Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

domingo, 30 de dezembro de 2012

Economista considera que 2012 foi ano negativo para o setor industrial


Rio de Janeiro - O ano de 2012 foi "bastante negativo" para a indústria nacional e para a fluminense, disse à Agência Brasil o gerente de Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Guilherme Mercês. Até outubro, a produção industrial geral fluminense mostra queda de 6,2%. Na indústria de transformação, o acumulado está negativo em 7,5%.

Vários fatores vêm impulsionando a queda. Um dos setores mais fortes no estado, que é a indústria automotiva, localizada no centro-sul fluminense, sofreu os efeitos da crise externa, disse o economista. “A queda de produção automotiva, em relação a 2011, está em 35% no acumulado do ano. Isso tem grande responsabilidade pelo recuo da produção industrial geral, de 6,2%”.

Os resultados negativos são generalizados pelos diversos setores industriais do Rio de Janeiro. “Certamente, este é um ano perdido para a indústria do Rio e do Brasil”. Para 2013, ele disse que os dados recentes mostram sinais de recuperação não muito consistentes. “A gente espera, sim, uma recuperação para 2013, mas não muito robusta”.

O economista acredita que dois fatos vão ajudar a indústria no próximo ano. O primeiro deles é a base de comparação, que vai ser melhor em relação a 2012. O segundo é que se esperam para os próximos meses os reflexos positivos dos diversos estímulos dados pelo governo federal à economia, entre os quais a redução da taxa de juros e os incentivos tributários. “Então, a economia está demorando a reagir, mas esses estímulos devem, sim, fazer efeito no ano que vem”. Ele espera que com isso a indústria mostre resultados melhores do que os deste ano.

Em função dos incentivos do governo, Guilherme Mercês avaliou que alguns setores, como o automotivo, começam a mostrar reação, embora os sinais sejam ainda muito pontuais. “É importante que essa recuperação seja mais disseminada para o próximo ano”. Referiu-se, em especial, à indústria em geral, onde predominam os resultados negativos. Apenas quatro segmentos – produtos químicos excluído refino, perfumaria, higiene e farmacêutico – têm se sustentado de forma positiva no estado.

Mercês destacou também o desempenho da indústria da construção civil, que tem apresentado resultados bons no Rio de Janeiro em 2012, “mesmo nesse cenário negativo”. Ele revelou que a construção civil foi o único setor que contratou mais trabalhadores que no ano passado, somando 34.488 funcionários. Esse foi um dos melhores resultados dos últimos dez anos no estado. “Isso está atrelado às grandes obras de infraestrutura que a gente está vendo no estado e, também, à chegada de muitas empresas e de investimentos”. A tendência deve ter continuidade no próximo ano.

O economista lembrou que o mapeamento de investimentos para o Rio de Janeiro, nos próximos anos, é volumoso. No triênio 2012/2014, os investimentos previstos atingem R$ 211 bilhões. No levantamento anterior, relativo ao período 2010/2012, os investimentos totalizavam R$ 180 bilhões. “Teve um novo acréscimo dessa perspectiva de investimento refletindo, inclusive, a busca dos investidores internacionais por diversificação dos investimentos, uma vez que os países desenvolvidos estão apresentando taxas muito baixas de crescimento”.

A indústria extrativa mineral, um dos carros-chefes da indústria geral fluminense, apresentou resultados “tímidos” até a metade deste ano, iniciando um processo de recuperação a partir do segundo semestre, disse Mercês. “E agora, já começa a mostrar alguns sinais positivos”. A indústria extrativa fluminense está relacionada ao desempenho das atividades de exploração e refino de petróleo, cuja produção está concentrada mais de 80% no Rio de Janeiro. Segundo Mercês, no próximo ano, com a economia e a demanda se recuperando, a indústria extrativa e de refino também deve acompanhar esse movimento. “Por enquanto, está no zero. Não está crescendo, nem caindo”.

Seguindo a retração da produção industrial, as contratações de pessoal efetuadas pela indústria fluminense também mostraram recuo na maioria dos setores. Na indústria da transformação, o saldo é inferior ao do ano passado. Em 2012, a indústria de transformação gerou 13.187 empregos. Em 2011, foram quase 16 mil vagas. O economista sublinhou que também o setor de serviços, que é o principal contratante no estado, gerou um total de 58 mil empregos até agora, contra mais de 85 mil em 2011. “O mercado de trabalho também reflete essa desaceleração da economia como um todo”.

O gerente da Firjan estima que o emprego não deverá apresentar recuperação em 2013, na mesma intensidade que a produção industrial, porque o Brasil e a maioria dos estados já estão com uma taxa de desemprego muito baixa. “Acredito que a recuperação, nos próximos meses, será mais apoiada em capital. Esse é o grande desafio: aumentar os investimentos”. No Rio de Janeiro, a taxa de desemprego é 4,6%. O dado se refere a outubro passado, informou o economista.

Fonte: Agência Brasil

Investimentos estrangeiros em 2012 superam expectativas, mas provocam desconfiança


Brasília – Os investimentos de empresas estrangeiras no Brasil voltaram a superar as expectativas e continuaram entrando de forma expressiva em 2012. Em parte, o desempenho do consumo e do emprego em meio à crise econômica internacional explica o interesse das multinacionais no país. No entanto, o forte volume de ingressos tem despertado receios de que parte do dinheiro que deveria gerar investimentos produtivos esteja sendo aplicada em especulações no mercado financeiro.

Segundo os dados mais recentes divulgados pelo Banco Central (BC), os investimentos estrangeiros diretos (IED) totalizaram US$ 59,893 bilhões de janeiro a novembro. O resultado é o segundo melhor para o período, só perdendo para 2011, quando as entradas tinham somado US$ 60,017 bilhões. Mesmo assim, os investimentos das empresas estrangeiras têm superado as expectativas mais otimistas.

Em novembro, o BC projetava a entrada de US$ 3 bilhões de investimentos estrangeiros diretos no país. No entanto, o ingresso no mês passado somou US$ 4,587 bilhões, a ponto de o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, dizer, no dia 18 deste mês, que as “surpresas positivas [no IED] têm sido a tônica do ano”.

O motivo para a desconfiança dos especialistas está nos empréstimos intercompanhias, empréstimos de matrizes no exterior para filiais da mesma empresa no Brasil cuja proporção no IED está aumentando. Esses recursos representaram 18% do total do investimento estrangeiro direto que ingressou no país de janeiro a novembro de 2011. No mesmo período deste ano, a proporção subiu para 20,6%.

“Os empréstimos intercompanhias ocorrem dentro de uma mesma empresa ou conglomerado. São realizados em condições especiais e não existe qualquer acompanhamento por parte do governo onde esses recursos são aplicados”, diz o economista André Nassif, professor de Economia Internacional da Fundação Getulio Vargas (FGV) e da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Na avaliação do professor, os juros no Brasil, que ainda são altos, apesar da queda observada neste ano, permanecem como atrativos para investidores que querem se aproveitar da diferença em relação às baixas taxas dos países desenvolvidos para fazer especulação financeira. Para Nassif, existe uma boa chance de que os empréstimos intercompanhias estejam camuflando aplicações no mercado produtivo. Um indício disso seria a estagnação do investimento privado observada neste ano.

“Se os investimentos estrangeiros estão batendo recordes, por que a taxa de investimento privado não está se expandindo? Para onde o dinheiro está indo, se a capacidade produtiva não se expandiu em 2012?”, questiona o professor. De acordo com o Ministério da Fazenda, a taxa de investimentos deve encerrar o ano em torno de 18,5% do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de bens e serviços produzidos no país -  depois de ter ficado em torno de 20% em 2011.

