Em palestra na London School of Economics, o presidente do BC afirmou que a instituição está combatendo o repasse do câmbio aos preços
O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, disse nesta segunda-feira em entrevista ao jornal inglês "Financial Times" que não enfrentou nenhuma pressão política para aumentar as taxas de juros e que, sempre que necessário, "nós certamente vamos ajustar" essa política".
De acordo com o "Financial Times", Tombini acha que a transição para os juros mais altos pode não acontecer de forma sincronizada em todo o mundo e, por isso, "o "aspirador de pó" não estará trabalhando com força total". Na avaliação dele, os EUA e o Reino Unido estão bastante avançados, mas a Europa menos, e "ainda tem o Japão".
Em palestra na London School of Economics, Tombini afirmou nesta segunda-feira que a autoridade monetária está combatendo o repasse do câmbio aos preços, ao mesmo tempo em que ressaltou que a inflação dos alimentos está reduzindo, mas ainda continua elevada. Segundo Tombini, a inflação acumulada em 12 meses deve ficar ao redor de 5,7% em janeiro, ainda acima do centro da meta oficial de 4,5%.
A fala de Tombini ajuda a corroborar as avaliações de que o BC vai continuar com seu ciclo de aperto monetário, iniciado em abril e que tirou a Selic da mínima histórica de 7,25% e já a levou aos atuais 10,50%. Desde agosto, o BC faz intervenções diárias no mercado cambial com leilões de swaps tradicionais - equivalentes à venda de dólares no futuro - para manter o dólar sem volatilidade.
Para Tombini, as expectativas para a alta dos preços cairão no momento em que a inflação corrente for colocada para baixo.
O IPCA-15, prévia da inflação oficial do país, registrou alta de 0,67% em janeiro, fechando em 12 meses a 5,63%. A última Pesquisa Focus do BC mostrou que, pela mediana dos analistas consultados, o IPCA deverá fechar este ano com alta de 6,02% e, em 2015, de 5,70%.
O presidente do Banco Central disse ainda que a economia brasileira deve crescer neste ano em um ritmo, aproximadamente, igual ao de 2013, que, segundo a atual projeção do BC, deve ficar em 2,3%.
Alexandre Tombini voltou a afirmar que a política fiscal brasileira tende à neutralidade dentro do horizonte. Ele reforçou que o governo vai divulgar a nova meta ajustada de política fiscal e que ela deve ser consistente com o endividamento brasileiro, em comparação com o tamanho da economia.
Fonte: Brasil Econômico
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