Os membros do banco central dos EUA (Fed) consideravam no mês passado que o programa de estímulos iniciado no fim de 2012 já estava perdendo poderes e trazendo riscos para a economia.
O Fed, no mês passado, deu o primeiro passo para reduzir sua política para tirar a economia americana do buraco: diminuiu de US$ 85 bilhões para US$ 75 bilhões a injeção mensal de estímulo, via compra de títulos.
"A maioria dos participantes [do comitê de política monetária do Fed] considerou que a eficácia das compras estava provavelmente em queda à medida que as aquisições acontecem", diz ata da reunião do mês passado.
O documento, divulgado ontem, mostra ainda que os membros do banco central dos EUA estavam preocupados que compras possam estimular "excesso de decisões de risco no setor financeiro".
Um dos alvos da ação do Fed foi estimular o mercado de ações, o que deixa as pessoas com mais dinheiro no bolso, podendo acelerar o consumo e, consequentemente, o restante da maior economia global.
No ano passado, o índice S&P 500, um dos mais importantes da Bolsa de Nova York, valorizou-se em 30%, o melhor desempenho desde 1997. A valorização dos ativos, porém, tem gerado preocupação entre alguns analistas de que uma bolha possa estar sendo formada.
SEM DATA
A ata do Fed mostrou que os membros do organismo defendem cautela no processo de redução do estímulo, mas estão confiantes na retomada dos EUA e na melhora das condições do mercado de trabalho.
No documento, não há previsão de como e quando acontecerão os novos cortes. Ele diz, porém, que alguns membros do Federal Reserve defendem "um caminho mais determinista" para o fim dos estímulos. A expectativa é a de que o programa seja encerrado na segunda metade deste ano.
"O conteúdo da ata veio neutro. Não trouxe surpresas. Por isso, o impacto sobre a Bolsa brasileira deve ser limitado amanhã [hoje]", diz João Brügger, analista da consultoria Leme Investimentos.
O mercado brasileiro já estava fechado quando o documento foi divulgado.
Para Brügger, o tom de cautela dos membros do Fed reforça a perspectiva de que a retirada do estímulo será gradual e que o aumento na taxa de juros americana deve ficar apenas para 2015.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou ontem em alta de 0,29%, em um movimento de ajuste à queda de 1% registrada na segunda-feira.
Fonte: Folha de S. Paulo
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