PEQUIM, 16 Fev (Reuters) - O grande debate sobre o quão rápido a economia da China vai crescer este ano pode encontrar algumas respostas no mundo real, onde os sinais sugerem que o crescimento da gigante asiática está perdendo sua efervescência devagar, mas seguramente.
De queda no consumo de energia ao aço em baixa recorde de preço, um punhado de indicadores mostram que investimentos e demanda interna mais lentos estão pesando sobre a economia chinesa de 9,4 trilhões de dólares, um sinal preocupante para alguns economistas, que estão reduzindo suas previsões do PIB para 2014, o que é incomum tão cedo no ano.
A subida das taxas de juros e as restrições que impedem gastos desnecessários por parte dos governos têm pressionado o investimento para uma baixa de pelo menos uma década, no que talvez seja o maior empecilho para a segunda maior economia do mundo.
A implicação é grande, especialmente porque o investimento foi responsável por mais da metade do crescimento econômico de 7,7 por cento da China no ano passado. Os especialistas acreditam que o crescimento pode ceder nos próximos meses para 7 por cento, uma taxa que deve desconcertar investidores e até mesmo alguns políticos em Pequim, em meio ao temor de que a economia esteja pondo o pé no freio.
"Levará mais alguns meses antes de batermos no fundo", disse Frederic Neumann, economista do HSBC em Hong Kong. "Pode ser preciso que o governo tome medidas mais agressivas para mudar as coisas."
Os mercados financeiros, acostumados há muito tempo com as estelares taxas de crescimento de dois dígitos da China no passado, estão previsivelmente ariscos, um fator que contribuiu para as vendas generalizadas nos mercados emergentes este ano.
O consumo de eletricidade deve subir entre 6,5 por cento e 7 por cento este ano, disse a State Grid em seu site em janeiro, uma queda ante o aumento de 7,5 por cento no ano passado. A empresa vende eletricidade para 85 por cento da população da China.
"É um bom indicador da atividade na indústria de transformação", disse Zhu Haibin, economista do JPMorgan. "O sentimento que tivemos ao falar com as fábricas não era otimista em janeiro."
Preços para cimento, aço e minério de ferro - os principais materiais para a construção de edifícios e estradas de ferro - estão todos caindo, em parte porque a demanda está recuando diante de investimentos mais fracos por parte do governo.
Na semana passada, os preços do aço caíram para uma baixa recorde de 3.380 iuanes por tonelada e os preços do minério de ferro recuaram para uma baixa de sete meses. Os preços do cimento atingiram uma baixa de dois meses, a 350 iuanes a tonelada em janeiro, de acordo com o China Construction Bank.
Fonte: Reuters Brasil
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