Enquanto as projeções no início do ano passado apontavam para um crescimento superior aos 3% no fechado de 2012, as estimativas mais otimistas agora não passam de 1%.
Nesta sexta-feira (1°/3), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre e do ano de 2012.
No terceiro trimestre, o crescimento foi de 0,6%, na margem, enquanto as projeções de mercado apontavam para um avanço de 1,2%.
Para o resultado mais recente, a expectativa dos analistas é de que a economia terá apresentado uma tímida melhora, porém não o suficiente para levar o crescimento da atividade doméstica a um patamar superior aos míseros 1%.
Em 2011, a expansão econômica brasileira chegou a 2,7%, após os históricos 7,5% de 2010.
O setor de serviços, que surpreendeu negativamente ao ficar estagnado de julho a setembro, deve ter experimentado uma "aceleração relevante", ao avançar 1,3% de outubro a dezembro, segundo a projeção de Aurélio Bicalho, do Itaú Unibanco.
A estimativa do especialista para o aumento do PIB no último trimestre do ano passado, entretanto, aponta para avanço de apenas 0,7%.
Isso porque as vendas no varejo, que contribuíram no terceiro trimestre com um bom desempenho de 2,1% de expansão, devem passar agora para um incremento de 0,6%, pelos cálculos de Bicalho.
Além disso, o prognóstico do economista do Itaú para o setor agropecuário, que teve crescimento de 2,5% no terceiro trimestre, é de que ele tenha retraído 3,1% no quarto.
Destaque para a queda de 23,3% esperada para a safra de trigo, e de 15,3% na produção de fumo.
"Avaliamos que a incerteza em relação ao cenário internacional e quanto à evolução do quadro doméstico continua pesando negativamente nas decisões de investir", atesta Bicalho, em relatório.
"A cautela tem prevalecido, e os investimentos têm sido adiados", acrescenta o especialista.
Com base nas projeções do trimestre, a estimativa do Itaú para o ano de 2012 é que a economia brasileira tenha crescido 0,9%.
"Vale notar que, no começo do ano passado, a expectativa da LCA era de que o PIB brasileiro cresceria 3,1% em 2012, ao passo que a projeção de consenso sugeria uma alta um pouco maior, de 3,3%", destaca a consultoria.
A LCA também prevê alta ao redor de 1% para o nível da atividade no ano passado.
A mão pesada do Estado no setor privado tem mantido os empresários, para dizer o mínimo, cautelosos nos momentos de decidir sobre seus investimentos futuros.
As primeiras estimativas para 2013 indicam crescimento de 3%, mas essas estimativas embutem uma retomada dos investimentos, fato esse que dificilmente se tornará realidade diante da manutenção na postura do governo.
"O governo já sinalizou maiores preocupações sobre a inflação, aumentando a percepção do mercado de que um ciclo de aperto monetário pode estar próximo", lembra Marcelo Kfoury, da Citi Research.
Ou seja, se o decepcionante 1% de 2012 sequer contou com um ciclo de aperto monetário, não será uma surpresa tão grande se, confirmada a subida da Selic nos próximos meses, comecemos a ter lapidações nos 3% de 2013.
Fonte: Brasil Econômico
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