Por outro lado, poupança e CDI foram os investimentos mais rentáveis no segundo mês de 2013.
Investimentos | Fevereiro |
Poupança | 0,50% |
CDI | 0,48% |
Renda Fixa | 0,31% |
IGP-M | 0,29% |
Dólar | -0,60% |
Bovespa | -3,91% |
Ouro | -6,54% |
Fonte: BM&F Bovespa, Anbima, Cetip, Bacen, FGV e Brasil Econômico
Pelo segundo mês consecutivo, o Ibovespa e o ouro amargaram as últimas posições no ranking de investimentos. Em disputa acirrada até o último pregão de fevereiro, o principal índice da bolsa brasileira encerrou em vantagem em relação ao metal.
Enquanto o ouro teve uma perda de 6,54%, o Ibovespa caiu 3,91%, pressionado por um cenário externo incerto e mau desempenho das ações preferenciais da Petrobras (-8,13%) e da Vale (-5,56%).
A queda verificada no Ibovespa foi motivada principalmente pelo ambiente externo. De acordo com Pedro Galdi, analista-chefe da SLW Corretora, as notícias internacionais que mais pesaram foram as indefinições sobre o orçamento dos Estados Unidos e o impasse político que se configurou na última semana do mês na Itália.
"O que acontece é que o investidor avalia a aplicação na bolsa pelo desempenho do Ibovespa, e ele se tornou um índice vulnerável ao desempenho de papéis relacionados a commodities. A bolsa está defasada em relação às bolsas internacionais por problemas domésticos", pontua.
No mesmo sentido, Fábio Colombo, administrador de investimentos, avalia que a pressão inflacionária, o crescimento econômico decepcionante e os panoramas negativos de Vale e Petrobras foram determinantes para o Ibovespa figurar entre as piores aplicações.
No caso da Petrobras, o noticiário foi repleto de notícias negativas, como o reajuste de combustível abaixo do estimado e o resultado líquido trimestral e anual adverso.
O recuo do ouro, que foi a pior aplicação de fevereiro, foi determinado principalmente pela desvalorização do metal no exterior.
Além disso, Colombo atribui o desempenho do metal ao fato de o ouro acompanhar o movimento feito na cotação do dólar em relação ao real, que registrou ligeira baixa.
No cenário doméstico, o ouro terminou o mês cotado a R$ 100 a grama. No exterior, o contrato de ouro mais negociado, com entrega para março, fechou o mês a US$ 1.577,70 a onça-troy, registrando uma retração de mais de 5% em fevereiro.
"O ouro desvalorizou bastante lá fora e refletiu na performance do metal aqui no Brasil", avalia Colombo. "O metal registrou uma alta muito expressiva ao longo da crise econômica. Aparentemente tinha que ocorrer uma devolução em algum momento", complementa Galdi.
O dólar, que também esteve entre as aplicações menos rentáveis, acumulou baixa de 0,60%, determinada pelas intervenções no governo. O analista da SLW Corretora explica que os leilões de swap cambial realizado para tentar conter a valorização do câmbio foi o principal ponto de referência para que o investidor optasse por outros rendimentos.
Por outro lado, o conservadorismo brasileiro fez com que a poupança ocupasse o primeiro lugar no ranking. O fenômeno ocorreu pela segunda vez desde 1988. "Não destacamos tanto o fato de CDI e poupança estarem entre as melhores aplicações. Isso reflete as circunstâncias desfavoráveis pelas quais os investimentos de risco, como ouro e bolsa, estão passando", explica Colombo. No mês, a poupança acumulou elevação de 0,50%.
Na sequência, o Certificado de Depósito Interbancário (CDI) registrou rentabilidade de 0,48%, segundo investimento mais rentável. As intervenções do governo também foram apontadas como motivo para o movimento.
Com a perspectiva futura da alta dos juros, os fundos de renda fixa fecham o mês com rendimento de 0,31%.
"A renda fixa, por mais que tenha uma taxa muito pequena, sempre rende. Diante da aversão às aplicações de risco, é normal que ela suba um pouco além do normal. Ainda assim, foi um mês com desempenho bastante atípico", conclui Colombo.
Fonte: Brasil Econômico
Nenhum comentário:
Postar um comentário