Uma pesquisa norte-americana concluiu que o composto químico metilcetona, usado na produção de sabores e fragrâncias, pode ser usado futuramente como biocombustível.
Os estudiosos do Departamento de Energia dos Estados Unidos, o Joint BioEnergy Institute (JBEI), localizado na Califórnia, fizeram diversos testes e divulgaram os resultados na revista Applied and Environmental Microbiology.
Através das pesquisas, eles conseguiram projetar a bactéria Escherichia coli (E. coli) e a partir daí gerar grandes quantidades do composto metilcetona, que é responsável pelo sabor da manteiga e de alguns queijos.
Os testes mostraram que estas metilcetonas apresentaram alto Índice de Cetano, um indicador que mede a qualidade de combustão dos combustíveis diesel. Isso as torna propícias à produção de biocombustíveis avançados. “Estamos particularmente animados com a nossa constatação de que é possível aumentar mais de quatro mil vezes a produção de metilcetona a partir da E. coli, com um número relativamente pequeno de modificações genéticas”, afirma Harry Beller, microbiologista que liderou o estudo.
De acordo com Beller, os resultados obtidos aumentaram a lista de compostos químicos naturais que podem servir como biocombustíveis. A consequência disso é que há mais flexibilidade e opções para a indústria.
São considerados biocombustíveis avançados os combustíveis não fósseis que são derivados de vegetais ou de lixo orgânico. Todos eles podem futuramente substituir a gasolina e o diesel ou, pelo menos, serem usados como alternativas sustentáveis.
A técnica, testada no instituto americano JBEI, usou a E. coli como micróbio e a metilcetona como matéria natural para gerar combustível. Os micróbios digerem uma matéria de origem vegetal e convertem seus açúcares em moléculas de combustível. Foram feitas duas modificações genéticas importantes na bactéria para que a produção fosse maior.
“Primeiro nós modificamos passos específicos da betaoxidação, via metabólica que a bactéria usa para quebrar os ácidos gordos, depois aumentamos a expressão de uma proteína nativa da E. coli, chamada FadM. Essas duas alterações combinadas aumentam consideravelmente a produção de metilcetonas”, afirma Beller. Agora a equipe de pesquisadores busca encontrar maneiras de aumentar a produção do biocombustível. Com informações da Veja.
Fonte: JMA-Jornal Meio Ambiente | Fonte Redação Ciclo Vivo
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