Para o professor, o próximo ano será decisivo para que a situação seja esclarecida. “Podemos ter uma prova em 2013. Se a economia continuar com baixo crescimento e os investimentos estrangeiros diretos forem mantidos, é porque tem alguma coisa estranha”, avalia.

Apesar da desconfiança de especialistas, o BC não acredita que os empréstimos entre matrizes e filiais representem fonte de preocupação. Os técnicos do órgão avaliam que a taxação do capital estrangeiro previne as operações com fins especulativos. “Os empréstimos intercompanhia só representam uma categoria estatística. Na verdade, eles são tributados com IOF [Imposto sobre Operações Financeiras], como qualquer operação”, disse o chefe adjunto do Departamento Econômico do BC, Fernando Rocha.

Atualmente, os empréstimos adquiridos no exterior com prazo de até um ano pagam 6% de IOF quando os recursos ingressam no país. Em relação à participação dos empréstimos intercompanhia no total dos investimentos estrangeiros diretos, Rocha disse não considerar relevante a proporção de 20%.

Fonte: Agência Brasil

Economia do país terá que crescer acima de 4% em 2013 para criar mais empregos, segundo Dieese


São Paulo - A economia brasileira terá de crescer a taxas bem superiores à média apontada por analistas (oscilando entre 3% e 4%), para que haja aumento de postos de trabalho e uma queda mais expressiva na taxa de desemprego. A avaliação foi feita à Agência Brasil pelo economista Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Ele justificou que há uma capacidade ociosa nas empresas e a estratégia delas, em um primeiro momento, pode ser a de estender a jornada do pessoal já ocupado com adoção de horas extras. Se o Produto Interno Bruto (PIB) ficar próximo dos 3%, a taxa de ocupação pode ficar estável, acredita Ganz Lúcio.

Dados da Pesquisa Mensal de Emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente a novembro último, indicou leve queda na taxa de desemprego, que passou de 5,3% para 4,9%. Houve um recuo também no índice apurado em conjunto pelo Dieese e pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), com a constatação de que 10,5% da População Economicamente Ativa (PEA) estavam desempregados em outubro, ante 10,9%, em setembro.

O levantamento relativo à Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), da Fundação Seade e do Dieese, é feito em sete regiões metropolitanas: Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Salvador, São Paulo, Porto Alegre e Distrito Federal. Entre outubro do ano passado e igual mês deste ano, foram criados 514 mil empregos, número menor do que o total de pessoas que ingressaram no mercado de trabalho (691 mil), o que elevou neste período em 177 mil o total de desempregados (2,365 milhões).

Embora, na virada de setembro para outubro, a indústria tenha sido a que mais contratou mão de obra com a oferta de 75 mil vagas e um crescimento de 2,5%, sobre outubro de 2011, o setor encolheu o número de vagas em 0,8% com a eliminação de 24 mil postos de trabalho. E é essa área do setor produtivo que pode vir, segundo Clemente Ganz Lúcio, a impulsionar a economia, no próximo ano.

“Há uma sinalização de retomada do emprego na indústria”, ressaltou o economista. Ele observou que, embora este segmento econômico tenha sido mais afetado pela queda na demanda internacional, houve a compensação dos benefícios concedidos pelo governo federal como, por exemplo, a medida de desoneração da folha de pagamento, oferta de linhas de crédito por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) entre outros estímulos.

Esse quadro permitiu “uma certa dinâmica da economia”, com manutenção da taxa de desemprego mais baixa e com ganhos salariais acima da inflação. No entanto, segundo Clemente, muitas empresas colocaram os investimentos “na geladeira”. Com base em projeções dos analistas, ele disse que a taxa de investimento neste ano ficou entre 18 e 19% e deveria alcançar algo em torno de 25% para que a economia crescesse entre 4 a 5%.

Na opinião dele, o desempenho da economia no ano que vem vai depender da reação externa, do quanto a Europa será capaz de contornar a crise no bloco do euro; da capacidade da China em aumentar as importações e do reaquecimento nos Estados Unidos.

“O Brasil não vai se sustentar para um crescimento tão grande se for depender apenas do mercado interno”, disse ele, pontuando que “emprego e renda são fundamentais para o crescimento”. O economista salientou que, em alguns segmentos, “tivemos uma situação de pleno emprego”, caso da construção civil. Porém, advertiu a necessidade de o país corrigir o problema da falta de profissionais especializados.

Um dos obstáculos a serem vencido para melhorar a competitividade em nível mundial, segundo ele, é a redução da diferença de custo da mão de obra. De acordo com Ganz Lúcio, a hora trabalhada nas empresas brasileiras custa entre cinco a sete vezes mais do que na China, e o valor na Alemanha equivale a um terço do gasto no Brasil, esclareceu.

Além disso, Clemente defendeu que a economia estará cada vez mais integrada. Ante essa realidade, sugere que é preciso também investir mais em inovação tecnológica e na capacidade de circulação de mercadorias por meio de melhorias da infraestrutura, rodovias, ferrovias, portos e aeroportos.

Fonte: Agência Brasil

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Dólar fecha quase estável na 6a mas acumula alta de 9,4% em 2012


SÃO PAULO, 28 Dez (Reuters) - O dólar encerrou a última sessão do ano cotado a 2,0447 reais na venda, praticamente estável em relação à véspera, mas acumulando em 2012 valorização de 9,43 por cento sobre o real.

No mês, por outro lado, a divisa recuou 4,04 por cento, em meio a seguidas atuações do Banco Central para fornecer liquidez ao mercado de câmbio.

Fonte: Reuters Brasil

Brasil vira alternativa de empresas espanholas na crise


País é o segundo principal destino dos investimentos das companhias, que colocaram R$ 9,4 bilhões aqui em 2011.

Com a crise econômica na Europa, o Brasil tem se tornado um dos principais destinos dos investimentos espanhóis.

Segundo a Cámara Oficial Española de Comércio en Brasil, o país já é o segundo que mais recebe aportes da Espanha, atrás apenas do Reino Unido. O fato se deve, entre outros fatores, ao que a Cámara chama de "terceira onda" de capital espanhol no país: a vinda das pequenas e médias empresas.

As duas "ondas" anteriores foram a da privatização e a dos anos 2000 e, desde então, foram investidos R$ 164,7 milhões provenientes da Espanha no Brasil. Agora, o interesse é ainda maior.

"Desde o início do ano o número de empresas que procuram a Cámara Española para se instalar no Brasil dobrou", diz María Luisa Castelo Marin, diretora executiva da instituição. "E o motivo é claro: a situação econômica na Espanha é complicada", afirma. 

Segundo pesquisa da Ernst & Young Terco a Espanha foi o sexto país que mais investiu, atrás de Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França e China, com cerca de R$ 9,4 bilhões de investimento em 2011.

De acordo com o estudo, a Espanha tem se mantido entre os cinco países que mais realizam projetos no Brasil desde 2010 e, em 2011, gerou mais de 7 mil empregos. Segundo o estudo, "os fortes laços culturais entre os dois países e a similaridade da língua dão incentivo adicional aos investidores".

De 2012 a 2015 a expectativa da Cámara Española é que o valor chegue a R$ 44 bilhões, uma média de R$ 11 bilhões por ano. "As áreas de infraestrutura, transporte, turismo e serviços são algumas que têm se destacado", diz María Luisa. 

Ela cita como exemplo de investimentos espanhóis o caso da Prosegur, companhia espanhola da área de segurança que em março deste ano investiu R$ 825,5 milhões na aquisição de duas empresas brasileiras, a Nordeste Segurança e a Transbank. A expectativa de María Luisa é que os investimentos continuem aumentando. 

