Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

China convida empresas estrangeiras a participar de projetos de terras-raras .

A China deu o que pode ser um sinal de paz para Estados Unidos, Japão e Europa na disputa comercial pelas terras-raras, ainda que tenha defendido seus controles de exportação.
O ministro chinês da Indústria e da Tecnologia de Informação convidou ontem as companhias estrangeiras a unir-se a empresas locais em sociedades de tecnologia de terras-raras, principalmente de projetos de proteção ao meio ambiente.
"As [habilidades] dos EUA, do Japão e da Europa em gestão ambiental, reciclagem, pesquisa de tecnologia e desenvolvimento de aplicações de ponta são bem-vindas na China", disse o porta-voz do ministro Zhu Hongren durante uma entrevista coletiva on-line.
[crare]
A China controla quase toda a produção mundial de terras-raras — um grupo de 17 minerais com aplicações de alta tecnologia que vão desde computadores pessoais até armas avançadas — mas espera subir na cadeia de valores para se tornar uma fabricante de produtos à base de terras-raras, bem como uma fornecedora de minerais.
Como parte dessa estratégia, o país convidou repetidas vezes empresas estrangeiras para formar sociedades locais no negócio de terras-raras, tanto para alavancar sua própria capacidade tecnológica quanto para atender a reclamações de estrangeiros sobre as cotas dos minerais. Mas este gesto mais recente, com ênfase nas tecnologias ambientais e foco exclusivo nos EUA, União Europeia e Japão — os quais no mês passado abriram um processo sobre terras-raras na Organização Mundial do Comércio — como potenciais colaboradores, parece ser uma iniciativa pelo menos em parte concebida para responder às queixas da OMC.
Pequim quer "companhias estrangeiras avançadas com tecnologia e capital fortes" para estabelecer "intercâmbios e cooperação" para o "desenvolvimento conjunto da indústria de terras-raras", disse Zhu.
A iniciativa não representa um afrouxamento pela China dos seus controles de exportação de terras-raras. De fato, um especialista viu duas explicações para ela.
"Pode haver dois elementos", disse Michael Komesaroff, um especialista na indústria chinesa de metais da firma Urandaline Investments. "Um é que os chineses podem genuinamente estar interessados em proteger mais o ambiente e acreditam que podem aprender com as tecnologias estrangeiras. Outro é que isso seja uma bandeira branca por causa da queixa comercial que os EUA e a UE apresentaram à OMC."
As tensões mundiais em torno dos controles da China sobre as terras-raras atingiram seu ponto crítico em 2010, quando o país reduziu em cerca de um terço as suas cotas de exportação. A decisão fez o preço das terras-raras disparar e deixou o mundo ainda mais apreensivo com o domínio chinês do setor.
A China vem alegando que suas políticas são mais motivadas pelas necessidades ambientais do que pelas econômicas.
"Gastam-se sete toneladas de ácido para produzir um tonelada de óxidos de terra-rara, e a produção gera amônia, metais pesados e outros poluentes", disse Zhu. "Nossas políticas visam inteiramente a proteção do ambiente, dos recursos e do desenvolvimento sustentável" e "estão de acordo com as regras da OMC", disse ele.

Fonte: The Wall Street Journal

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