BRUXELAS, 18 Fev (Reuters) - A taxa de câmbio do euro não é uma meta para o Banco Central Europeu (BCE), mas representa um risco menor para a inflação que a autoridade monetária terá de avaliar, afirmou nesta segunda-feira o presidente do BCE, Mario Draghi.
O euro atingiu uma máxima de 15 meses ante o dólar em fevereiro, dificultando a atuação do BCE ao pesar sobre o crescimento e alimentando expectativas de que possa demandar novas ações, com alguns membros do banco contrários à essa ideia.
"A taxa de câmbio não é uma meta de política, mas é importante para o crescimento e a estabilidade dos preços", disse Draghi a membros do Parlamento Europeu em declarações previamente preparadas, completando que a valorização do euro pode ameaçar puxar muito a inflação.
O BCE tem como meta uma inflação próxima, mas abaixo, de 2 por cento. "Espera-se que a inflação caia para abaixo de 2 por cento no curto prazo", completou Draghi.
"Teremos de avaliar nas próximas projeções sobre se a taxa de câmbio teve um impacto em nosso perfil inflacionário, porque é sempre por meio da estabilidade dos preços que lidamos com assuntos como esse", acrescentou o presidente do BCE em resposta a uma pergunta.
O G20, grupo que reúne as principais economias do mundo, declarou no sábado que não haverá guerra cambial e as políticas expansionistas do Japão, que levaram à desvalorização do iene, escaparam de serem criticadas diretamente em comunicado do grupo em Moscou.
"A taxa de câmbio deve refletir fundamentos", completou Draghi, acrescentando que a taxa de câmbio do euro estava perto de sua média de longo prazo.
Para ele, o comunicado do G20 não foi decepcionante. "O que eu disse no G20 em Moscou, eu pedi a todas as partes (que exercitassem) uma disciplina verbal muito, muito forte", acrescentou.
Fonte: Reuters Brasil
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