Moeda norte-americana abriu sendo vendida R$ 2,250, recuando 0,18%, devido a números da economia chinesa.
SÃO PAULO - O mercado de câmbio abriu nesta segunda-feira, o4, com o dólar à vista em queda ante o real. O viés de baixa acompanha o desempenho negativo da moeda norte-americana em relação ao euro e a algumas divisas ligadas a commodities, sustentado por indicadores positivos de atividade da China e da zona do euro divulgados mais cedo.
No Brasil, a perspectiva da oferta diária de até US$ 500 milhões em swap cambial no mercado futuro, às 9h30, também contribui para o recuo inicial, disse um operador de tesouraria de um banco. O dólar à vista abriu a R$ 2,250, com baixa de 0,18%. No mercado futuro, às 9h19, o contrato de dólar para dezembro de 2013 recuava a R$ 2,2635 (-0,15%), após oscilar de R$ 2,2630 (-0,18%) a R$ 2,2680 (+0,04%).
Ao longo do dia hoje e da semana, no entanto, o dólar pode voltar a ser pressionado ante o real, devido a preocupações internas e à forte agenda externa semanal.
Segundo operadores de câmbio, o déficit fiscal recorde das contas públicas em setembro assim como o crescente fluxo cambial negativo podem continuar sustentando altas da taxa de câmbio e dos juros futuros. Esses sinais de fragilidade dos fundamentos domésticos elevam o risco de um eventual rebaixamento da nota do Brasil pelas agências de classificação de risco em 2014, ano de eleições no País, disse um operador de uma corretora.
Para esses profissionais, a garantia do Banco Central de que o programa de intervenção no mercado de câmbio, com leilão de swap cambial e de linha com recompra, deve continuar pelo menos até dezembro, ajuda a amenizar a liquidez. Na operação de swap, daqui a pouco, a oferta será de até 10 mil contratos (US$ 500 milhões) distribuídos, a critério do BC, em dois vencimentos: 1 de abril de 2014 e 2 de junho de 2014. A operação será 9h30 às 9h40 e o resultado estará disponível a partir das 9h50.
O rumo das taxas pode ser de alta ao longo da semana porque, além do problema fiscal interno e desequilíbrio no fluxo cambial, os investidores ficarão em compasso de espera pela decisão de política monetária do Banco Central Europeu, na quinta-feira, mesmo dia do anúncio da primeira estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano do terceiro trimestre. No dia seguinte, sexta-feira, serão informados os números oficiais do mercado de trabalho dos Estados Unidos.
Esse calendário deve sustentar as especulações em torno do início da mudança de ritmo das compras de ativos nos Estados Unidos. Os indicadores econômicos norte-americanos que saem a partir de hoje também vão direcionar os mercados no sentido de reforçar ou diminuir as apostas no começo da retirada dos estímulos já em dezembro, ressaltou o operador da corretora já citado.
Nos EUA, o Índice ISM de condições empresariais de Nova York em outubro será divulgado às 12h45 e os dados de encomendas à indústria de agosto e setembro às 13 horas. Já às 14h40 o diretor do Fed, Jerome Powell, que tem direito a voto no Fomc, discursa sobre política monetária e economias emergentes às 14h40, enquanto o presidente do Fed de Boston, Eric Rosengren, discursa na Universidade de Massachussets, em Boston, às 19 horas.
Desde a semana passada, cresce entre os agentes financeiros o sentimento de que o Banco Central Europeu poderá reduzir os juros na zona do euro para estimular o crescimento e a geração de empregos. Essa possibilidade se mantém a despeito do aumento dentro do esperado do PMI da indústria na zona do euro no mês passado, para 51,3, ante 51,1 em setembro, permanecendo acima de 50 - o que indica expansão da atividade - pelo quarto mês seguido. Esse dado impulsiona o euro ante o dólar nesta manhã.
As moedas correlacionadas a commodities, por sua vez, oscilam entre leves altas e quedas em relação ao dólar. O sinal misto predomina em meio ao salto do índice oficial dos gerentes de compras (PMI) da China no setor industrial em outubro para o maior nível em 14 meses, de 56,3 em outubro, de 55,4 em setembro.
O resultado confirma um ritmo positivo da atividade e deve influenciar nas discussão sobre o futuro das políticas de crédito e de liquidez do país durante o Congresso do Partido Comunista, que deve terminar no fim da semana. Esses debates podem dar combustível aos negócios nos mercados de moedas, disse um operador de um banco.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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