Empregos

Além de estar atraindo a atenção das empresas espanholas, o Brasil também está no foco dos profissionais à procura de empreso. De novembro de 2011 a novembro de 2012, a Cámara Española recebeu 1.525 currículos de espanhóis interessados no Brasil.

Atualmente são mais de 130 currículos cadastrados no portal da Cámara todos os meses, principalmente para cargos de nível técnico.

Em meio à grave crise econômica que a Espanha vive, o índice de desemprego no país atingiu o pico histórico de 25,02% no terceiro trimestre.

Segundo o Instituto Nacional de Estatísticas da Espanha (INE), o número de desempregados cresceu em 85 mil, chegando a 5,778 milhões. Com isso, a América latina se tornou uma alternativa aos profissionais por conta das similaridades culturais com a Espanha.

Fonte: Brasil Econômico

Rumo do Ibovespa dependerá de desfecho do acordo fiscal


Indefinição deve pairar sobre bolsas globais até que negociações sejam encerradas; especialista acredita que decisão pode ser postergada, o que geraria pessimismo.

Mesmo fechando a semana com desempenho na contramão do cenário internacional, o Ibovespa deve ter o seu ritmo guiado pelo desfecho das negociações para evitar o abismo fiscal nos Estados Unidos durante os primeiros pregões de 2013.

A decisão de Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, e do Congresso americano será o principal ingrediente das três próximas sessões do índice doméstico.

Para Mitsuko Kaduoka, diretora de análise de investimento da BI&P - Indusval & Partners Corretora, a votação sobre o abismo fiscal ainda pode trazer surpresas. 

"Não será novidade se houver um acordo para tentar amarrar um pouco mais esse assunto. Se isso acontecer, e o acordo for postergado, a bolsa sofreria um pouco, mas não teria quedas acentuadas".

A especialista alerta que uma votação postergada agregaria nervosismo, tensão e indefinição a todos os mercados globais. "Se o acordo não for estabelecido, mas Obama sinalizar que está fechado, não haverá problema, porque o mercado vai sofrer, mas depois voltará a subir. Vale lembrar que o desfecho será assimilado apenas na quarta-feira (2/1), quando as bolsas voltam a abrir", explica Mitsuko.

Além disso, a agenda da semana será movimentada e pode trazer outros elementos para mexer com o humor dos investidores. Mesmo com o Ibovespa sem operar na segunda-feira (31/12), a divulgação da sondagem industrial na China deve impactar no desempenho da bolsa doméstica durante a semana. Também do gigante asiático, a sondagem de serviços foi destacada por Mitsuko.

"Se os dados da China referentes a dezembro trouxerem números positivos, poderá ser vista uma valorização no mercado brasileiro. Caso os resultados vierem em linha com o esperado, a informação não deve causar impactos contundentes".

No continente europeu, os holofotes também ficarão centralizados na divulgação dos indicadores que medem o nível da atividade industrial e do setor de serviços. 

"No momento, os indicadores industriais da Europa são secundários. A atenção do investidor brasileiro está muito concentrada na China e nos Estados Unidos. Caso os resultados sejam expressivos, tanto para cima quanto para baixo, eles podem causar consequências mais avassaladoras", observa Mitsuko.

Após uma semana como protagonista intocável, os Estados Unidos devem se manter entre os principais fatores determinantes para o comportamento dos agentes.

Por lá, a atividade manufatureira, dados do mercado de trabalho e a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Fomc, na sigla em inglês), do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), devem ficar no radar dos investidores mundiais.

"Os indicadores de emprego dos Estados Unidos podem mexer com o humor dos investidores. Caso tragam números muito abaixo do esperado, o Ibovespa deve apresentar perdas consideráveis".

Mitsuko avalia que a interpretação da ata do Fomc deve ser mais cautelosa. 

No panorama doméstico, a especialista da Indusval & Partners Corretora avalia que o principal indicador será o dado que mede a atividade industrial. "É importante para projetarmos possibilidades para o crescimento da economia". 

Para ela, o foco do investidor brasileiro na próxima semana deve começar com a questão fiscal dos Estados Unidos. "Isso vai balizar o ritmo dos mercados. Se o acordo for fechado, os investidores do mercado devem respirar aliviados", conclui Mitsuko. 

Visão técnica

Depois que ultrapassou a resistência dos 61.000 pontos, o principal índice da bolsa doméstica não se sustentou neste patamar, em função dos impasses nas negociações do acordo orçamentário americano.

"Ainda assim, o índice permaneceu acima dos 60.000 pontos, que era a barreira a ser ultrapassada anteriormente", afirma Alan Soares, analista técnico da Trader Corretora.

O desfecho das negociações do abismo fiscal determinará a tendência apresentada pelo Ibovespa na próxima semana. Com suporte em 60.000 pontos e resistência em 61.400 pontos, o Ibovespa, segundo analista gráfico, deve iniciar um rali de alta que pode se perpetuar caso Obama consiga fechar acordo que evite o abismo fiscal e uma posterior recessão econômica do país. 

"Se conseguir superar o abismo fiscal, o Ibovespa deve ultrapassar novamente os 61.000 pontos e baterá a barreira dos 63.000 pontos", pontua Soares, explicando que 63.000 será o objetivo do índice caso o desfecho no cenário americano seja positivo.

Por outro lado, Soares avalia que se Obama e o Congresso americano não conseguirem evitar o abismo fiscal ou postergarem a decisão, o índice doméstico deve entrar em uma tendência de retrocesso e o objetivo estará em 58.000 pontos.

Fonte: Brasil Econômico

Ibovespa encerra 2012 em alta, aos 60 mil pontos


O principal índice acionário da BM&F Bovespa terminou o último pregão do ano com valorização.

O Ibovespa subiu 0,89% nesta sexta-feira (28/12), aos 60.952 pontos, acumulando alta de 7,40% no ano.

Entre os ativos que compõem o índice, as ações da Vanguarda Agro (VAGR3) apresentaram a maior alta, de 5,13%, cotadas a R$ 0,41.

Na outra ponta, a maior queda foi do papel da Brasil Foods (BRFS3), que caíram 1,19%, a R$ 42,19.

Fonte: Brasil Econômico

Consumo de energia elétrica cresce 6,3% em novembro


Rio de Janeiro – O consumo de energia elétrica no país cresceu 6,3% em novembro deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo dados divulgados hoje (28) pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), do Ministério de Minas e Energia, foram consumidos no mês passado 38,7 mil gigawatts-hora (GWh).

A maior alta no consumo foi observada no setor de comércio e serviços, que teve aumento de 13,7%. Foi o maior crescimento registrado em meses de novembro desde 2005. Segundo a EPE, o aumento do consumo é resultado da ocorrência de temperaturas mais elevadas no país neste mês e do esforço do comércio em investir na climatização de lojas e escritórios.

O calor acentuado também foi o principal motivo para o crescimento de 9,9% no consumo de energia elétrica pelo setor residencial. “O aumento da renda e a estabilidade no emprego são fatores que explicam o aumento estrutural do consumo das famílias: aumentou o estoque de eletrodomésticos nas residências, especialmente de condicionadores de ar. A expectativa de recordes nas vendas do setor de climatização residencial sugere uma participação crescente desses equipamentos”, informa a nota divulgada pela EPE.

A indústria respondeu por grande parte do consumo em novembro (15,5 mil GWh), mas o crescimento do setor foi muito pequeno: 0,2%. O resultado reflete o desempenho de estabilidade da produção industrial no país.

