Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Mercado se prepara para uma fraca temporada de resultados


Analistas acreditam que balanços trimestrais serão prejudicados pela desaceleração da economia. Supermercados e shopping centers devem ser destaques positivos.
A temporada de resultados das empresas brasileiras no primeiro trimestre de 2012 teve o pontapé inicial nesta semana, com a publicação do balanço da Localiza. O forte início, contudo, não deve iludir os investidores.
Com as condições econômicas adversas tanto no cenário internacional quanto no nacional, a maioria dos setores deve ter uma performance em linha com o quarto trimestre de 2011.
Segundo Marco Aurélio Barbosa e Bruno Piagentini, da Coinvalores, resultados mais consistentes devem vir apenas com a melhora do cenário econômico, prevista para a segunda metade deste ano.
"Há setores que sofrem mais e outros que sofrem menos", explicaram. Porém, o mercado já precifica um cenário difícil, de forma que o impacto dos resultados nas ações deve ser limitado.
Exportadoras de commodities, como a Vale, terão impacto negativo de demanda mais fraca e positivo de depreciação do câmbio
Exportadoras de commodities, como a Vale, terão impacto negativo de demanda mais fraca e positivo de depreciação do câmbio

Exportadores
Para as exportadoras de commodities, a contração da demanda global e a desconfiança dos consumidores devem gerar efeitos negativos tanto no campo operacional quanto no financeiro.
A Petrobras, por exemplo, deve ter resultados fracos, segundo os analistas do Credit Suisse Emerson Leite e Andre Sobreira. Os números devem refletir o aumento das importações e a elevação dos royalties e participação especial, este último devido à alta do preço do petróleo.
Já Ivano Westin e Clarissa Berman, também do Credit Suisse, veem os resultados da Vale pressionados pela redução no preço do minério de ferro e volumes estáveis de venda do produto.
Mercado doméstico
Para os setores voltados ao cenário interno, que dependem das condições macroeconômicas brasileiras, a expectativa também fica longe do otimismo. Dentre eles, a Coinvalores cita as construtoras, as empresas de transporte e infraestrutura.
"Eles tendem a apresentar um cenário mais adverso com o arrefecimento da economia, como mostrado pelo IBC-Br", afirmam Barbosa e Piagentini.  O Índice de Atividade Econômica do Banco Central marcou recuo de 0,23% em fevereiro, após cair 0,18% em janeiro.
A atividade mais fraca deve impactar negativamente o setor bancário, por exemplo. Como resultado, o crescimento do crédito deve ficar em torno de 2% para as grandes instituições, de acordo com os cálculos de Regina Sanchez, Thiago Batista e Alexandre Spada, da Itaú Corretora.
Do lado negativo, ainda, o setor de vestuário e a Lojas Americanas deve ter um crescimento fraco de receita até o segundo semestre deste ano, conforme os cálculos de Carlos Albano, do Citi.
Destaques positivos
Contudo, nem todos os setores devem apresentar resultados tão fracos. Segundo Piagentini e Barbosa, da Coinvalores, as prévias anunciadas recentemente mostram que o setor de shopping centers pode ter resultados melhores do que o esperado.
Já Carlos Albano aponta que, no varejo, o segmento de vestuário deve ter uma performance relativamente melhor do que as demais áreas.
Por sua vez, o Bank of America Merrill Lynch vai na contramão das expectativas e espera uma temporada mais positiva.
"Nós antecipamos uma tendência construtiva para a temporada de resultados do primeiro trimestre de 2012", comentou o Bank of America Merrill Lynch, em relatório assinado por Pedro Martins Jr.
Para Martins, a depreciação do câmbio no trimestre deve impactar positivamente as margens das empresas exportadoras, assim como a menor pressão de custos, devido aos menores preços dos insumos e tendência de declínio da inflação.
Próximos resultados
As próximas empresas a divulgarem os resultados do primeiro trimestre serão a Redecard (18/4) e Bradesco, M.Dias Branco e Usiminas (23/4).

Fonte: Brasil Econômico

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