preocupação. Nos últimos doze meses terminados em julho, a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), situou-se em 5,20%, contra 4,92% do período imediatamente anterior.
Na última segunda-feira, o mercado subiu pela sétima vez consecutiva a projeção para o IPCA de 2012, de 5,15% para 5,19%.

Fonte: BBC Brasil


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