Fonte: Agência Brasil

Com ajuda de dividendos, governo atingirá meta reduzida de superávit primário, diz Augustin


Brasília – Com a ajuda dos lucros das estatais, o Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) pretende alcançar com folga a meta reduzida de R$ 71,4 bilhões de superávit primário – economia de recursos para pagar os juros da dívida pública – em 2012. O secretário do Tesouro, Arno Augustin, assegurou que as contas do Governo Central registrarão superávit superior a R$ 10 bilhões em dezembro, depois de déficit de R$ 4,293 bilhões no mês passado.

De acordo com o secretário, a recuperação da arrecadação em dezembro impulsionará as receitas federais, principalmente de pagamentos de impostos concentrados nos últimos dias deste mês, como o Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). No entanto, a principal contribuição virá dos dividendos das estatais (parte dos lucros que as empresas públicas repassam do Tesouro Nacional).

De janeiro a novembro, as estatais transferiram R$ 20,374 bilhões em dividendos ao Tesouro. Ainda faltam cerca de R$ 9 bilhões para completar a estimativa de R$ 29 bilhões em dividendos pagos em 2012. A projeção foi divulgada em setembro pelo Ministério do Planejamento.

“Depois de um novembro mais fraco, o resultado de dezembro será positivo. Reitero a previsão de que teremos superávit de dois dígitos neste mês”, declarou Augustin. Ele, no entanto, admitiu que a estimativa leva em conta os dividendos que as estatais ainda não repassaram ao Tesouro. “O pagamento de dividendos está incorporado às projeções e segue a programação estabelecida”, disse.

Originalmente, a meta de superávit primário do Governo Central correspondia a R$ 97 bilhões. A equipe econômica, no entanto, recorreu a um mecanismo que permite o desconto dos gastos com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e reduziu a meta em R$ 25,6 bilhões, para R$ 71,4 bilhões.

Para alcançar essa meta reduzida, o governo precisará economizar R$ 11 bilhões em dezembro, mas Augustin assegurou que o esforço fiscal encerrará o ano acima desse valor. “O superávit primário em 2012 será além do que precisa para completar a meta”, disse.

Em relação a 2013, o secretário disse que o superávit primário se elevará por causa do aumento da arrecadação, que vai se recuperar depois de um ano de crise. No entanto, o secretário espera que a recuperação das receitas só começará a ocorrer em meados do próximo ano. “Existe um atraso entre o comportamento da economia e a recuperação das receitas”, ressaltou. Segundo ele, isso ocorre principalmente por causa do Imposto de Renda, que envolve o ajuste dos lucros ou prejuízos das empresas no exercício seguinte.

Divulgado pelo Tesouro Nacional, o resultado do Governo Central difere dos números do superávit primário do setor público, também divulgados hoje, pelo Banco Central. As contas do Governo Central não consideram o desempenho dos estados nem dos municípios. Além disso, o Tesouro Nacional baseia-se nos gastos registrados no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi). O Banco Central usa outra metodologia, que considera a variação do endividamento do governo federal, dos estados, dos municípios e das estatais.

Fonte: Agência Brasil

Déficit fiscal do setor público somou R$ 5,515 bilhões em novembro


Brasília – O setor público consolidado (União, estados, municípios e empresas estatais) registrou déficit primário de R$ 5,515 bilhões no mês de novembro, de acordo com o Relatório de Política Fiscal divulgado hoje (28) pelo Departamento Econômico (Depec) do Banco Central.

União e estatais foram deficitárias em R$ 5,875 bilhões e R$ 1,322 bilhão, respectivamente, enquanto os governos estaduais economizaram R$ 1,404 bilhão e os municípios foram superavitários em R$ 277 milhões.

No acumulado janeiro-novembro, o superávit primário (soma das economias para pagar os juros da dívida pública) soma R$ 82,699 bilhões. Bem menor, portanto, que a economia de R$ 126,8 bilhões feita em igual período do ano passado.

Segundo o relatório do BC, os juros pagos em novembro somaram R$ 16,331 bilhões, um pouco abaixo dos R$ 17,005 bilhões de outubro. No ano, os desembolsos com juros chegam a R$ 194,761 bilhões, o equivalente a 4,85% do Produto Interno Bruto (PIB), soma das riquezas e dos bens produzidos no país.

O total pago com juros da dívida foi R$ 21,3 bilhões menor que o montante empregado no mesmo intervalo de tempo de 2011, por causa da trajetória de queda da taxa básica de juros (Selic) e da menor variação da inflação. No acumulado em 12 meses, os juros nominais alcançaram R$ 215,3 bilhões (4,91% do PIB), mantendo a tendência declinante observada ao longo de 2012.

Divulgado pelo Banco Central, os números do setor público diferem do resultado do Governo Central, também divulgado hoje, pelo Tesouro Nacional. As contas do Governo Central não consideram o desempenho dos estados nem dos municípios. Além disso, o Tesouro Nacional baseia-se nos gastos registrados no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi). O Banco Central usa outra metodologia, que considera a variação do endividamento do governo federal, dos estados, dos municípios e das estatais.

Fonte: Agência Brasil

Dívida líquida do setor público cai para 35% do PIB


Brasília – A dívida líquida do setor público (DLSP) somou R$ 1,535 trilhão no final de novembro, o que corresponde a 35% do Produto Interno Bruto (PIB), soma das riquezas produzidas no país nos últimos 12 meses, calculada em R$ 4,381 trilhões, de acordo com Relatório de Política Fiscal apresentado hoje (28) pelo chefe do Departamento Econômico (Depec) do Banco Central, Túlio Maciel.

Em termos nominais, a dívida líquida está R$ 27 bilhões acima do número fechado no final do ano passado, mas a dívida de então equivalia a 36,4% do PIB da época, caindo paulatinamente ao longo do ano como reflexo, principalmente, da redução da taxa básica de juros (Selic), segundo Maciel.

Em relação a outubro, quando a dívida líquida era R$ 1,541 trilhão (35,4% do PIB), ele disse que a desvalorização cambial observada em novembro contribuiu para reduzir a DLSP em R$ 25,2 bilhões, equivalentes a 0,6 ponto percentual do PIB.

De acordo com Túlio Maciel, a queda de 1,4 ponto percentual na relação dívida/PIB no ano é resultado também da desvalorização cambial de 12,4% de janeiro a novembro, da valorização do PIB corrente, do superávit primário de R$ 82,7 bilhões (economia para pagamento dos juros da dívida) e do ajuste da paridade da cesta de moedas que compõem a dívida externa líquida.

Os fatores mencionados pelo economista do BC somaram 5,8 pontos percentuais em favor da redução da dívida líquida, mais que suficientes para cobrir os 4,4 pontos percentuais a mais para pagamento de juros nominais no ano, no valor de R$ 194,8 bilhões.

Em sentido contrário, a dívida bruta do governo geral, que inclui o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e governos regionais, aumentou de R$ 2,243 trilhões (54,2% do PIB) no final do ano passado para R$ 2,615 trilhões (59,7% do PIB) no mês passado. Em relação a outubro, houve acréscimo de R$ 25,3 bilhões, provocado pelo aumento da incorporação de juros nominais e pela desvalorização cambial no mês.

Fonte: Agência Brasil

Brasil apresenta candidatura à direção-geral da OMC


O governo brasileiro apresentou nesta sexta-feira a candidatura do embaixador Roberto Azevêdo ao cargo de diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), informa o Ministério das Relações Exteriores. Até o momento ele concorrerá com representantes de outros oito países.
O período de indicações de nomes para ocupar a posição pelos próximos cinco anos (2013-2017) se encerra no dia 31 de dezembro e até agora há concorrentes do Brasil, Coreia do Sul, México, Indonésia, Costa Rica, Gana, Jordânia, Quênia e Nova Zelândia.

