Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Poupança cresce com desinformação e resultado ruim de investimentos

Decepção dos investidores que compraram produtos errados e em momentos de instabilidade contribui para que a escolha pela poupança seja a mais pedida.

Mesmo rendendo apenas 0,46 ponto percentual a mais que a inflação em 2013, a poupança registrou um ano recorde de arrecadação. A captação líquida foi 43% maior que do ano anterior e, segundo especialistas em investimentos, aconteceu principalmente por dois motivos: desempenho ruim de outras aplicações e má informação por parte do brasileiro.

Em relação à primeira explicação, os especialistas têm razão: o Ibovespa caiu 15,5% ano passado, enquanto o índice que captura a variação média dos títulos públicos recuou 1,42% em 2013. Para o coordenador do laboratório de finanças do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa), Michel Viriato, a decepção dos investidores que compraram produtos errados e em momentos de instabilidade contribui para que a escolha pela poupança seja a mais pedida.

Viriato também crê que a desinformação sobre outras formas de investir pode ser elencada como fator decisivo para o sucesso da caderneta e a continuidade das apostas na modalidade.

Já o diretor-executivo de estudos econômicos da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), Miguel Ribeiro de Oliveira, acredita que o fenômeno de captação da caderneta pode ser explicado pelo atual ambiente de incerteza na economia.

“Com baixo crescimento e alta na inflação, as pessoas ficaram mais conservadoras, evitando assumir novas dívidas e, finalmente, guardando mais dinheiro”, afirma. Ele conta que há pelo menos três anos o cenário era diferente, não havia preocupação ou o hábito de poupar.

Alternativas
Para quem procura outras alternativas com garantias semelhantes às da poupança, Viriato cita produtos como as LCI (Letras de Crédito Imobiliário), os CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) e os fundos DI (atrelados ao Certificado de Depósito Interbancário).

Já o economista da FIA (Fundação Instituto de Administração) Ricardo Humberto Rocha inclui as notas do Tesouro Série B. Mas para aqueles que querem apenas criar uma reserva de emergência, Rocha recomenda a criação de quatro contas de poupança diferentes, assim o investidor pode resgatar o dinheiro, caso necessário, em quatro datas de aniversário diferentes, sem perder rentabilidade.

Simulação de rendimento de R$ 10 mil em 12 meses com Selic de 10,50% ao ano (Fonte: Anefac)
MODALIDADEREMUNERAÇÃOLUCROTOTAL AO FINAL DO PERÍODO
Poupança antiga     7,31% R$ 731,00 R$ 10.731,00
Poupança nova      7,31% R$ 731,00   R$ 10.731,00
Fundo com taxa de 0,50% 7,96%   R$ 796,00  R$ 10.796,00
Fundo com taxa de 1,00%7,44%  R$ 744,00   R$ 10.744,00
Fundo com taxa de 1,50% 7,06%R$ 706,00R$ 10.706,00
Fundo com taxa de 2,00%6,55% R$ 655,00 R$ 10.655,00
Fonte: Terra Economia

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