Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Nova política cambial na China reduz esperanças de valorização do yuan.

O governo chinês bateu mais um prego no caixão das esperanças de uma rápida valorização do yuan.
Na manhã de sábado o Banco Popular da China anunciou que a faixa do câmbio do yuan em relação ao dólar seria ampliada de 0,5% para 1%. Isso significa que a moeda pode se afastar mais da cotação fixada diariamente pelo governo, antes que o banco central precise interferir nos mercados para trazê-la de volta à cotação oficial.
Isso mostra que Pequim confia em que o yuan está se aproximando de um nível de equilíbrio, e com alguma razão. O superávit comercial chinês caiu para perto de zero no primeiro trimestre, e o FMI está prestes a reduzir acentuadamente sua previsão para o superávit em contas correntes do país a longo prazo.
Na segunda-feira, a faixa de oscilação do yuan em relação ao dólar foi ampliada para entre 1% acima e 1% abaixo da cotação diária de referência.
O fim das expectativas de valorização do yuan tem implicações de longo alcance. Os investimentos no florescente mercado de títulos em yuans no exterior, as moedas asiáticas que acompanham o yuan e as empresas do continente chinês que compõem 55% do índice Hang Seng de Hong Kong também são apostas na valorização da moeda chinesa.
Este ano o yuan já caiu 0,14% frente ao dólar. Uma faixa mais ampla de cotação significa que uma maior flutuação nos dois sentidos agora é possível. A expectativa de lucros menores e maior volatilidade significa que as apostas na valorização contínua do yuan perderam a atração.
A decisão do banco central também é significativa pelo que diz sobre o rumo das reformas na China. O governo já está falando em liberalizar as taxas de juros. Agora está agindo para permitir que a taxa de câmbio também flutue um pouco mais livremente.
Essas mudanças corroem os principais suportes do modelo de crescimento chinês, baseado em fortes investimentos e exportações. Elas sugerem que o governo está levando a sério o reequilíbrio da sua economia, em linha com sua promessa de incluir o consumo como motor de crescimento.
No curto prazo, os investidores podem lamentar o fim de uma das apostas mais seguras nos mercados mundiais. No longo prazo, as taxas de câmbio mais flexíveis, ditadas pelo mercado, podem ajudar a colocar a economia chinesa no caminho de um crescimento mais sustentável.

Fonte: Tehe Wall Street Journal

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