Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Dados na Europa levantam receios com estagnação, inflação e desemprego

PIB da maior economia da zona do euro, a Alemanha, teve forte desaceleração no 3º trimestre, enquanto França e Itália, segunda e terceira maiores economias do bloco, tiveram contração.

FRANKFURT - Os dados sobre Produto Interno Bruto (PIB) divulgados na Europa indicam que as economias da zona do euro enfrentam um misto de estagnação, inflação baixa e desemprego alto que ameaça impedir o crescimento no futuro próximo. O PIB da maior economia da zona do euro, a Alemanha, teve forte desaceleração no terceiro trimestre, enquanto França e Itália, segunda e terceira maiores economias do bloco, tiveram contração. Os três países correspondem a dois terços do PIB da zona do euro.

O PIB da zona do euro cresceu apenas 0,1% no terceiro trimestre, em comparação com o segundo, e caiu 0,4% em relação ao mesmo período do ano passado, mais do que a contração de 0,3% esperada pelos economistas consultados pela Dow Jones Newswires. Em termos anualizados, a zona do euro teve expansão de 0,4%, bem menos do que a expansão de quase 1,2% registrada no segundo trimestre.
Na Alemanha o PIB subiu 1,3% no terceiro trimestre, em base anualizada, de acordo com cálculos do JPMorgan, o que significa uma forte desaceleração em comparação com o avanço anualizado de 2,9% obtido no segundo trimestre. O caso mais preocupante, porém é o da França, onde o PIB teve contração de 0,6%, em termos anualizados, no terceiro trimestre. A economia da Itália teve contração pelo nono trimestre consecutivo, mas ela foi pequena.

Analistas veem poucas evidências de uma recuperação na França em breve. "O consumo privado vai permanecer pressionado pelo alto desemprego e um fortalecimento das exportações continuará improvável até que mais esforços sejam feitos para aumentar a atratividade do país", comentou Julien Manceaux, economista do ING Bank, em nota a clientes.

Algumas das economias do sul da Europa mais atingidas pela crise recente, por outro lado, vêm mostrando sinais de estarem saindo da recessão. Espanha e Portugal tiveram pequenos avanços no PIB e a Itália deve voltar a crescer no trimestre atual.

A zona do euro saiu da mais longa recessão desde a Segunda Guerra Mundial no segundo trimestre deste ano, mas a estagnação da atividade econômica e a inflação baixa tornam difícil para as empresas fazerem investimentos e contratações, o que limita os esforços dos governos para impulsionar os setores público e privado e reduzir as dívidas.

Perspectiva

A pesquisa trimestral conduzida pelo Banco Central Europeu (BCE) mostrou uma alta na projeção para o PIB da zona do euro neste ano para uma queda de 0,4% neste ano e uma elevação de 1,0% em 2014.

Na pesquisa anterior, o PIB estava projetado para cair 0,6% neste ano e subir 0,9% no próximo ano. O número para 2015 não se alterou, com um crescimento de 1,5%.

Por outro lado, as respostas à pesquisa do BCE resultaram em uma redução de 0,1 ponto porcentual na projeção para a inflação deste ano, para 1,4%, manutenção na perspectiva de 1,5% em 2014 e corte de 0,1 ponto porcentual na projeção para a inflação de 2015, a 1,6%.

Depois que a inflação na zona do euro desacelerou para uma alta de 0,7% em outubro, os riscos de uma inflação abaixo da meta de 2% aumentaram. A expectativa para a inflação de longo prazo caiu 2 pontos-base, para 1,93%, e a probabilidade de uma inflação a 2% ou acima caiu para 43%.

Fonte: O Estado de S. Paulo

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