Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

G20 se reúne em Moscou em meio a temor de guerra cambial


Ministros de Finanças do G20 (grupo das principais economias avançadas e em desenvolvimento, do qual o Brasil faz parte) se reúnem em Moscou em meio a preocupações de que as principais potências comerciais do planeta se encaminham para uma "guerra cambial".
O termo é usado para se referir ao fato de alguns países manterem suas moedas desvalorizadas de maneira artificial, tornando suas exportações mais baratas e competitivas e provocando um efeito negativo sobre países com moedas mais valorizadas.

Os temores foram aumentados pelos movimentos recentes do iene e do euro.
Desde novembro passado, o iene caiu mais de 15% em relação ao dólar, resultado da política monetária expansionista adotada pelo governo japonês.
No caso do euro, houve valorização de 6% em relação a uma cesta de moedas nos últimos seis meses.
Em ocasiões anteriores, o G20 já tinha pedido que os países evitem intervir nos mercados.
No início da semana, o G7 (grupo das principais economias desenvolvidas) reiterou em um comunicado seu compromisso com taxas de câmbio determinadas pelo mercado.
Na quinta-feira, o ministro de Finanças da Rússia, Anton Siluanov, disse que seu país, que recebe o encontro do G20, também está considerando a divulgação de uma declaração similar.

Desaceleração
O encontro do G20 ocorre em um momento em que várias das maiores economias do mundo ainda lutam para recuperar o seu crescimento.
Dados divulgados na quinta-feira indicam que o Japão, a terceira maior economia do mundo, continua em recessão.
Seu PIB (Produto Interno Bruto) encolheu 0,1% no trimestre encerrado em dezembro em relação aos três meses anteriores. Esta foi a terceira contração consecutiva do país.
Na Europa, a recessão também se aprofundou no último trimestre de 2012.
A economia dos 17 países da zona do euro encolheu 0,6% no quarto trimestre, a maior contração desde o início de 2009.
As economias da Alemanha, França e Itália, as maiores da zona do euro, encolheram mais do que o esperado.
Esses resultados geraram temores de que os países que continuam a enfrentar dificuldades econômicas possam desvalorizar suas moedas para tentar impulsionar o crescimento.

Comentários
Em uma reunião de ministros de Finanças da zona do euro, o representante da França, ministro Pierre Moscovici, disse temer que a valorização da moeda única esteja tornando os produtos da região menos competitivos, declaração que foi vista por alguns como sinal de que a UE poderia cogitar medidas para desvalorizar artificialmente o euro.
Antes da reunião do G20, o presidente do Banco do Japão (banco central), Masaaki Shirakawa, disse que a instituição pretende manter sua política monetária.
"O Banco do Japão está conduzindo uma política monetária com o objetivo de alcançar estabilidade na economia japonesa. Vai continuar a fazer isso", disse.
Para alguns analistas, entretanto, o Japão não está agindo deliberadamente para enfraquecer sua moeda.
"O Japão parece estar agindo por razões econômicas, como enfrentar a deflação", diz a analista Frances Hudson, da Standard Life Investments.
O FMI (Fundo Monetário Internacional) disse que os países estão adotando políticas para tentar retomar o crescimento e classificou de "exagerados" os temores de uma guerra cambial.
"Nossa avaliação multilateral não indica diferenças muito significativas na valorização das moedas de referência", disse o porta-voz do FMI, Gerry Rice.

Fonte: BBC Brasil

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