Os dados da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE confirmaram dois aspectos aparentemente antagônicos: a taxa de desemprego registrou seu menor nível para outubro, enquanto a renda do trabalho apresentou (e vem apresentando) um crescimento muito próximo da época da crise de 2009.
Pelo lado do emprego, nota-se que a População Economicamente Ativa está "andando de lado" desde julho. Isso se reflete na menor geração de postos de trabalho, visto que o total de pessoas que procuram emprego vem caindo. Esse resultado se agrava pelo fato de que reduções significativas da taxa de desemprego nos próximos meses são improváveis, pelo fato de o mercado de trabalho estar (próximo) do pleno emprego. A menor participação atual e futura no mercado de trabalho é explicada pelo outro aspecto citado inicialmente: o menor crescimento dos rendimentos. Ou seja, com a renda crescendo menos, as pessoas tendem a responder participando menos do mercado de trabalho.
Por sua vez, esse menor crescimento da renda pode ser oriundo das menores margens de lucro das empresas ao longo dos últimos anos, por sua vez, decorrente das fortes elevações do custo laboral e estagnação da produtividade. Isso se reflete em um menor crescimento do consumo. Logo, esses resultados mostram que o atual modelo de crescimento econômico baseado em elevações dos rendimentos e do consumo está se esgotando, o que prosseguirá caso a produtividade do trabalho não volte a crescer.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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