Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

sábado, 30 de novembro de 2013

China deve pôr seu peso a favor do acordo

Doze anos após sua entrada na OMC, a China chega à conferência de Bali com uma posição ambígua.
Embora tenha o peso de ser a segunda economia e o maior exportador do mundo, o país teme que o fracasso das negociações enfraqueça sua voz na definição das regras do comércio mundial nos próximos anos.

Um fiasco em Bali tornaria mais remoto o acordo global de comércio ambicionado pela Rodada Doha e fortaleceria a rota alternativa dos acordos de livre comércio.

Para Pequim, particularmente preocupante é a Parceria Transpacífico (TPP, na sigla em inglês).

O ambicioso pacto negociado desde 2009 sob a liderança dos EUA tem envolvimento de 12 países, mas não da China, responsável por 30% do comércio mundial.

Eixo da estratégia do governo Obama para neutralizar a ascensão da China, a criação da TPP teria consequências globais, com potencial de definir a próxima geração de normas do comércio mundial, segundo especialistas.

"A conferência de Bali é um momento crucial para manter a relevância do sistema multilateral", disse à Folha Yu Yong Bing, do departamento de OMC do ministério do Comércio chinês.

A emergência da TPP cria um dilema para Pequim, observa James Parker, analista da revista "The Diplomat", especializada em geopolítica da Ásia-Pacífico.

Ficando de fora, perde a chance de delinear as normas que poderão reger o comércio e os investimentos.

Se participar, o país se abre a competição em condições pouco vantajosas.

"A China ainda está bem atrás de economias desenvolvidas na qualidade de seu nascente setor de serviços. Além disso, muitas de suas empresas dependem de benefícios do governo que sofreriam forte golpe com a TPP", escreveu Parker.

DETERMINAÇÃO

Diplomatas em Pequim que acompanham as negociações na OMC afirmam que a China está determinada a obter um acordo em Bali, mesmo que isso leve ao rompimento da tradicional aliança com outros países emergentes.

Isso significa que dificilmente a China repetirá o apoio que deu à Índia em 2008, quando foi perdida uma chance de acordo.

Assim como ocorreu cinco anos atrás, desta vez a Índia volta a despontar como o maior entrave a um entendimento, por suas exigências na negociação agrícola.

"A Índia é o maior fator de incerteza", disse um negociador chinês à Folha.

A China teme que um recuo persistente da Índia coloque por água abaixo o principal entendimento negociado em Genebra para a conferência de Bali, o de facilitação de comércio.

Maior exportador do mundo, o país tem óbvio interesse em agilizar o fluxo de mercadorias nas alfândegas, que é o objetivo do acordo.

Fonte: Folha de S. Paulo

Nenhum comentário:

Postar um comentário