O eleito pelo Conselho-Geral da OMC subsituirá o francês Pascal Lamy, que serviu um mandato de quatro anos entre 2005 e 2009 e foi reeleito para um segundo período entre 2009 e 2012. O vencedor deve ser anunciado no final de maio de 2013.
Segundo o Itamaraty, Azevêdo reúne importantes qualificações para o exercício da função, estando diretamente envolvido com temas econômicos há mais de vinte anos, incluindo um período na Delegação do Brasil junto à ONU, outros organismos internacionais em Genebra, além de atuar como chefe da delegação brasileira na Rodada de Negociações Multilaterais da OMC (conhecida como Rodada Doha).
Ele chefiou por mais de quatro anos a Coordenação-Geral de Contenciosos do Itamaraty, atuando como chefe de delegação em disputas comerciais imoprtantes entre o Brasil e outros países, entre eles os casos de subsídios ao algodão (iniciado pelo Brasil contra os Estados Unidos), subsídios à exportação de açúcar (iniciado pelo Brasil contra as Comunidades Europeias) e medidas que afetam a importação de pneus reformados (litígio iniciado pelas Comunidades Europeias).
Desde setembro de 2008 ele é o representante permanente do Brasil junto à OMC e outras organizações econômicas em Genebra.
Pascal Lamy indicou recentemente que seu sucessor será escolhido tendo como base sua competência técnica, mas diplomatas envolvidos na organização já sinalizaram que o escolhido deve ser preferencialmente originário de um país em desenvolvimento.

Fonte: BBC Brasil

Abismo fiscal nos EUA: O melhor e o pior cenário possível


Depois de quase dois anos, o jogo de xadrez fiscal entre o presidente americano, Barack Obama, e o Partido Republicano está chegando no seu momento final.
Em 2011, Obama tentou aumentar o "teto da dívida americana" – um limite estabelecido por lei de quanto o governo pode tomar emprestado.

O governo não conseguiu tudo que queria, mas firmou um pacto com os republicanos. Obama prometeu que aumentaria impostos e cortaria gastos públicos automaticamente a partir do dia 31 de dezembro de 2012, caso um novo acordo não fosse firmado.
Agora essa data está se aproximando, e os Estados Unidos estão perto de chegar em um "abismo fiscal", já que até agora nenhum novo acordo foi alcançado, a poucos dias do prazo final.
O que pode acontecer? Confira três possíveis cenários.

Cenário 1: Nenhum acordo é firmado
No dia 1º de janeiro, uma série de reduções de impostos estabelecidas na gestão de George W. Bush vai expirar. Com isso, o governo será obrigado a cortar gastos públicos em diversas áreas.
Ao todo, o governo terá de fazer cerca de US$ 607 bilhões em cortes de gastos e aumentos de impostos. Entre as mudanças previstas estão:
  • Reduções no orçamento de defesa
  • O fim de um desconto de 2% na alíquota sobre salários
  • Mudanças nos benefícios pagos pelo Medicare (sistema de saúde)
  • Reduções no crédito para famílias pobres
  • O fim de benefícios de desemprego de longo prazo – cerca de US$ 300 pagos semanalmente a 2 milhões de pessoas

O impacto destas mudanças pode ser doloroso na economia americana, que se recupera lentamente das últimas crises. Alguns analistas acreditam que elas poderão reduzir entre 4% e 5% da produção americana de uma só vez.
O desemprego nos Estados Unidos está abaixo dos 8%, mas pode voltar a subir, se as empresas reduzirem as contratações devido ao aumento de impostos.
O diretor do Fed (o banco central americano), Ben Bernanke, disse que, caso os Estados Unidos "caiam no abismo fiscal", a economia vai voltar à recessão. A visão é compartilhada por Obama.
A agência orçamentária do Congresso americano prevê que o desemprego possa ultrapassar 9% com uma nova recessão provocada pelo abismo fiscal, caso um acordo não seja firmado antes da chegada no Ano Novo.
O economista Michael Feroli, do JP Morgan, estima que mais de US$ 550 bilhões serão retirados da economia americana por conta dos cortes e aumento de impostos. Segundo a entidade Tax Policy Center, cada americano pagará US$ 3,5 mil impostos a mais por ano.
O impacto é diferente de acordo com o nível de renda. Alguns dos cidadãos mais ricos terão que pagar até US$ 120 mil a mais por ano. Já as pessoas mais pobres pagarão em média US$ 412 a mais.
A volta da recessão na maior economia do planeta teria fortes repercussões no resto do mundo.
Mas o abismo fiscal significa que o governo ficará sem dinheiro? Ainda não. O governo americano atingirá o teto de endividamento – de US$ 16 trilhões – no dia 31 de dezembro.
Mas o secretário do Tesouro, Tim Geithner, disse que é possível "achar" US$ 200 bilhões no orçamento, o que pode dar uma sobrevida de dois meses.
Na última vez que houve um impasse semelhante, as agências de classificação de risco rebaixaram os títulos da dívida americana de AAA para AA+. Foi a primeira vez na história que isso aconteceu, e agora isso pode voltar a ocorrer.

Cenário 2: Uma solução provisória é firmada
Obama ofereceu diversas alternativas aos republicanos – sob a condição de que os ricos pagassem mais impostos.
Ele defende que os impostos precisam aumentar para aqueles que ganham mais de US$ 250 mil por ano, mas ofereceu aumentar esse limite para US$ 400 mil.
O presidente também aceitou mudar os cálculos de custo de vida para pessoas que recebem benefícios sociais, cortes ao programa de saúde do governo e prorrogação de dois anos do teto da dívida. Mas tudo foi rejeitado.
O líder republicano na Câmara dos Representantes (deputados), John Boehner, também ofereceu o término do desconto de impostos para pessoas com renda superior a US$ 1 milhão como parte de um "plano B" para resolver o impasse, mas foi desautorizado por seu próprio partido.
Os republicanos já estão aceitando a ideia de impostos maiores, e Obama acaba de ser reeleito com uma votação expressiva, então existe a possibilidade de se chegar a um acordo de curto prazo.
Neste caso, é importante definir por quanto tempo o acordo vale. Se durar dois anos, a medida acalmará os mercados financeiros, adiando o impasse para depois das eleições parlamentares americanas.
Outros aspectos ainda são nebulosos. É pouco provável que um eventual aumento de impostos teria grandes efeitos na economia, mas os cortes nos gastos governamentais teriam um forte impacto dependendo do que for negociado.

Cenário 3: Um grande acordo é firmado
Um grande acordo para solução de longo prazo da dívida americana – que traga união entre Obama e o Congresso – é algo tão inesperado neste momento, que teria repercussões muito positivas ao mercado financeiro.
A negociação envolveria um plano para cortar até US$ 5 trilhões de dívida americana em um prazo de dez anos, evitando que esse tipo de batalha seja travada a cada dois anos.
Mas o que os políticos e a população estariam dispostos a aceitar?
De acordo com uma pesquisa da YouGov encomendada pelo site Slate com mil americanos, os cidadãos estão dispostos a aceitar mais impostos, cortes em gastos governamentais e redução das Forças Armadas, desde que sejam preservados o Medicare e os benefícios sociais.
Mas isso está claramente fora das mesas de negociação.

Fonte: BBC Brasil

Dilma cobra financiamento de longo prazo dos bancos


Presidente disse, durante coletiva, que o crédito para a produção não pode vir só das instituições públicas.

"A infraestrutura tem de virar uma obsessão do país". A frase, dita ontem pela presidente Dilma Rousseff, embute duas questões: o governo tem consciência de que o nível de investimentos fecha 2012 muito aquém do desejado - não passará de 19% do Produto Interno Bruto (PIB) - e que a oferta de financiamentos de longo prazo ainda é muito baixa para fazer frente à prateleira de projetos que foram anunciados durante o ano. 

