Ainda que a maioria dos analistas projete um corte de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros, uma queda menor, de 0,25 ponto, surge como uma possibilidade entre algumas casas.
A recuperação da economia brasileira no segundo semestre e a deterioração das expectativas inflacionárias podem levar a autoridade a optar por um corte mais moderado, diz Alberto Ramos, analista do Goldman Sachs.
O comunicado que é divulgado junto à decisão do colegiado deve ser acompanhado de perto, pois nele a autoridade pode indicar, ou não, que está próxima de encerrar o ciclo de afrouxamento monetário, pontua o especialista da instituição financeira.
"O documento após a reunião de julho foi idêntico aos divulgados em abril e maio", recorda o analista do Goldman Sachs, em relatório.
"O Comitê nota que, até agora, dada a fragilidade da economia global, a contribuição do setor externo tem sido desinflacionaria", disse a autoridade na ocasião. "Neste momento, os riscos para a perspectiva da inflação são limitados", ponderou o Copom.
Nesse comunicado, o BC não deu nenhum sinal de que se aproximava do fim do atual ciclo de corte nos juros, mas, pelo contrário, deu a entender ao mercado de que novos cortes ainda viriam a ser efetuados, diz Ramos.
Para o comunicado desta semana, o analista entende que uma alteração no comunicado do Copom pode ocorrer, tendo em vista as recentes declarações confiantes da autoridade, a respeito da tão aguardada retomada no nível da atividade nos próximos meses.
"Em nossa avaliação, o Copom pode decidir manter em aberto suas opções, para eventualmente estender o ciclo de flexibilização para além de agosto, mas novos cortes devem estar fortemente atrelados aos dados de inflação e de atividade", afirma o analista do banco.
Para a equipe de análise da LCA, a Selic deve encerrar agosto e 2012, em 7,5%.
"Não só contamos com queda menor do juro básico como não esperamos que o BC suba tão cedo a Selic, em 2013", comenta a consultoria.
A utilização de medidas macroprudenciais, que mostrou efeitos rápidos e eficazes, faz com que a diretoria do BC siga confiante em voltar a fazer uso dessas ferramentas, destaca a LCA.
No Focus desta segunda-feira, os economistas consultados pela autoridade reduziram sua estimativa para a Selic em 2013, de 8,38% para 8,25%.
Caso o fim do ciclo ocorra antes do que o mercado esperava, esse mesmo mercado tende a enxergar uma elevação também menor da Selic no ano que vem.
Juros futuros
Por conta dos indicadores divulgados nesta segunda-feira (27/8) trazerem dados que, em teoria, deveriam forçar uma abertura da curva de juros futuros da BM&FBovespa - Focus e IPC-Fipe - a alteração nas apostas do mercado, para um possível corte menor do que as expectativas, pode ser o motivo para a queda dos prêmios embutidos nos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) que ocorre nesta sessão.
Mais negociado, com giro de R$ 26,229 bilhões, o contrato com vencimento em janeiro de 2013 recuava de 7,32% para 7,29%, enquanto o para janeiro de 2014 caía de 7,93% para 7,89%, com volume de R$ 13,649 bilhões.
Fonte: Brasil Econômico
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