Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Emprego ajudou Fed a reduzir estímulo

Ata da reunião do Comitê de Mercado Aberto destaca a melhora nas condições do mercado de trabalho como determinante para a decisão.

WASHINGTON - A melhora nas condições do mercado de trabalho convenceu os dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) a começarem a reduzir o programa de compras de bônus para estimular a economia, apesar do ceticismo de alguns deles quanto à sustentabilidade da recuperação, diz a ata da reunião do Comitê de Mercado Aberto (Fomc) realizada em 17 e 18 de dezembro.
Segundo o documento, a maioria dos participantes da reunião concordou que era o momento de anunciar o começo da redução das compras mensais de bônus de US$ 85 bilhões para US$ 75 bilhões por acreditar que os riscos diante da perspectiva econômica estavam cada vez mais equilibrados.

"A maioria dos membros concordou que a melhora cumulativa nas condições do mercado de trabalho e a probabilidade de que essa melhora seja sustentada indicavam que o Comitê poderia, de modo apropriado, começar a reduzir o ritmo de suas compras de ativos nesta reunião", diz a ata.

Uma preocupação dos participantes da reunião foi a inflação, já bastante abaixo da meta de 2% do Fed. Os integrantes do Fomc reafirmaram que esperam que os preços ao consumidor acelerem neste ano, acompanhando a atividade econômica, mas pareciam ter menos certeza quanto à perspectiva.

"A inflação estava abaixo da meta de longo prazo do Comitê e isso foi visto como algo que possivelmente traria riscos ao desempenho econômico." Alguns participantes também manifestaram preocupação quanto à debilidade de alguns indicadores do mercado de mão de obra, entre eles a baixa participação na força de trabalho. "Para alguns, uma capacidade ociosa considerável no mercado de mão de obra e o fato de a inflação estar muito abaixo da meta de longo prazo do Comitê justificariam a continuidade das compras de ativos no ritmo atual por mais algum tempo, para esperar por mais progressos na direção daquelas metas", diz a ata, sugerindo que o sentimento em favor da redução das compras de bônus não estava tão próxima da unanimidade como sugeria a votação de 9 a 1. A reunião teve 17 participantes, mas apenas 10 tinham direito a voto.

Depois da alta dos juros em meados do ano, os dirigentes do Fed também mostraram a preocupação de que a decisão de reduzir as compras de bônus poderia ser interpretada como antecipação da época prevista para uma eventual elevação das taxas. Os participantes da reunião tentaram assegurar que não era o caso. "Muitos membros julgaram que o Comitê deveria proceder com cautela ao tomar a primeira decisão de reduzir o ritmo das compras de ativos e deveria sinalizar que novas reduções seriam adotadas em passos graduais", diz a ata.

O documento também destaca que as compras de bônus e a política de juros extraordinariamente baixos dependem não apenas do cenário econômico, mas também da avaliação dos dirigentes do Fed sobre os custos e benefícios dessa política. Um risco discutido é o de que os juros baixos levarão a bolhas de preços de ativos, embora o Fomc não tenha mostrado grande preocupação quanto a isso.

Fonte: O Estado de S. Paulo

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