E, mais uma vez, os maiores bancos no Brasil estão sendo chamados a participar. "Nós precisamos que nossos bancos privados participem dos projetos de financiamento de longo prazo, e, não, apenas o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)", disse a presidente ontem, durante café da manhã com jornalistas. 

Quase ao mesmo tempo e a 1,3 quilômetro do Palácio do Planalto onde ela estava, seu ministro da Fazenda, Guido Mantega, já conversava com os principais banqueiros e executivos do sistema financeiro pedindo que o crédito, principalmente do financiamento à produção, deslanchasse em 2013. 

Ele deixou claro que o governo não é contra o lucro dos bancos. No entanto, é imprescindível que esse retorno venha de empréstimos e não mais dos ganhos com operações de tesouraria - aplicação que as instituições sempre fizeram em títulos públicos com rentabilidade garantida. 

O BNDES tem se mostrado muito adequado para esse tipo de financiamento, segundo Dilma. No entanto, frisou, é necessário uma presença maior do setor privado para dar musculatura, sustentabilidade ao processo. "E também porque é sempre bom, em qualquer área, que vários participem para criar a chamada competição virtuosa. Vai ser mais ágil". 

Aliado a isso, o governo quer impulsionar outros instrumentos de financiamento, como fundos de investimento e debêntures conversíveis em ações. A equipe de Mantega vem estudando isenção de Imposto de Renda para Fundos de Investimento Creditório (Fdic) nos mesmos moldes das debêntures para infraestrutura.

De acordo com a presidente, a redução da taxa básica de juros dá atualmente condições para seguir nessa direção. Antes, lembrou que a criação da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), a que chamou de "jabuticaba", foi um reconhecimento de que o juro praticado no curto prazo era inviável para o longo prazo. 

"Enquanto não tiver estabilidade nesse mercado de longo prazo não tem financiamento nem que a vaca tussa", afirmou.

Para ela, não há dúvidas que os projetos brasileiros vão brilhar aos olhos dos investidores internacionais dado o ambiente externo com retornos neutros e até mesmo negativos. Além disso, o governo está garantindo que ao menos 80% do projeto seja financiado a taxas atrativas, o que eleva o retorno. 

Participaram da reunião com Mantega os presidentes do Itaú, Roberto Setúbal, do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, e da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda. E executivos de alto escalão do Banco do Brasil, Santander, Safra, HSBC e Citibank.

Fonte: Brasil Econômico

Governo central tem déficit de R$ 4,3 bilhões em novembro


No ano até novembro, o governo central tem um superávit acumulado de R$ 60,387 bilhões.

O governo central - formado pelo Tesouro, Banco Central e Previdência Social - registrou um déficit primário de R$ 4,292 bilhões em novembro, o primeiro resultado negativo desde maio de 2010, informou o Tesouro Nacional nesta sexta-feira (28/12).

No ano até novembro, o governo central tem um superávit acumulado de R$ 60,387 bilhões.

A Previdência Social apresentou déficit de R$ 5,381 bilhões em novembro, enquanto o Tesouro teve superávit de R$ 1,228 bilhão e o Banco Central registrou saldo negativo de R$ 139,4 milhões.

O resultado de novembro se deve principalmente a estabilidade nas despesas em R$ 68,926 bilhões no mês passado e a uma queda de 18% na receita líquida do governo central sobre outubro, para R$ 64,633 bilhões.

Em novembro, as despesas com pessoal subiram 17,2% em relação a outubro, mas essa alta foi compensada por uma queda nas despesas de custeio. Já a queda nas receitas foi causada principalmente pelo recuo na arrecadação.

Fonte: Brasil Econômico

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Dilma descarta crise de energia, diz que focará em impostos em 2013


BRASÍLIA, 27 Dez (Reuters) - Depois de seguidos apagões que atingiram vários Estados recentemente, a presidente Dilma Rousseff descartou nesta quinta-feira que haja uma crise de energia no país, disse esperar melhorias na infraestrutura já em 2013 e prometeu centrar esforços em cortes de impostos.

Em encontro de final de ano com jornalistas no Palácio do Planalto, a presidente aproveitou para pedir uma maior participação dos bancos privados nos financiamentos de longo prazo e prometeu inflação e contas públicas sob controle.

"Nós precisamos que os nossos bancos privados participem dos processos de financiamento de longo prazo e não apenas o BNDES", disse Dilma, referindo-se à grande participação do banco estatal.

Segundo a presidente, o governo vai estudar medidas sobre PIS/Cofins e redução do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) com as devidas compensações aos Estados, mas não deixará de ter como meta o controle da inflação e das contas públicas.

"Nós queremos a inflação sob controle, nós queremos contas públicas sob controle... e faremos todo o possível também para que haja um déficit nominal decrescente, não só o superávit primário", disse ela, garantindo que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, permanece em seu governo.

"Acontece que eu não quero, e como sou eu quem decide, o Mantega não tem a menor hipótese de sair do governo, a não ser que queira", acrescentou.

Depois do impasse que adiou para fevereiro a votação pelo Congresso do Orçamento de 2013, Dilma disse que irá editar uma medida provisória que permitirá ao governo manter o nível de investimentos no início do ano. A ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, concederá uma entrevista coletiva nesta tarde para explicar a MP.

A presidente evitou comentar se será ou não candidata à reeleição, ou mesmo o que acha da possibilidade de o ex-presidente Lula voltar a concorrer em 2014.

"Eu não vou antecipar o fim do meu mandato, porque isso não é politicamente necessário".

Fonte: Reuters Brasil

Fluxo cambial de dezembro está negativo em US$ 7 bilhões até o dia 21


Brasília – O saldo entre saídas e entradas de dólares no país, conhecido como fluxo cambial, está negativo em US$ 7,067 bilhões no mês, até a última sexta-feira (21), de acordo com boletim divulgado hoje (27) pelo Banco Central (BC).

As operações comerciais tiveram saída líquida de US$ 4,865 bilhões, resultado de exportações no valor de US$ 11,634 bilhões, contra importações equivalentes a US$ 16,499 bilhões. As operações financeiras também foram deficitárias para o país em US$ 2,202 bilhões nos primeiros 15 dias úteis de dezembro.

No acumulado do ano até 21 de dezembro, a movimentação cambial registra superávit de US$ 16,441 bilhões, resultado de entradas líquidas de US$ 7,785 bilhões nas operações comerciais e de US$ 8,656 bilhões no segmento financeiro que inclui investimentos estrangeiros e remessas de lucros e dividendos. No mesmo período do ano passado, a movimentação cambial registrou superávit de US$ 66,313 bilhões.

O BC informa, ainda, que as intervenções da autoridade monetária no mercado de câmbio, este mês, injetaram US$ 1,677 bilhão até a última sexta-feira. O BC realizou até três leilões por dia na venda de dólares de seus estoques, conjugada com recompra a curto e médio prazos.

Fonte: Agência Brasil

Retrospectiva: Inércia marca economia global em 2012


2012 foi o ano em que notícias econômicas chocantes perderam o poder de chocar.
Nada conseguiu ser resolvido de fato na economia global: as montanhas de dívidas da Europa e dos EUA seguiram predominando; comportamentos escandalosos de grandes bancos ocidentais continuaram ganhando as manchetes; a China fracassou em tentar equilibrar sua desbalanceada economia.

