Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Pressão aumenta e BCE pode reduzir juros em 0,25 ponto


O decepcionante resultado do PIB em 2012 pode fazer com que a autoridade monetária reduza a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual. "O ideal seria cortar a zero", diz professor do Ibmec.

O mau desempenho das economias da Zona do Euro no quarto trimestre e em 2012 é o suficiente para a pressão sobre o Banco Central Europeu (BCE) aumentar.

Foi anunciado nesta quinta-feira (14/2) que o Produto Interno Bruto (PIB) da Zona do Euro teve contração de 0,6% no quarto trimestre de 2012 em comparação com os três meses anteriores. Em relação ao quarto trimestre de 2011, a retração foi de 0,9%.

Já a Alemanha, apesar de ter registrado expansão de 0,1% na comparação com o quarto trimestre de 2011, em relação ao terceiro trimestre houve queda de 0,6%, refletindo o baixo nível dos investimentos.

Na França, o PIB fechou o quarto trimestre com retração de 0,3% em comparação com o trimestre anterior e teve crescimento nulo no ano, ante 2011.

Reginaldo Nogueira, professor de economia do Ibmec e consultor, alerta que a situação está ficando insustentável e que chegou a hora do BCE atuar com mais veemência.

"É muito provável que a instituição reduza a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual. O razoável seria um corte mais alto porque a Zona do Euro continua passando por demanda fraca, mas infelizmente o corte deverá ser mínimo", pontua. Atualmente, a taxa básica de juros está em 0,75% ao ano.

Segundo o professor, o BCE não aposta em afrouxar mais a política monetária por receio. "O BCE acha que se afrouxar a política monetária, os países que estão passando por uma crise de dívida não farão os ajustes fiscais necessários. Se esses governos não fizerem um ajuste agora, não farão nunca", explica.

Outro temor da instituição é a inflação, que tem como meta 2%. A desvalorização do euro, para gerar mais competitividade no comércio internacional, poderia ser outra solução para reaquecer as economias. No entanto, o BCE, que foi criado exatamente para controlar a inflação, não admite a desvalorização do euro com temor dos preços "saírem fora de controle".

Para Nogueira, o fato da instituição não se envolver em questões políticas penaliza a retomada econômica. A Europa em geral precisa começar a fazer reformas para ganhar competitividade mundial.

Entre os principais problemas a serem resolvidos, está a questão trabalhista, de acordo com o professor. "O custo unitário da mão de obra ainda é muito caro. É necessário que haja redução para gerar competitividade global", complementa.

Por outro lado, a economista Priscila Godoy, da Rosenberg Consultores Associados, estima que a instituição não irá mudar a taxa de juros. "Tudo o que ele [BCE] tinha para fazer, já foi feito. O problema da Europa é que a demanda interna e externa estão muito fracas e isso só vai mudar quando a confiança do investidor voltar", destaca, completando que enquanto as pessoas não sentirem que o cenário está melhor, não adianta gerar estímulos econômicos.

Para este ano, ela prevê ainda que a economia andará de lado, registrando contração de 0,5%. "Apenas em 2014 e 2015 teremos melhora consistente. Por enquanto, a região precisa focar na confiança do consumidor", conclui a economista.

Diante da situação desanimadora ainda para este ano, uma pesquisa realizada pela Grant Thornton revelou que 40% das companhias no mundo todo acreditam que a crise na Zona do Euro impactará negativamente os seus negócios.

A estimativa é que o cenário ruim na Europa enxugue as receitas mundialmente em até US$ 2 trilhões. No entanto, no Brasil, 67% dos empresários acreditam que a situação no exterior não terá impacto no país e 29% dizem que a crise impactará negativamente os negócios aqui.

O otimismo brasileiro está ligado diretamente com futuros eventos, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, elevando o consumo.

Fonte: Brasil Econômico

Nenhum comentário:

Postar um comentário