Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Em negociações, Dilma deixa reforma ministerial para março


A presidente Dilma Rousseff vai deixar para março as modificações em seu ministério, planejadas desde as eleições municipais de outubro para reacomodar sua base aliada nos dois anos restantes de seu mandato e com vistas a apoios a sua campanha para reeleição no próximo ano.

Dilma, segundo duas fontes próximas do Planalto, tem fortes motivos para aguardar algumas semanas: ela espera a pacificação do PMDB na Câmara, dividido depois das disputas para a presidência da Casa e liderança do partido; quer aguardar a entrada oficial do PSD na base aliada e avançar nas negociações com lideranças descontentes do PR e PDT apartadas do governo desde a "faxina" ministerial de 2011.

A presidente recebeu lideranças do PR e PDT na semana passada e, apesar de não oferecer ministérios --segundo as fontes e as próprias lideranças dos partidos--, iniciou uma aproximação.

O PR, apesar de oficialmente comandar o Ministério dos Transportes, considera a pasta cota pessoal de Dilma e não reconhece no ministro Paulo Sérgio Passos um representante seu.

Dilma conversou com o ex-ministro e senador Alfredo Nascimento e com o novo líder do partido na Câmara, Anthony Garotinho. Os dois comandam, ao lado do deputado Valdemar Costa Neto, condenado no julgamento do mensalão, parte importante do PR, que pode ser fonte de dores de cabeça para o Planalto no Congresso.

A presidente abriu negociações para reacomodar o PR de volta à base. Ela, que chegou a convidar o senador Blairo Maggi (PR-MT) para uma viagem ao Paraná e o recebeu no dia seguinte no Planalto, gostaria de tê-lo na Esplanada, mas o nome sofre restrições do partido.

No Planalto há a preocupação de que o PR --assim como o PDT-- cause problemas em votações importantes do governo no Congresso.

Com o PDT, as dificuldades são maiores por causa da divisão interna do partido, rachado em torno dos nomes do presidente da sigla e ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi e o atual titular da pasta, Brizola Neto.

Dilma recebeu Lupi, que fez diversas reclamações sobre as dificuldades de relação com Brizola Neto, inclusive a tentativa de trocar o líder do partido na Câmara.

"Depois do DEM e do PSDB, o PDT foi o partido que mais causou problemas ao Planalto na Câmara no ano passado", reconhece uma das fontes, defendendo a necessidade de negociar com outra ala do PDT.

Mesmo assim, a fonte ressalta que a presidente reconhece a "lealdade" de Brizola Neto durante a eleição de 2010, e não deve promover mudanças antes do resultado das eleições para a presidência do PDT, no fim de março.

A pedido da presidente, ministra-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Helena Chagas, negou nesta sexta-feira que Dilma esteja trabalhando em um remanejamento na distribuição de seu ministério entre os partidos da base aliada.

"No momento a presidenta não está trabalhando em nenhuma reforma ministerial" disse a ministra a jornalistas.

ALIADO PREFERENCIAL

Apesar do aumento do poder de barganha do PMDB, as fontes do Planalto afirmam que não há garantias de que o espaço do partido na Esplanada irá crescer.

"O PMDB já tem bastante espaço com as presidências do Senado e da Câmara", disse uma fonte, que afirma ainda que Dilma tem conversado com muita frequência com o vice-presidente Michel Temer (PMDB).

Nem mesmo a ida do deputado Gabriel Chalita (PMDB-SP) para um ministério, dada como certa por alguns peemedebistas no final do ano depois do apoio do deputado a Fernando Haddad (PT) no segundo turno na corrida à Prefeitura de São Paulo, parece garantida.

"Chalita já esteve mais próximo de um ministério", disse à Reuters um ministro que acompanha as negociações. "É uma expectativa que algumas pessoas alimentaram", disse outra fonte do Planalto.

A ideia de o deputado ir para a pasta de Ciência e Tecnologia, hoje ocupada por um nome técnico --Marco Antonio Raupp--, é vista como remota, de acordo com uma das fontes.

Por um lado, a presidente está contente com o desempenho do gaúcho. De outro, o aumento da influência no governo do antigo ocupante da pasta Aloizio Mercadante, hoje na Educação, pesa na permanência de Raupp.

O PMDB pode, entretanto, receber uma pasta de maior peso na Esplanada, já que das cinco pastas que ocupa apenas duas --Minas e Energia e Agricultura-- são consideradas de "peso" para a importância da sigla.

A nova configuração irá, segundo as fontes, abrir espaço para uma nova sigla aliada, o PSD. O partido deve ocupar duas pastas, mais provavelmente a da Aviação Civil e o novo Ministério das Micro e Pequenas Empresas.

Fonte: Reuters Brasil

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