Com eleitores americanos indo às urnas e a cúpula da liderança comunista chinesa sendo renovada, este poderia ter sido um ano de mudanças para as duas maiores economias globais. Mas a palavra-chave foi continuidade.
O presidente Barack Obama ganhou um segundo mandato, mas sem o apoio necessário no Congresso para levar seus planos adiante. E o novo líder chinês, Xi Jinping, não indicou nenhuma mudança de rumo em suas prioridades.
Por mais de uma década, economistas citam preocupações com o enorme excedente comercial chinês. Sua habilidade de manufaturar quase tudo a preços mais baixos barateou as compras de consumidores ao redor do mundo. Mas, aparentemente, o país foi além do que deveria.

Investimentos chineses
Agora, muitos defendem que é a vez de mais dinheiro entrar no bolso dos consumidores chineses, permitindo que o crescimento da China seja sustentado não só nas exportações, mas em um mercado interno.
O respeitado economista Michael Pettis, da Universidade de Pequim, adverte que o desequilíbrio econômico atual tornou-se "extremo" e que reformas são necessárias com urgência.
"A China tem investido tanto que está claro que, pelo menos nos últimos anos, esse investimento tem sido mal alocado", diz ele, citando aportes em aeroportos no centro do país que têm baixíssimo movimento. E, apesar disso, novos aeroportos estão sendo construídos.
Ao mesmo tempo, a China continua a expandir sua capacidade manufatureira de coisas de que o mundo não precisa tantas mais, como navios.

Sendo assim, por que não investir para ajudar a tirar milhões de chineses da pobreza, a sair da agricultura de subsistência ou a trabalhar com mais eficiência - projetos que poderiam trazer crescimento genuíno?
"O problema é que isso envolve investimentos de longo prazo, com poucos resultados no curto", opina Pettis. "Todos concordam que é preciso melhorar a educação nas áreas rurais pobres, mas os retornos disso levam décadas."
Ele sugere que a China aumente a renda de seus cidadãos por meio da distribuição de terras a camponeses e pela privatização de empresas. "Mas isso cria um enorme problema, já que toda a estrutura política foi feita ao redor do controle da economia."

Tudo pelo crescimento
Talvez seja uma tendência do século 21 o fato de que elites políticas e eleitores criam expectativas a respeito de uma determinada taxa de crescimento econômico, e daí o governo faz de tudo para alcançar essa taxa - enquanto que, no passado, em muitos casos todos teriam simplesmente sentado e esperado até que o crescimento viesse naturalmente.
"Sempre surgem problemas quando você se prende a um sistema que exige aumentos contínuos em investimentos", prossegue o economista. "Após anos, não é fácil identificar projetos que sejam economicamente viáveis."
Ele cita exemplos disso na Alemanha nos anos 1930, na antiga União Soviética nos anos 1950 e 60, no Brasil nas décadas de 1960 e 70 e no Japão nos anos 1980. Todos vivenciaram "milagres de crescimento" e acabaram se endividando. Pettis acha que a China corre o risco de seguir o mesmo caminho que o Japão, com excesso de investimentos, crescimento mais baixo e endividamento crescente.
Questionado quando a China superará os EUA como maior economia do mundo, ele evita previsões, mas acha que isso só ocorrerá entre 2030 e 2040, já que os chineses podem ter chegado a seu pico em termos de taxa de crescimento anual.

Repetindo a História

A China e os EUA têm economias e sistemas financeiros profundamente diferentes. Mas, sob alguns aspectos, as duas economias seguem na mesma direção. Na China, há bancos sob influência estatal concedendo empréstimos por razões políticas para manter o crescimento, sem necessariamente retorno garantido. Nos EUA, bancos apostaram mal e tiveram de ser resgatados pelo dinheiro dos contribuintes.
"Todos os sistemas financeiros da história tiveram a tendência de (acumular) excesso de investimento especulativo, de expandir excessivamente, e daí de se contrair na forma de uma crise", avalia Pettis.
"Os últimos três anos só não foram tão ruins quanto poderiam porque a China respondeu à crise com um aumento extraordinário de investimento, aumentando sua demanda por minérios e criando investimento adicional em países como Peru, Austrália e Brasil."
Agora, diz ele, estamos presos ao problema de baixas taxas de crescimento do consumo.
Ao mesmo tempo, em sua busca por matérias-primas, a China continua a ter um enorme impacto na África. Agora, porém, com os custos chineses aumentando, vê o continente africano como um bom lugar para construir fábricas e produzir mercadorias baratas.
Na Etiópia, a mão de obra é especialmente barata e preparada. A BBC visitou uma fábrica em uma área industrial etíope conhecida como Chinatown, onde uma fábrica chamada Huajian manufatura cerca de 2 mil pares de sapatos por dia para empresas globais, incluindo Tommy Hilfinger.
Helen Hai, vice-presidente da fábrica, disse que sua empresa economizou consideravelmente ao produzir na Etiópia, onde os custos laborais equivalem a 1/7 dos chineses e a oferta de matéria-prima é boa.

Críticos, no entanto, dizem que os melhores empregos ficam com chineses.

Escândalos bancários
Na Europa, a crise da dívida não desapareceu, mas o pânico nos mercados foi acalmado, por conta da crença de que os contribuintes alemães pagarão, direta ou indiretamente, para salvar os orçamentos falidos do sul do continente.
O novo chefe do Banco Central Europeu, Mario Draghi, também teve papel importante em acalmar os mercados, ao emprestar mais dinheiro a bancos grandes e ao insistir que o euro é irreversível.
A estrutura do sistema bancário europeu ficou sob escrutínio maior, à medida que até os poucos bancos globais que haviam mantido sua reputação foram afetados por novos escândalos.
O HSBC foi multado por mover dinheiro para cartéis de drogas. o Standard Chartered admitiu ter descumprido sanções americanas, e o JP Morgan perdeu US$ 6 bilhões em operações de risco. O Barclays foi multado após revelações que seus funcionários manipulavam a taxa Libor, uma das principais referências de juros no mundo.
Especialistas em sistema financeiro como Michael Lafferty argumentam que escândalos do tipo evidenciam que foi um erro permitir que bancos de investimento fundissem suas operações com bancos comuns.
"Uma grande parte do que eles fazem não é sistema bancário, é o que antes era chamado de indústria de títulos financeiros", diz ele.
Mas as reformas nesse sistema foram limitadas, e os bônus dos operadores e banqueiros voltarão a ser pagos nas próximas semanas.
Nenhum país ocidental chegou a vetar bancos que combinam movimentação especulativa com ações bancárias tradicionais, como foi feito com o Ato Glass-Steagall, aprovado nos EUA quatro anos após o crash financeiro de 1929.
No complexo mundo do século 21, a inércia parece ser uma força mais potente do que a reforma radical.

Fonte: BBC Brasil




Dólar tem maior queda diária dos últimos seis meses


Brasília – O primeiro pregão pós-Natal terminou com o dólar desvalorizado em 1,43% e cotado a R$ 2,05 – menor valor desde 9 de novembro. Foi a maior queda diária da moeda norte-americana desde 29 de junho, provocada pelos dois leilões de swap cambial (venda de dólares no mercado futuro) que o Banco Central fez ainda de manhã.

Enquanto isso, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) operou o dia quase estável e fechou o dia com queda de 0,08%, aos 60.959 pontos. Foi uma sessão com baixo volume de negócios e giro de R$ 4,78 bilhões, bem abaixo da média diária do ano, de R$ 7,3 bilhões. Apesar do fraco desempenho de ontem (26), a valorização do Índice Bovespa no mês está em torno de 6%, a melhor performance mensal de 2012.

Fonte: Agência Brasil

Crise e conflitos seguirão no radar internacional


O fim da Era Hugo Chávez e Fidel Castro pode ser novo ingrediente a apimentar o panorama externo em 2013.

