Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

sábado, 14 de abril de 2012

China dá estímulos discretos ao crescimento.

A desaceleração do crescimento da China aumentará as expectativas de que o governo adotará medidas de estímulo econômico mais agressivas. De fato, um estímulo dissimulado já está em curso.
 
Um operário passa em frente a dois navios de pesca em Taizhou, na China. Tanto a indústria da pesca quanto a da construção de navios diminuíram sua atividade no país.
O crescimento do produto interno bruto chinês diminuiu para 8,1% no terceiro trimestre frente um ano antes, um declínio expressivo em relação aos 8,9% do quarto trimestre de 2011. No acumulado, o quadro é ainda pior, com o crescimento trimestral anualizado caindo de 7,8% no trimestre anterior para 7,4%, abaixo da meta oficial de 7,5% para este ano.
A diminuição da atividade de construção civil e a fraca demanda na Europa foram os principais responsáveis por reprimir o crescimento. Mas isso também deu ao consumo interno uma chance de brilhar.
O consumo respondeu por 76% do crescimento do primeiro trimestre, bem mais que os 52% de 2011 e que a média de 42% dos últimos dez anos. A fatia dos investimentos também caiu, de 54% para 33%. Ainda é cedo para dizer, mas isso é um sinal de que a China pode estar passando para um modelo de crescimento mais equilibrado e sustentável.
Também há indicações de que as políticas governamentais estão voltando-se decididamente para o estímulo ao crescimento. O volume de novos empréstimos concedidos em março subiu para 1,01 trilhão de yuans (US$ 160 bilhões), contra 710 bilhões de yuans de fevereiro. Os mercados estão esperando o governo disparar seus canhões — cortes na taxa de juros ou reduções nas exigências de reservas dos bancos, para incentivar o crédito.
A forte expansão do crédito em março mostra que talvez isso não seja necessário. Um trabalho de bastidores do Banco Central para facilitar as condições do mercado financeiro funcionou igualmente bem. Isso fica evidente quando se analisa os juros interbancários, que baixaram de uma média de 4,5% em janeiro e fevereiro para 3,3% em março e abril, num sinal de melhoria da liquidez dos bancos.
O governo também está aumentando os gastos públicos para compensar parcialmente a queda no investimento do setor privado. O total de depósitos fiscais caiu 405 bilhões de yuans em março. É o maior declínio já registrado em qualquer mês exceto dezembro — quando os departamentos governamentais eliminam dos cofres os recursos que sobraram no ano. Isso indica que o governo já pôs em andamento um pequeno estímulo para apoiar o crescimento.

Fonte: The Wall Street Journal

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