Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

domingo, 26 de janeiro de 2014

BC multiplicou reservas em dólar por 10 desde o último colapso argentino

As reservas em dólar do Banco Central foram multiplicadas por dez desde o final de 2001, quando a economia da Argentina entrava em colapso pela falta de condições de pagar a dívida externa.

Acumulado ao longo da administração petista, o estoque de divisas em poder do governo indica que a nova derrocada argentina terá menor impacto na economia do Brasil desta vez.

Segundo os dados do BC, nos últimos 12 anos as reservas saltaram de US$ 35,9 bilhões para US$ 359 bilhões, utilizando uma metodologia que permite a comparação ao longo desse período.

Depois de muitas idas e vindas, o progresso da Argentina foi muito menor: as reservas do país vizinho cresceram de US$ 15 bilhões para US$ 32 bilhões em outubro do ano passado, segundo os dados mais atualizados disponíveis no BC.

A disparidade dos resultados é um indicador dos caminhos diferentes seguidos pelos governos esquerdistas nos dois países. Muito mais conservadora, a política econômica brasileira arcou com um custo elevado para comprar dólares e manter os pagamentos da dívida.

Basta dizer que cada dólar das reservas foi obtido com um endividamento em reais em valor equivalente. A dívida interna do governo federal saltou, de 2001 a 2013, de R$ 300 bilhões para R$ 1,8 trilhão.

A opção argentina, muito mais heterodoxa, chegou a obter taxas de crescimento econômico na casa dos 9% anuais, invejadas pelos desenvolvimentistas da equipe de Dilma Rousseff. No entanto, os riscos foram igualmente mais altos.

Com inflação elevada, deficit nas transações com o resto do mundo e ameaçada pela escassez de dólares, a economia do país vizinho vai provocar novamente turbulências no continente.

Ainda que estejam em patamares historicamente confortáveis, as reservas brasileiras pararam de crescer desde o final do ano retrasado. Com o dólar em alta, o governo evita comprar divisas, o que elevaria ainda mais as cotações e elevaria a inflação.

Fonte: Folha de S. Paulo

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