Desempenho das ações do setor bancário e de construção contribuiu para o índice encerrasse em terreno negativo.
O panorama internacional foi o ponto de referência mais relevante para o Ibovespa nesta quarta-feira (27/2). Após ter apresentado volatilidade ao longo do pregão, o principal índice da bolsa doméstica encerrou com alta de 0,55%, aos 57.261 pontos, com giro financeiro de R$ 7,85 bilhões.
O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) ratificou que a instituição continuará comprando títulos ativos no mercado do país. Com isso, o bom humor prevaleceu entre os investidores do país.
"A repetição de Bernanke, que já havia falado sobre as medidas de estímulo nesta semana, eliminou os rumores de que a compra de ativos seria interrompida", explicou Luiz Roberto Monteiro, operador institucional da Renascença Corretora.
Além disso, os indicadores americanos também contribuíram para o otimismo generalizado. O destaque fica para o índice que mede as vendas de imóveis pendentes no país, que tiveram alta de 4,5% em janeiro.
A estimativa era de avanço de 1,5%. "A possível retomada do setor imobiliário americano sustentou as altas vistas nos índices acionários do país".
Neste contexto, os índices de Wall Street encerraram com aceleração. O Dow Jones subiu 1,26%, o S&P cresceu 1,49% e o Nasdaq se valorizou 1,04%.
Na Europa, as preocupações com o impasse político após a eleição na Itália perderam espaço nesta sessão. O país, porém, continuou no radar. O resultado do leilão de títulos do Tesouro italiano registrou juros mais altos, porém a demanda também aumentou expressivamente.
"A confiança do mercado em relação ao leilão de títulos da Itália surpreendeu, porque todos esperavam um resultado ruim, dadas as instabilidades políticas. Por isso, as altas foram generalizadas nos mercados europeus", disse Monteiro.
Ainda por lá, vale destacar a melhora na confiança na economia, indústria e serviços da Zona do Euro, que subiram para 91,1 pontos, 11,2 pontos e 5,4 pontos, nesta ordem.
Neste contexto, o CAC 40, de Paris, teve acréscimo de 1,92%, o DAX, da Alemanha, se valorizou 1,04% e o FTSE 100, de Londres, cresceu 0,88%.
A economia do Reino Unido desapontou, com o Produto Interno Bruto (PIB) recuando 0,3% no quarto trimestre, o que fez com que a bolsa de Londres encerrasse com avanço menos expressivo.
Voltando ao Ibovespa, o especialista destaca que o aumento do crédito imobiliário ditou o movimentou comprador para as ações das construtoras. Com isso, os papéis do setor sustentaram a alta do Ibovespa.
Entre as principais altas, figuravam os papéis da MRV (MRVE3) e da Gafisa (GFSA3), com altas de 6,64% e 5,58%, respectivamente.
Além disso, os resultados satisfatórios do BB Mapfre contribuíram para o movimento realizado pelos investidores do setor bancário. O papel do Banco do Brasil (BBAS3) e do Bradesco (BBDC4) subiram 2,99% e 0,57%, nesta ordem.
A expectativa com o balanço trimestral da Vale fez com que o Ibovespa operasse um pouco mais travado do que os demais índices globais. "Como é esperado um resultado ruim da mineradora, as notícias positivas não tiveram o impacto que poderiam ter", explica Monteiro.
Ao final da sessão, a VALE5 se valorizou 0,85%.
Ainda por aqui, vale destacar os números ruins da Eletropaulo e da Ambev, o que prejudicou os papéis das companhias. Enquanto a ELPL4 despencou 5,93%, a AMBV4 retraiu 2,67%.
Destaques
Depois de MRV e Gafisa, o papel que se destacou positivamente foi o da Eletrobras (ELET3), que avançou 4,89%, a R$ 6,86. No mesmo sentido, a ação da Brookfield (BISA3) se valorizou 4,17%.
Por outro lado, além da Eletropaulo, as maiores quedas do índice foram das ações da OGX Petróleo (OGXP3) e da JBS (JBSS3), que retraíram 3,24% e 3,18%, nesta ordem.
Câmbio
No mercado de câmbio, o dólar caiu 0,60% frente ao real, cotado a R$ 1,974 para a venda.
Fonte: Brasil Econômico
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