Dólar recua 0,1% com inflação acima das previsões

A moeda americana variou numa faixa estreita durante a semana, avançando apenas 0,28% ante o real, após recuar 2,83% no mês janeiro com as intervenções do BC.

O dólar teve leve queda ante o real nesta sexta-feira (22/2), depois que a inflação pelo IPCA-15 veio acima das expectativas do mercado, alimentando expectativas de que o Banco Central (BC) favoreceria um real mais valorizado para domar pressões inflacionárias.

A queda da moeda americana foi reduzida na parte da tarde, quando saídas de moeda estrangeira ganharam fôlego, segundo operadores.

O dólar fechou em leve queda de 0,1% ante o real, a R$ 1,9709 na venda, também sob o efeito de números positivos sobre a confiança do empresariado alemão. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 3,162 bilhões.

Cotações de fechamento para venda em			22/02/2013
País Moeda R$ US$
Argentina	Peso	0,3919	5,0310
Canadá	Dólar	1,9247	1,0239
Chile	Peso	0,0042	473,8000
China	Iuan	0,3159	6,2397
Coreia do Sul	Won	0,0018	1.084,8500
União Europeia	Euro	2,5936	1,3162
Estados Unidos	Dólar	1,9705	1,0000
Índia	Rúpia	0,0364	54,1900
Japão	Iene	0,0211	93,2400
México	Peso	0,1544	12,7655
Paraguai	Guarani	0,0005	3.970,000
Reino Unido	Libra	3,0084	1,5267
Uruguai	Peso	0,1038	19,1800
Rússia	Rublo	0,0647	30,4495
Venezuela	Bolivar Forte	0,3136	6,3000
Fontes: Banco Central e Brasil Econômico.

"O número do IPCA-15 influenciou bastante, além do efeito do mercado externo. No decorrer do dia, o fluxo negativo começou a ficar latente, sobrepôs-se à questão da inflação e o mercado ficou mais tomador", disse o especialista em câmbio da ICAP Corretora, Italo dos Santos.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) - considerado a prévia da inflação oficial - subiu 0,68% em fevereiro, acima das estimativas do mercado, que esperava alta de 0,61% no período. Em 12 meses, o IPCA-15 teve alta de 6,18%.

Os números alimentaram expectativas de que o BC pode tolerar um real mais fortalecido para baratear produtos importados, e o dólar chegou a cair 0,43% na mínima da sessão. A queda foi ampliada por dados positivos sobre o sentimento empresarial na Alemanha, que subiu para o maior nível em quase três anos em fevereiro.

Os dados alemães ajudaram a restabelecer o apetite por risco nas praças financeiras internacionais, após dois dias de preocupações com o possível fim do estímulo monetário dos Estados Unidos e dados econômicos fracos na Europa.

No entanto, investidores passaram a comprar dólares após a publicação, pelo BC, de dados mostrando que a saída de moeda estrangeira do país nos primeiros 20 dias de fevereiro superou a entrada em US$ 1,890 bilhão.

Depois do anúncio, a moeda americana anulou as perdas do início da sessão e chegou a registrar alta de 0,11%, a R$ 1,9750 na venda.

"Hoje, o fluxo influenciou bastante. É algo natural", afirmou o superintendente de câmbio da Advanced Corretora, Reginaldo Siaca.

Analistas atribuíram a movimentação, também, a uma acomodação do mercado próximo ao nível de R$ 1,97, que parte do mercado especula ser o centro da banda favorecida pelo BC.

O dólar variou numa faixa estreita durante a semana, avançando apenas 0,28% ante o real, após recuar 2,83% no mês janeiro com as intervenções do BC. Operadores acreditam que a autoridade monetária deve manter a moeda americana nesse patamar para evitar pressões inflacionárias.

"Não tem muito o que mudar essa banda, eu acho que o BC está trabalhando exatamente nessa linha d'água", acrescentou Santos, da ICAP.

Fonte: Brasil Econômico