Não surpreende o fato da crise econômica internacional seguir entre os temas que mais devem aturdir os cientistas políticos no próximo ano. Os problemas que assolam o setor bancário e fiscal da Europa permanecerão influenciando os rumos da economia internacional, assim como os possíveis caminhos para que os Estados Unidos iniciem uma retomada financeira mais contundente devem ditar o ritmo dos mercados. 

"A discussão na Europa deve girar em torno da sobrevivência dos Estados dentro do modelo que conhecemos através da escolha entre supranacionalismo, nacionalismo e provincianismo. A grande questão é se a Europa vai ou não saber lidar com essas mudanças", explica Heni Ozi Cukier, professor de relações internacionais da ESPM e fundador da Insight Político.

No território americano, o principal desafio em 2013 deve ser encontrar o equilíbrio fiscal, já que a questão tributária e econômica do país está sendo protagonista do cenário internacional no final deste ano. "A solução para evitar o abismo fiscal deve sair, porém, os problemas americanos não acabarão. Em 2013, Barack Obama terá novos desafios e passará por um teste de persuasão tendo que se relacionar muito próximo dos republicanos".

Para Marcus Vinicius de Freitas, coordenador de relações internacionais da Faap, o próximo ano pode marcar novos avanços dos Estados Unidos na produção de petróleo. O especialista, inclusive vislumbra que o país pode aumentar a sua auto-suficiência até 2016.

Já o gigante asiático pode adentrar em um dos anos mais desafiadores desde que iniciou a trajetória meteórica da sua economia.

A China terá que enfrentar novos desafios para manter o ritmo de crescimento econômico e não titubear diante da crise que assola a Europa, evitando principalmente os impactos comerciais. "Uma possível desaceleração econômica pode estabelecer uma crise da legitimidade política do país. Xin Jinping terá que saber administrar bem a situação para não arriscar a sua recente conquista", avalia Cukier.

Freitas considera que o novo líder chinês deve apostar na continuidade da manipulação cambial para se manter entre os mercados mais competitivos.

Para o Oriente Médio, as incertezas devem seguir caracterizando o ambiente. As mudanças constantes estão estabelecendo um redesenho do mapa, com os estados sofrendo abalos e reformulações. "Não é possível afirmar quais países se manterão com os mesmos interesses", diz Cukier. 

Freitas destaca o enrijecimento do conflito no Egito, que deve deteriorar ainda mais as condições do país e que poderá levar ao recrudescimento da Irmandade Muçulmana no poder. "A provável queda de Bashar al-Assad na Síria também deve mexer com o contexto da região, mas também pode representar o final do processo promovido pela primavera árabe", complementa o especialista da Faap.

Os possíveis desfechos das trajetórias políticas de Hugo Chávez na Venezuela e Fidel Castro em Cuba também estão entre as possíveis projeções para 2013. "Ainda assim, o chavismo e o castrismo permanecerão sendo as principais forças do populismo na América Latina. Dificilmente, os seus correligionários perderiam apoio rapidamente. O processo será gradativo", aposta Freitas. 

Além das influências da conjuntura internacional, principalmente da China, Europa e Estados Unidos, os rumos do Brasil devem ser ditados novamente pelo comportamento do governo federal em 2013. "Não importará apenas a questão econômica, mas também o nível de interferência do Estado e as medidas que influenciam o comportamento da indústria", conclui Cukier.

Fonte: Brasil Econômico

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Equação para fim da crise impõe desafios para 2013


O próximo ano não promete ser de grandes mudanças econômicas, mas terá pontos cruciais para garantir uma retomada mais acelerada dos principais países do mundo.

As perspectivas econômicas para os Estados Unidos, a Europa e a China para 2013 são melhores do que o desempenho em 2012, mas fatos cruciais podem por tudo a perder e retardar a retomada na economia das três regiões.

A lenta recuperação dos Estados Unidos neste ano mostra que o país ainda deverá enfrentar árduos problemas no próximo ano, principalmente por causa do fraco mercado de trabalho.

"Não é só dinheiro que resolve criação de emprego. O trabalho maior nos Estados Unidos é conseguir fazer com que a confiança dos empresários volte, para eles poderem investir. Consequentemente, a confiança do americano para consumir retorna", pondera Nastássia Romanó, economista da Omar Camargo.

Além disso, a questão fiscal continuará a pesar sobre o país. "Após o fator emergencial para evitar o 'abismo fiscal', o ponto vira estrutural, pois a economia americana vem causando muita desigualdade", estima a economista. Os Estados Unidos, portanto, terão o desafio em 2013 de não deixar aumentar a diferença social.

Outra questão em foco será o mercado imobiliário, que originou toda a crise americana. "O setor voltou a se recuperar, o que é muito positivo. Se a inflação continuar controlada, isso será um alento. Por outro lado, será o momento de observar como o consumo e o crédito estão voltando a caminhar juntos. As crises fazem algumas questões, que antes estavam em desequilíbrio, se reestruturarem", completa.

China

No mesmo sentido que os Estados Unidos, a China também enfrentará problemas mais críticos com o mercado imobiliário. O maior receio do gigante asiático é de formação de bolha, principalmente em Hong Kong.

Muitas medidas já foram tomadas, mas ainda o país quer controlar os preços para que não subam abruptamente ao ponto de impossibilitar a compra. Entre elas, o controle mais rígido na concessão de crédito, o que não aconteceu nos Estados Unidos no início da crise.

"A partir do momento que a pessoa vê o preço das residências como um investimento certo, começa a comprar imóveis sem parar. Os preços sobem e o produto fica alavancado", diz a economista.

Ainda por lá, para garantir o crescimento dos 8% previstos para o ano que vem, o governo da China vai precisar estimular o consumo doméstico. No dia 17 de dezembro, o governo disse que não está visando o crescimento acelerado, mas sim a qualidade do crescimento.

Europa

Se os Estados Unidos e a China possuem desafios importantes pela frente, a Europa tem desafios em dobro a serem decididos para não enfrentar uma crise pior do que a dos últimos anos.

"Achamos que os problemas europeus iriam demorar mais para se resolver, mas a união bancária é bem positiva para a região. No entanto, é necessário que não só a política monetária seja unificada, mas a fiscal também. Tudo isso deverá ser feito de forma lenta para não haver choques", exalta Nastássia.

Por outro lado, países como Espanha, Alemanha, Itália, França e Grécia vão continuar no foco. Em relação à Espanha e à Grécia, o importante será monitorar a taxa de desemprego. A economista aponta que se o Banco Central Europeu (BCE) continuar garantindo o leilão de títulos da Espanha, com o yield (retorno) abaixo dos 5%, o problema na região pode melhorar aos poucos.

Na Itália, a troca do primeiro-ministro Mario Monti ficará no centro das atenções. "O Monti foi muito bem recebido pelos investidores, pois o retorno dos títulos soberanos era muito bom. Agora, esse dinheiro precisa continuar voltando e é exatamente o que vamos observar o que vai acontecer com o novo governo", avulta.

Em relação à Alemanha, a cautela começa a pesar mais por conta de dados industriais mais fracos do que o esperado. O país é um grande exportador e se continuar a fraqueza na economia interna, a Alemanha pode perder a capacidade de financiar os outros países e assim entrar em recessão e a confiança no euro ficar abalada novamente. Além disso, 2013 também será um ano de troca de poder político.

E por último a França, que não se encontra entre os discursos mais pessimistas, mas tem mostrado resultado fraco em relação à competitividade, com algumas empresas cortando postos de trabalho. Este movimento está tornando a economia menos competitiva, num momento que o estímulo às importações e exportações são fundamentais para a continuidade econômica.

Fonte: Brasil Econômico