O dólar fechou em alta ante o real nesta terça-feira (19/11), depois de muito sobe e desce, em movimento de ajuste técnico após a forte queda da sessão anterior e com investidores ainda de olho nos próximos passos da política monetária dos Estados Unidos.
O dólar avançou 0,41 por cento, a 2,2776 reais na venda, após chegar a 2,2510 na mínima do dia e a 2,2795 reais na máxima. Na véspera, a moeda fechou em queda de 2,30 por cento, a 2,2682 reais.
"Houve uma queda abrupta do dólar, e ela foi seguida por um movimento típico de ajuste", disse o especialista em câmbio da Icap Corretora, Italo dos Santos, acrescentando que, quando o dólar bateu no patamar de 2,25 reais, alguns investidores aproveitaram para comprar.
Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou mais intenso, em torno 1,8 bilhão de dólares. Neste mês, a média diária de negociação está em 1,3 bilhão de dólares e, segundo operadores, houve um forte fluxo de entrada no final da manhã, quando o dólar chegou a cair 0,76 por cento.
Existe a expectativa de que tenha havido entrada de recursos de fora para o pagamento do bônus de R$15 bilhões com o leilão de Libra, cujo prazo final foi alterado para o próximo dia 27.
"Houve um fluxo forte de entradas, mas o fato de o dólar ter caído bastante ontem ditou um viés mais comprador hoje. É de se esperar alguma realização de lucros", disse o operador de um banco nacional sob condição de anonimato.
No fronte externo, investidores também estavam sob a expectativa da fala do chairman do Federal Reserve, Ben Bernanke --prevista para ocorrer às 22h (horário de Brasília)-- para buscar sinais sobre quando poderá começar a redução do programa de estímulo nos Estados Unidos.
"Qualquer notícia sobre a política monetária dos Estados Unidos tende a mexer bastante com o mercado, que já está sensível a esse assunto faz algum tempo", disse o operador de um banco nacional sob condição de anonimato.
A futura chairwoman do Fed, Janet Yellen, já defendeu fortemente, na última semana, as medidas audaciosas para estimular o crescimento econômico, o que voltou a fortalecer as expectativas de que manterá suas compras de ativos de 85 bilhões de dólares mensais pelo menos até o próximo ano, sem afetar a liquidez nos mercados internacionais.
Influenciaram também neste pregão as atuações do Banco Central brasileiro. Mais cedo, a autoridade monetária vendeu 10 mil contratos de swap cambial tradicional --equivalentes a venda futura de dólares-- com vencimento em 2 de junho de 2014, previstos em seu cronograma de atuações diárias, mas não vendeu os com vencimento em 5 de março de 2014. O volume financeiro equivalente foi de 495,7 milhões de dólares.
Após o fechamento, o BC anunciou para quinta-feira o próximo passo do programa de rações diárias, com as mesmas condições do realizado nesta sessão.
O BC também deu sequência à rolagem do equivalente a 10,110 bilhões de dólares em swaps tradicionais que vencem em 2 de dezembro com a venda da oferta total de 20 mil contratos. Com isso, o BC já rolou cerca de metade do lote completo.
Na quinta-feira, o BC proseeguirá com o processo de rolagem, com mais uma oferta de até 20 mil contratos de swap tradicional com vencimentos em 2 de maio e 1º de agosto de 2014.
Fonte: Reuters Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário