Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Dívida mobiliária federal interna cai 4,12% em janeiro


BRASÍLIA, 25 Fev (Reuters) - A dívida pública mobiliária federal interna caiu 4,12 por cento em janeiro frente a dezembro, para 1,838 trilhão de reais, o primeiro recuo desde agosto do ano passado, devido ao grande volume de vencimentos de títulos públicos prefixados no mês passado.

Os resgates atingiram 123,75 bilhões de reais, enquanto as emissões somaram 25,58 bilhões de reais, resultando em um resgate líquido no valor de 96,10 bilhões de reais, de acordo com o documento divulgado pelo Tesouro Nacional nesta segunda-feira.

A dívida pública federal, que inclui também a dívida externa, recuou 4,09 por cento em relação a dezembro, para 1,926 trilhão de reais. No mês passado, houve resgate líquido de 2,07 bilhões de reais referentes a dívida externa, que fechou o mês a 88,04 bilhões de reais.

Grande parte dos vencimentos no mês passado foram de títulos prefixados -- Letras do Tesouro Nacional (LTN) e Notas do Tesouro Nacional Série F (NTN-F) --, fazendo com que esta parcela da dívida caísse no mês.

O coordenador-geral de operações da dívida, Fernando Garrido, afirmou que o Tesouro vai compensar o resgate líquido de 102,5 bilhões de reais em títulos prefixados em janeiro com novas emissões desses papéis ao longo do ano.

"Esses resgates já estavam previstos, com data de vencimento em 1o de janeiro e devem ser compensados por emissões líquidas em vários meses deste ano", afirmou Garrido em entrevista coletiva.

A parcela de títulos prefixados caiu para 36,67 por cento em janeiro, ante 40 por cento em dezembro, ficando bem abaixo do objetivo do governo de elevar a participação desses papéis para uma faixa entre 41 e 45 por cento do estoque da dívida este ano.

"Com a sazonalidade envolvendo os títulos prefixados, a parcela caiu e por consequência cresceu a de outros papéis, como o atrelado à inflação e à Selic", afirmou Garrido.

A participação dos títulos remunerados por índices de preços subiu para 35,98 por cento, ante 33,87 por cento em dezembro, enquanto a participação dos títulos corrigidos pela taxa Selic subiu para 22,92 por cento, ante 21,73 por cento em dezembro.

Os vencimentos de prefixados também alterou a composição dos detentores da dívida. Os investidores estrangeiros ampliaram a participação na dívida mobiliária interna e fecharam janeiro com o equivalente a 14,41 por cento do total --percentual recorde da série histórica do Tesouro. Em dezembro, os estrangeiros detinham 13,72 por cento da dívida mobiliária brasileira.

Enquanto isso, as instituições financeiras viram sua participação diminuir para 26,71 por cento ante 30,09 por cento em dezembro.

"Isso significa que parte importante dos vencimentos de prefixados estava nas mãos dessas instituições", disse Garrido.

MERCADO SECUNDÁRIO

O volume financeiro diário médio de negócios com papéis do Tesouro no mercado secundário caiu para 18,02 bilhões de reais em janeiro, ante 25,41 bilhões em dezembro, com os títulos indexados à inflação liderando as transações.

"Quando se aproxima de um vencimento, existe um movimento de rolagem antecipada dos recursos, com negociação antes do vencimento e isso gerou o aumento do volume no mês de dezembro. Então é natural a queda em janeiro", afirmou Garrido.

Os negócios com títulos indexados à inflação -- Notas do Tesouro Nacional Série C (NTN-C) e Série B (NTN-B)-- responderam por 43,46 por cento das transações no mercado secundário, ante 33,73 por cento em dezembro. Garrido negou que esse movimento tenha a ver com o repique da inflação nos meses recentes.

De acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF), o governo federal terá que emitir 412,6 bilhões de reais neste ano em títulos públicos para financiar a dívida pública federal, que deverá chegar ao fim do ano entre 2,10 trilhões e 2,24 trilhões de reais.

Os vencimentos da dívida pública interna somam este ano 493,2 bilhões de reais e, além de novas emissões, o governo prevê utilizar 131,2 bilhões de reais de recursos orçamentários para honrar esses compromissos.

Fonte: Reuters Brasil

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